Depois de muitas viagens acompanhados pelos filhos, desta vez viajamos apenas minha esposa e eu, para comemorarmos nossos 35 anos de casados e meus 60 anos de idade. O destino escolhido foi o Chile e a viagem foi realizada do dia 30 de outubro ao dia 13 de novembro.
Neste post geral vou dar algumas dicas, descrever a saga das conexões aéreas e também comentar sobre algumas providências antes da viagem. Depois, acrescentarei os links para os posts dos passeios e das atrações visitadas.
Nossos principais destinos foram Santiago e São Pedro de Atacama, no Deserto de Atacama, (acesse os posts do Brasília na Trilha).
A moeda do país é o peso chileno. Em novembro de 2023, a cotação era em torno de 180 pesos chilenos para cada real.
Todas as referências de valores nos posts do Chile serão em peso chileno (CLP).
O documento mais importante é o passaporte (dentro da validade), mas pode ser também a carteira de identidade (RG), desde que emitida há menos de dez anos por uma Secretaria de Segurança Pública estadual. Documentos como carteira de motorista e identidades de conselhos profissionais não são válidos para este fim.
Brasileiro não precisa de visto para entrar no Chile.
O ideal é conferir no site oficial do governo de cada país, pois as regras são diferentes. Em alguns casos, podem fazer exigências específicas, como as que eram solicitadas durante a pandemia de Covid-19.
Sugiro, ainda, providenciar uma pasta e colocar cópia impressa de todos os documentos e comprovantes. Não conte apenas com informações no celular ou na nuvem. Tecnologia é bom, mas às vezes dá problema quando mais precisamos.
Nós sempre levamos os certificados de vacinação da febre amarela e da Covid-19 a qualquer país que visitamos, mas no Chile não são exigidos.
Independentemente de ser obrigatório ou não, é essencial ter o seguro de saúde e de viagem para qualquer país. Costumamos fazer uma pesquisa no site da Real e também no banco onde somos correntistas. Contratamos o que apresenta o melhor custo/benefício. Não se esqueça de verificar o valor assegurado no caso de extravio de bagagem ou atraso na entrega, pois isso pode acontecer. Alguns cartões de crédito também oferecem esse serviço.
É importante ter os comprovantes da passagem de volta e de hospedagem, pois costumam ser solicitados pelo agente de imigração, dica que serve para qualquer país. Se for ficar em casa de amigos, deve apresentar uma carta convite do amigo, na qual constem dados como nome completo, endereço e período de hospedagem, além de cópia do passaporte e/ou autorização de residência no país.
Na imigração do Chile solicitaram apenas nosso endereço de hospedagem.
1 – Declaração de ingresso ao Chile:
Um procedimento importantíssimo e obrigatório para entrar no Chile é o preenchimento do formulário Declaração Jurada de Ingreso a Chile, que pode ser preenchido on-line ou em papel.
Logo no desembarque em Santiago, acesse o Wi-Fi do aeroporto e aponte a câmera do celular para o QR-Code indicado em um banner na parede do corredor. Abra o documento e preencha o formulário de declaração de ingresso ao Chile. Em seguida, receberá um e-mail como comprovante. Ele deverá ser mostrado ao agente que o solicitar na saída (após pegar a bagagem).
Se não conseguir preencher o formulário on-line não se preocupe, você poderá preenchê-lo a mão. Ele estará disponível em um balcão na área de retirada da bagagem. Nesse caso, irá entregá-lo preenchido ao agente.
Eu fiz no celular e minha esposa no papel, pois o dela estava dando erro. Achei o preenchimento no papel mais prático.
2 – Tarjeta Única Migratoria:
Ao passar pela imigração você receberá do agente um papel onde estarão grafados PDI, suas informações e um código de barras. É a Tarjeta Única Migratoria. Guarde-o com seu passaporte, pois terá que devolvê-lo na saída do país. Este documento também será solicitado no check-in de todos os hotéis. Se o perder, terá uma dor de cabeça terrível. Tão problemático quanto perder o passaporte.
