Escolhemos Braga como nossa base para conhecer algumas cidades próximas. No dia 6 de fevereiro de 2020, quinta-feira, fomos passar o dia em Barcelos, a apenas 20 km de Braga.
O que despertou nosso interesse em conhecer Barcelos foi o galo, símbolo de Portugal, que teve sua origem nesta cidade. Por todo lado tem uma escultura do galo, a maioria com as cores da foto abaixo, mas há variações.
Escolhemos uma quinta-feira por ser o dia em que é realizada em Barcelos a feira mais antiga de Portugal.
Estacionamos o carro antes da Ponte de Barcelos, o primeiro cartão postal do roteiro, e seguimos a pé para conhecer a cidade. Um dia é tempo mais que suficiente para conhecer o principal da cidade com bastante calma. Se fizer tudo correndo pode conhecer em meio dia.
Não me cansei de admirar este cartão postal, tanto quando chegamos, quanto na saída. De cada ângulo que olhava, mais achava bonito.
A ponte é uma edificação gótica de origem românica do início do século XIV sobre o Rio Cávado, que separa Barcelinhos de Barcelos.
A ponte sempre foi um importante local de passagem para os peregrinos do Caminho Português de Santiago e para as grandes feiras que se realizavam em Barcelos desde a Alta Idade Média.
O Rio Cávado chama a atenção pela beleza e pela forte correnteza.
Na margem esquerda do rio está a Casa da Azenha, museu que mostra os ciclos da moagem e serve como um ponto de apoio aos peregrinos a caminho de Santiago de Compostela – “Help Point”. É possível visitá-la e chegar bem perto do rio e ver a paisagem por outro ângulo.
A vista é duplamente impressionante, tanto visto da ponte quanto o entorno visto do Paço.
Foi construído na primeira metade do século XV por iniciativa de D. Afonso I, 8º Conde de Barcelos e 1º Duque de Bragança. Era a edificação mais rica de Barcelos, também conhecida como Paço dos Duques de Bragança.
No início do século XX este local foi transformado em Museu Arqueológico.
No Paço dos Condes tivemos a resposta para uma das nossas curiosidades: por que o símbolo da cidade e do país é um galo? Um desenho feito em baixo relevo no Cruzeiro do Senhor do Galo conta a Lenda do Galo de Barcelos (você pode conferir a história também na foto abaixo).
O Cruzeiro, do início do século XVIII, é proveniente de Barcelinhos (na outra margem do rio).
Igreja Matriz de Santa Maria Maior
Segue os mesmos traços do Paço dos Condes. Inclusive algumas pedras do início da ruína do Paço foram utilizadas na construção da igreja.
É um edifício do século XIV com estilo na transição entre o românico e o gótico.
Uma frase escrita na torre da igreja me chamou a atenção e deve levar muitos peregrinos à reflexão: “Santiago procurava Jesus. Tu, peregrino, QUEM procuras?”.
Ao lado da Igreja, em um muro, tem uma seta indicando o caminho para Santiago.
O interior é constituído por três naves, onde se destacam quatorze painéis formados por diversos azulejos azuis e brancos do século XVIII.
Está localizado em frente à Igreja Matriz e ao Paço dos Condes, no centro de uma pequena praça bem cuidada e onde está moldada na grama a palavra Barcelos.
Estima-se que este monumento gótico de granito seja do fim do século XV e início do século XVI. Também é conhecido como “Picota”. No topo encontra-se uma gaiola hexagonal.
Câmara Municipal e Estátua do Bispo Antônio Barroso
Localizadas ao lado da Igreja Matriz, praticamente em frente ao Largo Dom Antônio Barroso, onde está a estátua do Bispo Dom Antônio Barroso (bronze, em tamanho natural, de 1931).
O edifício da Câmara integra o antigo Hospital do Espírito Santo e a antiga Capela de Santa Maria, ambos do século XIV.
Chama a atenção pela parte externa. Não verificamos se é possível conhecer por dentro.
Bem ao lado da Praça do Pelourinho está este edifício do século XV, no mesmo estilo do Paço dos Condes e da Igreja Matriz, um dos poucos exemplares da arquitetura civil medieval em Portugal. A casa foi residência da família dos Pinheiros, que foram alcaides-mor de Barcelos por gerações.
