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    Batalha – Portugal

    Estivemos em Batalha apenas uma vez e foi bem corrido, pois iríamos ainda para Évora. Nossa intenção foi conhecer somente o Mosteiro de Batalha. Fizemos este passeio no dia 12 de fevereiro de 2020. Estávamos em Leiria, onde havíamos dormido e passeado pela manhã. Este post é apenas de Batalha e faz parte do roteiro “Portugal – Diário 4″ e do post ” Leiria e Batalha – Portugal (Diário 4)”.

    A distância aproximada de Lisboa para Batalha é de 145 Km – é possível fazer um bate e volta. A distância de Batalha para Leiria, onde estávamos pela manhã, é de apenas 14 Km.

    Chegamos a Batalha um pouco antes de meio-dia e estacionamos o carro em frente ao Mosteiro. Logo que descemos do carro não sabíamos se comprávamos o ingresso ou se ficávamos admirando o Mosteiro por fora, pois impressiona no tamanho e na robustez da edificação. O acesso à Igreja não é pago, apenas ao Mosteiro, e a compra do ingresso é feita em um cantinho dentro da igreja. 

    Saída do estacionamento e entrada no Largo Infante Dom Henrique (Mosteiro da Batalha)

    Mosteiro de Santa Maria da Vitória

    O Mosteiro é mais conhecido como Mosteiro da Batalha, é um mosteiro da Ordem de São Domingos  e foi mandado edificar em 1386 pelo rei D. João I, como agradecimento à Virgem Maria pela vitória contra os rivais castelhanos na Batalha de Aljubarrota. Foi construído ao longo de dois séculos, até cerca de 1563, durante o reinado de sete reis de Portugal, embora já vivessem ali os primeiros frades dominicanos desde 1388. 

    Mosteiro de Batalha

    Exemplo da arquitetura gótica tardia portuguesa, ou estilo manuelino, é considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO e, em 7 de julho de 2007, eleito como uma das Sete Maravilhas de Portugal.

    O primeiro arquiteto do Mosteiro da Batalha foi Afonso Domingues, que construiu parte da Igreja e da Sala do Capítulo, e o Claustro Real. Em 1402, David Huguet, arquiteto irlandês, sucedeu Afonso Domingues dirigindo as obras até 1438. Sob sua direção foi construída a Capela-Mor, e a Sala do Capítulo e a Capela do Fundador foram concluídas. Mais tarde ele foi sucedido pelos arquitetos portugueses Martin VasquezFernão de Évora e Mateus Fernandes

    A frase que resume a intenção da construção do Mosteiro da Batalha é: “Monumento Memorial da Batalha de Aljubarrota e Panteão Régio”.

    Mosteiro de Batalha

    Igreja de Nossa Senhora da Vitória

    Começamos a visita pela Igreja de Nossa Senhora da Vitória, que é bem grande, com mais de 80 metros de comprimento, 22 metros de largura e 32,5 de altura. 

    Igreja de Nossa Senhora da Vitória

    O portal abaixo é um dos acessos à Igreja. Ele está no sentido  oposto à Capela-Mor.

    Portal da Igreja de Nossa Senhora da Vitória – Entrada da Igreja e acesso à visitação do Mosteiro

    Ao lado da Capela-Mor estão as Capelas laterais como as de São Miguel, a de Nossa Senhora do Rosário e a de Nossa Senhora da Piedade.

    Capela-mor
    Capela lateral

    Uma curiosidade sobre a Capela de Nossa Senhora da Piedade:  a imagem de Nossa Senhora é a única imagem dos antigos altares do Mosteiro que se conserva no seu lugar de origem.

    Capela de Nossa Senhora da Piedade
    Capela lateral
    Capela lateral

    Próximo às Capelas está, entre outros, o túmulo de D. Diogo Lopes de Sousa – Conde de Miranda, conselheiro real. O túmulo é uma obra rara no gênero, tendo recebido influência da escultura italiana.

    túmulo de D. Diogo Lopes de Sousa – Conde de Miranda

    Capela do Fundador

    Está localizada à direita da foto abaixo. O acesso é pela igreja. Esta Capela foi feita para servir de Panteão de D. João I e da Dinastia de Avis.

    Entrada da Igreja – à direita, Capela do Fundador
    Entrada da Capela do Fundador

    Neste local, além dos túmulos do Rei D. João I e da Rainha D. Filipa de Lencastre estão os túmulos de seus filhos (D. Fernando, o Infante Santo, D. João e sua esposa D. IsabelD. Henrique, o navegador e D. Pedro e sua esposa D. Isabel de Urgel), além do Rei D. Afonso V e da Rainha D. Isabel e do Rei D. João II e o Infante D. Afonso.