Antes de fazer as contas, saiba que o melhor é levar dinheiro e cartão de débito (além de um cartão de crédito para uma emergência, pois é importante ter mais de um meio de pagamento). Para saber quanto levar em espécie e quanto em cartão de débito é preciso mesmo fazer as contas, considerando todos os pagamentos a serem efetuados (hotel, transporte, passeios, alimentação, compras) e o perfil da viagem e dos viajantes, claro. Observação: para saber o limite máximo para sair do Brasil com valores em espécie deve-se consultar o site da Receita Federal.
Há vários cartões de débito no mercado, mas temos usado o Wise desde dezembro de 2021, quando a empresa passou a enviá-lo ao Brasil, e a experiência tem sido muito boa. O câmbio é o comercial e não há taxas, apenas o IOF de 1,1% na conversão de qualquer moeda estrangeira de sua escolha. É bem mais em conta que comprar a moeda estrangeira em uma casa de câmbio ou utilizar um cartão de crédito.
Nossa experiência nessa viagem foi a seguinte: levamos 60 mil CLP em espécie, cerca de R$ 325,00, para qualquer eventualidade logo na chegada. E mais 370 mil CLP no cartão de débito da Wise, cerca de R$ 2.000,00. Além disso, levamos R$ 1.000,00 para trocar lá nas casas de câmbio por pesos (185 mil CLP ), pois alguns poucos lugares só aceitam a moeda local (mercadinhos, parques no Atacama, p.ex.). À medida que o dinheiro ia acabando, transferíamos mais para o cartão da Wise.
Nós calculamos mal a quantidade de real que levamos… e fizemos um saque do cartão de débito com péssima conversão em uma casa de câmbio.
Afinal, qual é a melhor forma de converter seu real em peso chileno?
Ao final, concluímos que recarregar o cartão Wise, mesmo que aos poucos e conforme a necessidade, mostrou-se uma boa opção também. Ter dinheiro no cartão é mais seguro que andar com um monte de notas no bolso.
Para ilustrar, veja aqui o valor de alguns itens (considerando que um real estava valendo 185 mil pesos em novembro/2023):
Assim, um custo médio com refeições por pessoa/dia será de 25 mil a 30 mil CLP em restaurantes tradicionais ou fast-foods, em torno de R$ 150,00/dia/pessoa.
Grande parte dos museus de Santiago tem entrada franqueada. Os que pagamos não custaram mais de 10 mil CLP (R$ 54,00) e aceitam o Wise.
Os valores de ingressos para os parques no Atacama variaram de 8 mil CLP a 20 mil CLP (detalhado nas postagens correspondentes).
Espero que com estas dicas você consiga se organizar financeiramente.
A bagagem sempre é motivo de dúvidas principalmente quando ficamos em hotel e não queremos recorrer a serviços de lavanderia. Para esta viagem de quinze dias, levamos roupa suficiente para o período sem precisar lavá-las.
Para bagagem despachada, preferimos uma mala média de até 18 kg (o limite é em torno de 23 kg). No caso da bagagem de mão, em geral entre 8 e 10 kg; opte por uma mala com rodinhas ao invés de bolsa ou mochila, pois anda-se bastante dentro dos aeroportos. Levo também uma mochila pequena com computador, óculos, medicamentos e os documentos. Sobre o que é permitido ou não levar a bordo, é melhor consultar o site da sua companhia aérea.
No momento de preparar a bagagem de mão, não se esqueça de colocar roupas para pelo menos três dias, assim como itens essenciais, como remédios, higiene pessoal, carregadores e outros de maior valor. Em conexões apertadas, é comum a bagagem despachada não chegar junto com você.
Outra questão importante que precisamos observar é se vamos fazer voos internos no país, que podem ter regras específicas para as bagagens.
Não se esqueça de levar um bom boné ou chapéu, gorro, luva, cachecol, casaco e calça corta vento e segunda pele. Em todos os passeios que fizemos os guias avisam no dia anterior o que levar para o passeio.
Levamos do Brasil também alguns lanches para comermos fora de hora, como fruta desidratada, barra de cereais e biscoitos. Certamente tem tudo isso nos supermercados de lá, mas não queríamos perder tempo com esse tipo de compra.