Depois de explorarmos a região da Igreja Matriz, seguimos pela lateral do edifício da Câmara, sentido do Caminho de Santiago, para o Largo do Apoio.
Não é um largo bonito e bem conservado, mas faz parte da história da cidade, foi o primeiro Largo de Barcelos. Destacam-se aqui o chafariz, desenhado por João Lopes, o Velho (conhecemos algumas obras dele em nossa passagem por Viana do Castelo, onde ele está sepultado na Sé). Outros destaques são as Casas do Condestável Nuno Álvares Pereira, dos Carmonas e do Alferes de Barcelos.
Casa do Condestável Nuno Álvares Pereira
Na fachada da casa tem o brasão de armas dos Pereira. Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 1918 pelo Papa Bento XV e canonizado pelo Papa Bento XVI, em 2009, como São Nuno de Santa Maria, Santo Condestável que defendeu a independência de Portugal de Castela. Decidiu abraçar a vida religiosa em 1423, no Convento do Carmo (Lisboa), que tinha mandado construir.
Esculturas do Santo podem ser apreciadas no Arco da Rua Augusta, na Praça do Comércio, em Lisboa; no Castelo de Ourém, e ainda outra, equestre, no exterior do Mosteiro da Batalha.
Em 1953 foi inaugurada a Igreja do Santo Condestável, sede da Paróquia de mesmo nome, em Campo de Ourique (Lisboa).
Como disse acima, o Largo do Apoio não é bonito, mas é rico em histórias. A Casa do Condestável nos lembrou tantos outros lugares que já conhecemos ligados a Nuno Pereira: a Igreja do Santo Condestável e a estátua do Arco da Augusta (ambas em Lisboa) e a estátua equestre no Mosteiro de Batalha.
Saímos do Largo do Apoio pela Rua São Francisco, passando ao lado da Igreja de São Francisco, que estava fechada (fomos informados de que é uma igreja particular). A Rua muda de nome para Largo Dr. Martins Lima, onde está o Theatro Gil Vicente. Logo depois do teatro começa uma rua pedonal com bastante movimento, a Rua Antônio Barroso, onde há várias lojas, cafés e restaurantes, inclusive onde almoçamos, Restaurante A Vicentina.
Restaurante A Vicentina
Localizado na Rua Antônio Barroso tem uma pequena porta de entrada, que quase passa despercebida, já seu interior é até espaçoso. Tinha outras opções de restaurantes, mas esta nos pareceu boa. O atendimento foi rápido e eficiente; escolhemos o menu do dia, preço compatível. Nada surpreendente, mas bom custo/benefício.
Seguimos um pouco mais à frente pela Rua Antônio Barroso e viramos à direita no Largo Dr. José Novais.
Largo Dr. José Novais (antigo Largo da Cadeia): é uma praça aparentemente sem muitos atrativos. No entanto, observando com um pouco mais de atenção, vimos alguns edifícios importantes, como a Biblioteca Municipal (século XVI) e a Casa do Barão da Retorta (meados do século XIX). O Largo está conectado com o Largo da Porta Nova.
Foi uma antiga torre de menagem, sendo a única remanescente das três torres da primitiva muralha medieval, cujas portas davam acesso ao interior do povoado. Foi edificada no século XV por determinação do 8º Conde de Barcelos, e serviu inicialmente como sua residência. Depois teve outros destinos, como cadeia e, atualmente, o Centro de Artesanato.
Aqui foi uma das maiores surpresas que tivemos em Barcelos. A edificação da Torre não é surpreendente, mas mudou nosso olhar sobre a cidade quando entramos para conhecer (a entrada é gratuita).
Primeiro, uma amostra de artesanato do Centro de Artesanato de Barcelos, disposta nos andares da Torre, com peças muito bonitas.
Depois, a cobertura – um mirante com vista de 360º da cidade, de onde é possível observar o próprio Largo, o Rio Cávado, a Feira no Campo da República, o Jardim das Barrocas, o Largo da Porta Nova e a Igreja Senhor Bom Jesus da Cruz.
Ainda no Largo Dr. José Novais, tem um busto de bronze, de 1931, em homenagem ao Dr. José Novais, médico e conselheiro da Câmara Municipal de Barcelos. Além de mais um galo de Barcelos. Atrás do busto e do galo tem um Posto de Turismo.