    Túmulo de D. João I – Capela do Fundador
    Capela do Fundador

    Claustro Real ou Dom João I: foi o primeiro a ser construído no Mosteiro. Durante o reinado de D. Manuel o Claustro foi enriquecido com muitos detalhes. Está localizado ao lado da igreja e à sua volta está grande parte das dependências do convento, como o dormitório, a Sala do Capítulo, o lavabo e o refeitório. É composto de jardins e arcos com rendilhados, característicos das construções góticas. O piso e as paredes são em pedra. 

    • Claustro Real

    Sala do Capítulo

    Sala do Capítulo significa grande salão, encontrado em mosteiros, por exemplo, onde era realizado o capítulo, ou seja, as reuniões entre os monges ou cônegos com os seus superiores. Nestas assembleias  podiam ser discutidas tanto as regras da ordem como questões relacionadas com a administração do mosteiro. Elas eram frequentemente de nobre arquitetura e encontravam-se junto aos claustros, no caso de Batalha, do Claustro Real.

    A Sala do Capítulo deste Mosteiro tem uma uma grande abóbada, sem nenhum suporte central, tendo sido considerado um projeto muito audacioso da arquitetura gótica europeia. Reza a lenda que
    o arquiteto Afonso Domingues teria montado campana ali durante três dias para ver se o teto não desmoronava. O arquiteto Huguet concluiu a obra.

    O portal, as janelas e os vitrais de 1514, que retratam a Paixão de Cristo, também são destaques nesta Sala do Capítulo.

    Claustro Real – entrada para Sala do Capítulo à direita
    Sala do Capítulo
    Portal visto de dentro da Sala

    Atualmente estão ali os túmulos de dois soldados desconhecidos da Grande Guerra, símbolo do esforço heroico do povo português. Os restos mortais dos soldados foram trazidos da França e de Moçambique em 1921.  

    Túmulos dos Soldados desconhecidos

    Claustro de D. Afonso V

    Foi construído durante o seu reinado. O arquiteto responsável foi Fernão de Évora. É um Claustro mais simples que o Claustro Real, entretanto tem um segundo piso, onde tem auditório, centro administrativo e educativo, centro de restauração de vitrais, uma varanda para contemplar o jardim e também observar a área externa do Mosteiro. Tem ainda a antiga máquina de relógio da torre da Igreja, primeiro relógio mecânico do Mosteiro, construído em 1460 pelo Mestre Relojoeiro João Alemão.

    Claustro de D. Afonso V
    Claustro de D. Afonso V – visto do segundo piso
    Vista do segundo piso do claustro
    Antiga Máquina de Relógio da Torre da Igreja

    Bem no canto do Claustro Real, antes de entrar no Claustro de D. Afonso V, como não poderia deixar de ter, tem uma loja de lembranças e também o Museu.

    Loja e Museu

    Capelas Imperfeitas

    Para visitá-la é necessário sair do Mosteiro, no Claustro D. Afonso V (guarde o ingresso comprado na Igreja), e entrar nas Capelas Imperfeitas por outra entrada.

    As Capelas Imperfeitas, também chamadas de Panteão D. Duarte, foram mandadas construir pelo Rei D. Duarte para ser seu panteão. O projeto foi concebido em formato octogonal pelo arquiteto Huguet e continuado depois por Mateus Fernandes e João Castilho. O balcão do piso superior, já renascentista (1533), é atribuído a Miguel de Arruda e representa a última tentativa do Rei D. João III de concluir as Capelas antes do encerramento definitivo da obra. Pelo fato das obras não terem sido concluídas, as Capelas têm o nome de Capelas Imperfeitas.

    Capelas Imperfeitas
    Capelas Imperfeitas
    Capelas Imperfeitas

    Nestas Capelas estão os túmulos de D. Duarte e da Rainha Leonor de Aragão, além de João, príncipe de Portugal, filho primogênito de Afonso V, que morreu logo que nasceu.

    Capelas Imperfeitas
    Capelas Imperfeitas

    Na foto abaixo é possível identificar cada parte do Mosteiro.

    Mapa do Mosteiro

    Finalizada a visita, demos uma volta pelos Jardins e Largos que circundam o Mosteiro: Largo do Mosteiro, Largo do Infante Dom Henrique, onde tem seu busto, e Jardim do Condestável, onde tem a escultura do Condestável Nuno Alvares Pereira, montado em um cavalo. O Condestável junto com o Rei D. João I foram responsáveis pela vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota.

    Condestável Nuno Álvares Pereira
    Infante Dom Henrique

    Nesta região mesmo nós almoçamos e ainda tiramos algumas fotos da Igreja Matriz (estava fechada), e entramos na loja de artesanatos Casa Trovão, onde vendem artesanato típico muito bonito.

    Largo do Infante Dom Henrique
    Casa Trovão
    Igreja Matriz

    Terminamos nossa visita a Batalha e seguimos para o nosso próximo destino, por mais 220 km, até a cidade de Évora.

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