Vou incluir nesse tema alguns itens indispensáveis, principalmente no Deserto de Atacama: protetor solar para o rosto e para o corpo, um bom protetor labial, soro fisiológico para o nariz, lágrima artificial para os olhos (como o Lácrima plus), e creme hidratante. Incluiria também alguns medicamentos para dor de cabeça, para digestão, para garganta e nariz, antialérgicos, ou seja, sua farmácia de casa. Em Santiago tem muitas farmácias, mas em São Pedro de Atacama é mais limitado. Desta forma, é interessante se prevenir.
No Deserto de Atacama você convive com muitas variações climáticas: calor em alguns locais e frio intenso em outros, principalmente por causa da altitude e dos ventos fortes; muito frio à noite; banhos quentes no passeio das termas, banho frio na Laguna Cejar; umidade muito baixa (2%); e até neve (mesmo nessa época do ano). Ou seja, muita mudança em um só dia, às vezes o corpo sente: resfriado, rinite, garganta arde. Nós não tivemos nada, mas vi algumas pessoas se queixando, então é bom estar prevenido, mas sem neura.
Importante também é ter espaço na mala para trazer algumas garrafas de vinho. Nós poderíamos ter trazido mais, mas só tinha espaço para 10 garrafas na bagagem dos dois juntos.
Verifique antes de viajar se há diferença de fuso horário (para mais ou para menos) e se o país de destino adotou o horário de verão. Observe se seu celular mudou automaticamente de horário, se for o caso. O horário de Santiago e de Brasília era o mesmo.
A energia no Chile é 220 V.
O padrão de tomada é de 3 pinos redondos alinhados. Os plugs de carregadores de celulares de 2 pinos do Brasil servem lá sem problema, mas para os plugs de 3 pinos precisamos de adaptador. Veja a foto abaixo.
Sempre que leio informações sobre a melhor época para uma determinada viagem, eu penso: quando eu puder e o quanto eu estiver disposto a gastar. Outra questão é se você gosta mais de frio ou de calor. Escolhemos o mês de novembro porque na primavera a temperatura é mais amena, mesmo que ainda esteja frio.
Em Santiago, a temperatura variou de 10º a 22ºC e pegamos apenas um dia de chuva. No entanto, fizemos um passeio ao Valle Nevado em um dia que o tempo mudou, esfriou e caiu muita neve. A temperatura estava um pouco abaixo de zero.
Já em São Pedro de Atacama, no Deserto de Atacama, pegamos muito calor durante o dia, temperaturas acima de 30º e umidade próxima de zero. Entretanto, pela manhã e nos pontos mais altos (entre 3 e 5 mil metros), a temperatura caía bem e o vento gelado dava a sensação de estar negativa. À noite e de madrugada a temperatura ficava entre 10 e 15ºC na cidade.
É bom lembrar que as condições climáticas mudam a cada época do ano. É bom ir preparado para pegar calor e frio no mesmo dia, especialmente em Atacama.
Segurança sempre foi um item que nos preocupa muito. Nós, brasileiros, convivemos com este problema diariamente, principalmente nas grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Quando viajamos, no entanto, queremos relaxar. Mas não podemos nos esquecer de que batedores de carteiras existem em qualquer lugar do mundo. Furtos de celulares e colares de ouro são cada dia mais comuns. Desta forma, melhor ter cuidado. Passaporte ou fica no cofre do hotel ou fica na doleira, nunca na bolsa ou mochila. Perder este documento é dor de cabeça na certa.
Há dois meses aproximadamente voltamos de uma viagem à Austrália e ficamos encantados com a segurança por lá, não porque tem policiamento, mas pela cultura local: as pessoas andam com o celular no bolso de trás da calça, deixam bolsas penduradas nas cadeiras. Dificilmente serão roubadas. Isso me fez relaxar um pouco na viagem a Santiago e, como diz o ditado, “cochilou, cachimbo caiu”.