A Casa dos Machados da Maia, do século XVI, um dos edifícios quinhentistas mais completos e perfeitos que ainda existe em Barcelos, apesar de bastante adulterado com o passar dos anos. Atualmente é a Biblioteca Municipal.
Em frente à Biblioteca tinha uma pequena árvore com flores tão bonitas que dava gosto de ver. Depois observamos a mesma espécie em outros pontos da cidade (não descobri o nome).
O destino seguinte está logo depois da Torre, Largo da Porta Nova. É um lugar para não ter pressa e curtir cada cantinho. Tem muitos edifícios revestidos de azulejo e arremate das varandas com ferro fundido. Um bom lugar para sentar em um café e esquecer um pouquinho do tempo.
No centro, como em várias praças, tem um chafariz. Este é do século XVIII, com uma estátua de São João Evangelista no topo. Foi trazido do Mosteiro de Vilar de Frades, (pesquisando mais para escrever no blog descobri que este Mosteiro parece ser um bom lugar para conhecer, distante uns 8 km apenas do centro histórico de Barcelos.)
Igreja do Senhor Bom Jesus da Cruz
Estava sendo restaurada por dentro, mas não impediu que entrássemos. É uma igreja em estilo barroco de influência italiana.
Sua origem está ligada ao chamado “Milagre da Cruz”, ocorrido em 1504, com o surgimento de uma cruz negra no carvalhal do “Campo da Feira”. Com o intuito de proteger a cruz, foi erguido ali um pequeno templo. Anos mais tarde foi construída a atual igreja.
As paredes internas são revestidas de talha dourada e azulejos azuis e brancos, com cenas da Via Sacra e motivos da natureza. Destaca-se ainda a imagem do padroeiro, o Senhor Bom Jesus da Cruz, uma escultura quase em tamanho natural em carvalho, exemplar de arte flamenga do início do século XVI. Apenas o rosto e as mãos da imagem estão pintados.
Jardim das Barrocas
um dos jardins mais bonitos e bem cuidados que vimos nesta viagem.Tem uma entrada monumental entre obeliscos e uma fonte. É também conhecido como Passeio dos Assentos ou Passeio das Obras. O Jardim, em estilo rococó, foi criado no século XVIII para ornamentar o largo da igreja.
Como não poderia ser diferente, neste Largo tem mais duas esculturas de galo, sendo uma delas tradicional e outra com motivo natalino.
Nosso próximo destino foi conhecer a gigante feira de Barcelos no Campo da República.
É uma das maiores e mais antigas feiras de Portugal, existe desde o século XV. Ela ocorre semanalmente às quintas-feiras. Conhecer feiras e mercados sempre fez parte dos roteiros de nossas viagens, desta forma, deixamos para ir neste dia a Barcelos por causa da feira. Não compramos nada, pois nossa intenção era apenas conhecer. É uma feira muito colorida, onde se vende de tudo: roupa, artesanato, frutas, legumes, verduras, animais vivos, plantas e etc. Apesar da feira ser muito interessante, gostaríamos de ter conhecido o Campo da República sem a feira, vai ficar para outra oportunidade.
Passeando pela feira percebemos uma construção à frente e resolvemos ir até ela para ver o que era: a Santa Casa e a Igreja da Misericórdia.
Igreja da Misericórdia
De pequena fachada e muito bonita por dentro. Foi restaurada em 2019.
Todo o conjunto da Igreja da Misericórdia, hospital e um lar é do século XVI e teve a sua origem na edificação de um Convento da Ordem dos Capuchos.
Saindo da Igreja da Misericórdia atravessamos a feira toda e passamos pelo Jardim da Avenida da Liberdade, atrás da Igreja do Senhor Bom Jesus da Cruz. Muito bonitas as árvores floridas, foi uma bela despedida.
Seguimos para pegar o carro que estava estacionado depois da ponte. No caminho, mais uma foto de um galo no Jardim da Praça de Pontevedra, onde há alguns cafés.
O que me impressiona nas cidades de Portugal que temos visitado é que, por mais pontos de interesse que visitamos, descobrimos, depois, que deixamos de conhecer outros tantos. Em Barcelos não foi diferente.
Para conhecer e ter mais informações sobre Barcelos recomendo o site oficial da Câmara Municipal, principalmente a aba “visitar”.
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