Foi o que aconteceu. Fui roubado. Passeávamos pela região central, entre a Praça das Armas (onde está a Catedral) e o Mercado Central (onde fomos almoçar), em um trecho muito movimentado, um pivete arrancou do meu pescoço uma corrente de ouro (presente da minha avó, que eu usava há 45 anos). Ninguém move o olhar para ajudar e não havia um único policial na região. O pior é a sensação de que eu é que estava errado em não ter tirado a corrente e deixado em casa, o que faço sempre quando viajo para algumas cidades no Brasil. Então, a recomendação é não usar joias em Santiago e ter muita atenção com os celulares, que são bastante visados.
Considero-me um viajante com relativa experiência e em 60 anos de vida foi o primeiro furto sofrido. Lamento muito dizer, mas todo cuidado é pouco.
Costumamos alugar carro em muitas das cidades que visitamos, principalmente quando estamos em três ou quatro pessoas. Desta vez, como a viagem foi um pouco mais curta e éramos só minha esposa e eu, preferimos contratar os passeios e não nos preocuparmos com nada.
Li em alguns blogs sobre os cuidados que se deve ter ao alugar carro no Chile, a maioria desaconselha por questões de segurança (furtos e até roubos de veículos parecem ser comuns). Além disso, beber vinho e pisco pode ser uma tentação, nem pensar em dirigir se beber. Então, avalie bem antes de alugar um veículo.
Pesquise e planeje bem o roteiro, o que visitar, quanto custa e avalie se vale a pena ir por conta própria ou se juntar a um grupo de excursão. Costumamos fazer tudo sozinhos, mas dessa vez contratamos os passeios de uma agência de um brasileiro que mora no Chile. Foi uma ótima experiência. Já os passeios pela cidade de Santiago nós fizemos sozinhos. Juntar-se a um grupo de Free Walking Tour também é uma boa opção, pois são gratuitos e estão disponíveis em várias cidades do mundo.
Outro planejamento importante são os traslados dos aeroportos, portos, rodoviárias ou ferroviárias para seu local de hospedagem. Verifique a qualidade e segurança dos serviços prestados por taxis, transportes por aplicativo, transportes públicos e empresas de transfers privados e em grupo. No Chile optamos por contratar uma empresa em Santiago e outra em Atacama.
Geralmente, uma das primeiras providências logo que chegamos a um país é procurar uma empresa de telefonia móvel para comprar um chip. Em Lisboa, fazemos isso ainda no aeroporto, onde há duas lojas da Vodafone. No Chile, essa foi uma preocupação que não tivemos. Tanto a empresa de turismo quanto a de traslados que contratamos oferecem chips de celulares para seus clientes como parte do pacote. Um “brinde” que faz muita diferença, pois facilita enormemente a vida do turista. No total, recebemos seis chips, que foram bastante úteis.
Em Santiago, a cobertura é perfeita, mas em São Pedro de Atacama o sinal é fraco. Boa parte dos passeios não tem cobertura. O que não atrapalhou em nada. Muito bom poder se conectar apenas com a natureza.
Em viagens, fazer compras não costuma ser nossa prioridade e desta vez foi menos ainda. A única experiência que tivemos foi um passeio pelo Shopping Costanera, imenso e muito movimentado, com uma grande variedade de lojas. Lá nós compramos vinhos no Supermercado Jumbo no último dia (recomendo), e uma luva na Decathlon. Mas muitas pessoas que conhecemos nos passeios fizeram compras em outlets e disseram que os preços são bons.
O Chile tem um Tratado de Livre Comércio firmado com os EUA em 2005, que tem como principal objetivo a redução das tarifas aplicadas a produtos importados entre os dois países. Com isso, comprar eletrônicos, cosméticos, perfumes, roupas e acessórios de inverno torna-se mais atrativo e barato do que comprar no Brasil. Os principais outlets de Santiago são: Outlet Buenaventura (ou Arauco), Easton Outlet Mall e Outlet Boulevard.
Chegamos em Santiago dia 30 de outubro de 2023 e embarcamos para o Atacama no dia 4 de novembro. Ficamos por lá até o dia 9, quando retornamos a Santiago para só voltar ao Brasil na madrugada do dia 13.
Todos os serviços foram contratados com antecedência mínima de dois meses antes da viagem. Recomendamos as empresas e os profissionais, que foram atenciosos, corretos e muito organizados.
Passagem aérea: compramos por meio de uma agência de turismo do Brasil. Todos os trechos foram operados pela Latam. Pagamos no cartão.
Hospedagem: contratamos a mesma empresa de turismo da Carol Lobato, que nos apresentou algumas opções de hotéis em Santiago e em São Pedro de Atacama. A reserva foi feita por ela e o valor foi pago à empresa no cartão de crédito.
Passeios: os pacotes de tour pelos arredores de Santiago e pelo Atacama foram contratados com a assistência da equipe do Lucas Carvalho, pagos 50% no ato do contrato e a outra metade no dia do primeiro passeio, em Real, via PIX.
Observação: a maior parte dos passeios no Deserto de Atacama são em parques e áreas de preservação que pertencem aos povos originários, e é necessário pagar o ingresso em peso chileno.
Traslados: contratamos a BraChile em Santiago para nos pegar e nos levar do aeroporto ao hotel e vice-versa. Pagamos 50% em Real via PIX no ato da reserva e os outros 50% em Reais na chegada ao hotel.
No Atacama, contratamos a TransVip para fazer esse serviço do aeroporto de Calama ao hotel em São Pedro de Atacama, ida e volta. Reservamos com antecedência e pagamos em Pesos chilenos no balcão da empresa no aeroporto.
Outros gastos como refeições, compras em supermercados, transporte público, dentre outros, foram pagos com cartão de débito Wise.
Para quem viajou recentemente para a Austrália, ir para o Chile é relativamente tranquilo. O incômodo maior é o horário dos voos e as conexões. Fizemos todos os trechos pela Latam.
Como estávamos na correria com os preparativos para a viagem à Austrália, compramos os bilhetes aéreos e reservamos as hospedagens com a Carol Lobato, proprietária da Copentur Viagens, lá de Minas Gerais, indicada por uma prima. Muito atenciosa e organizada, inclusive no pós-venda. Recomendamos.
Pegamos o primeiro voo de madrugada em Brasília com destino a Santiago, fazendo conexão de pouco mais de duas horas em Guarulhos/SP. As malas foram despachadas diretamente para Santiago. O voo até lá dura quatro horas, então, é conveniente levar algo para comer, pois já estará há muitas horas sem nada no estômago. Como o serviço de catering a bordo está cada dia pior, leve sua refeição também para comer no avião. Lembrando que não podemos entrar em outro país (depois que a aeronave aterrissar) com produtos in natura, como frutas e castanhas.
Já no voo de volta ao Brasil, foi necessário pegar as malas em São Paulo, pois foi a cidade de entrada no país. Passamos pela imigração e pelo raio X. O passo seguinte seria despachar as malas para Brasília. No entanto, perdemos a conexão (que era de duas horas) porque o voo saiu com uma hora de atraso de Santiago. Assim, logo que desembarcamos em Guarulhos, já tinha um funcionário da Latam próximo à área de controle de imigração com um novo bilhete para nós. Fomos realocados em um voo que sairia do Aeroporto de Congonhas. Atordoados, aceitamos a oferta, mas nos arrependemos depois. Pegamos um voucher de táxi no balcão da Latam e fomos para Congonhas. Gastamos duas horas no deslocamento de um aeroporto para o outro devido ao trânsito. Estava um calor insuportável, o aeroporto lotado, uma confusão. Pedimos um voucher para o lanche no momento de despachar as malas e lanchamos já na área de embarque, pois só faltava meia hora para chamarem para o voo, que saiu com um pequeno atraso. Finalmente, chegamos em Brasília (cinco horas depois do previsto).
Então, fique atento ao tempo de conexão. Leve em conta que passará pela imigração, pelo raio x, vai pegar as malas e, talvez, despachá-las novamente. Em aeroportos grandes, duas horas é um tempo mínimo, e se o avião atrasar um pouco que seja, já era, perdeu a conexão. Sem falar que pode acontecer de você embarcar, mas a bagagem não… Para não ter prejuízos financeiros, sugiro ainda que compre todos os trechos da viagem juntos, em uma única companhia (ou cias. parceiras), pois assim a empresa aérea se responsabiliza por todas as suas despesas e realocações.
Fizemos também um voo interno de Santiago para Calama, cidade mais próxima de São Pedro de Atacama com aeroporto. Chegue com antecedência de três horas ao aeroporto de Santiago, pois a fila para check-in nos impressionou. Já a volta foi bem tranquila. O voo é de 2 horas e a vista da Cordilheira dos Andes é incrível. Observar o deserto do alto também é impressionante.
O aeroporto de Santiago fica a 30 minutos, aproximadamente. do centro da cidade e do Bairro Providência, onde nos hospedamos. Contratamos a agência BraChile, do brasileiro Alex, por indicação do também brasileiro Lucas Carvalho (de quem contratamos todos os passeios). Segundo informações que constam em diversos blogs e vídeos na internet, os taxistas locais não são muito confiáveis e os transportes por aplicativos não são regularizados. Assim, preferimos contratar uma empresa para o serviço de traslado. Muito organizada, a BraChile nos atendeu muito bem. Todo o contato foi feito pelo WhatsApp com a equipe da empresa, que inclui sua esposa .
Don Enrique, motorista da BraChile, nos levou e buscou do aeroporto para o hotel e do hotel para o aeroporto na chegada do Brasil e na ida e volta de Calama. O último transfer, voltando ao Brasil, foi feito pelo próprio Alex, que nos levou até o aeroporto e nos contou toda a sua história.
O pagamento foi feito 50% via Pix na contratação e o restante em espécie no dia em que chegamos, ambos em Real.
A reserva da hospedagem (assim como as passagens aéreas), foi feita pela Carol Lobato, proprietária da Agência Copentur Viagens.
Ficamos hospedados no Hotel Capital Bellet. Gostamos muito da localização e do atendimento. O quarto e o banheiro são pequenos, mas bem confortáveis, tínhamos tudo o que precisávamos: frigobar, tv, cofre, chaleira elétrica com sachês de chá e café, bom sistema de refrigeração, cama confortável e uma boa ducha.
Fizemos alguns passeios logo cedo, antes do restaurante abrir para o café da manhã, mas isso não foi problema. Avisávamos no dia anterior à recepção e o pessoal da cozinha preparava um kit de café da manhã para viagem, que pegávamos no horário combinado.
Mas nem tudo são flores. Não gostamos do buffet servido no restaurante; a comida estava fria e nada saborosa. Comemos lá apenas no dia em que chegamos do Brasil, já por volta das 15 horas, pois estávamos cansados e não queríamos procurar um local para almoçar. O almoço custou 23 mil CLP$ (R$ 125,00) por pessoa. Depois, caminhando pela redondeza, vimos que havia uma boa oferta de restaurantes e lanchonetes, onde pudemos comer bem melhor por 10 mil CLP$ nos dias seguintes.
O hotel estava hospedando diversas delegações estrangeiras de atletas e comissões técnicas participantes dos Jogos Pan e ParaPan-Americanos, que estavam sendo realizados no Chile.
No item “dinheiro ou cartão” já comentei sobre valores das refeições, que variam entre 8 mil CLP e 20 mil CLP em restaurantes tradicionais e fast-foods (R$ 40,00 a R$ 100,00).
Em Santiago, ficamos hospedados no Bairro da Providência, onde há muitos restaurantes e cafés. Ouvi muitos brasileiros, maioria absoluta de turistas em Santiago, reclamando da falta de opções de comida, mas nós não encontramos dificuldades para comer, pois tem muita oferta de restaurantes pela cidade.
Uma boa opção para quem não quer procurar muito é o Shopping Costanera (edifício mais alto de Santiago). A praça de alimentação de lá é dividida em duas áreas: uma de restaurantes e outra de fast food. Nunca vi uma praça de alimentação tão grande e tão movimentada quanto esta, aliás o shopping todo é muito grande e movimentado.
Um prato típico do Chile é o “lomo a lo pobre”, que pode ser com filé de frango, carne de vaca ou porco cobertos com dois ovos fritos e muita batata frita. O PF é individual, mas dá para compartilhar entre duas pessoas, pois é muito bem servido. Os peixes e frutos do mar também são muito comuns. Destaco o ceviche, o salmão e a merluza austral (diferente da merluza comum que conhecemos no Brasil, que também tem lá), muito saborosos. Tem ainda as cazuelas, os chupes, os porotos granados e as carbonadas (ensopados de legumes, carnes, milhos etc.); um cachorro-quente chamado “completo” (com abacate e chucrute); pastel de choclo (torta de milho), dentre outros. Para um lanche rápido, as empanadas são uma boa pedida (com recheios variados) ou um café com medialunas (tipo um croissant).
Além da comida, experimente as bebidas típicas: pisco, mote com huesillos, chicha, suco de framboesa e, claro, vinhos para todos os gostos e bolsos.
As cantinas italianas são boa opção para quem não gosta de variar muito. No bairro Providência tem uma franquia da casa Vapiano, onde comemos duas vezes. Almoçamos também no Restaurante Giratório que, apesar de turístico, nos ofereceu uma boa experiência tanto gastronômica quanto no ótimo atendimento.
No Chile, a propina (gorjeta) de 10% já vem na conta, mas o atendente sempre pergunta se quer inclui-la ou não. Em poucos lugares cobraram 15%.
Não vi muitos supermercados pela cidade, mas como precisávamos apenas para comprar água, não prestei muita atenção. Para comprar vinhos e qualquer outro produto, a melhor opção é o Jumbo do Shopping Costanera, que é um supermercado bem grande e movimentado. Não compramos nenhum vinho nas vinícolas que visitamos, deixamos para comprar tudo no Jumbo, que tem uma enorme variedade de produtores, preços melhores e um vendedor para auxiliar na escolha.
Nós gostamos muito de andar a pé e gastamos muita sola de sapato em Santiago, mas de vez em quando recorríamos ao transporte público e ao transporte por aplicativo. Apesar de não ser regularizado em Santiago, utilizamos o Uber algumas vezes e não tivemos nenhum problema. Utilizamos também o metrô, que é muito bom, é bem sinalizado, é fácil de entender o mapa das linhas, tem grande frequência de trens, que são incrivelmente velozes.
O cartão para o metrô pode ser comprado nas máquinas ou nas bilheterias que têm nas estações. O valor unitário do cartão é de 1.500 CLP e pode ser carregado com qualquer valor. Ele pode ser usado por mais de um passageiro desde que estejam viajando juntos. A passagem custa 750 CLP (R# 4,00), variando um pouco o valor conforme o dia da semana e o horário.
A distância entre o aeroporto de Calama e São Pedro de Atacama é de 100 km, 1h20 aproximadamente de carro.
Contratamos o traslado da empresa TransVip, também por indicação do Lucas Carvalho (de quem contratamos todos os passeios em Atacama). No aeroporto, nos dirigimos ao balcão da TransVip logo na saída do desembarque, pagamos em Peso chileno, e de lá o motorista nos levou junto com outros turistas até a van que estava no estacionamento. O trajeto até São Pedro foi bem tranquilo, feito em veículo em ótimas condições.
Na volta, enviaram todas as informações no dia anterior pelo Whatsapp, informando o nome do motorista e o horário que nos pegaria no hotel. Pagamos 25.800 CLP e volta para cada um, cerca de R$ 140,00. Resolvemos tudo via WhatsApp, pois o valor é um pouco mais baixo que o do site e o do balcão.
A reserva da hospedagem em São Pedro de Atacama também foi feita pela Carol Lobato, proprietária da agência Copentur Viagens.
Em São Pedro nos hospedamos no Hotel Don Raúl, rústico, com piscina e área de descanso ao ar livre bem aconchegante. Ótima localização, na principal rua da cidade, a Caracoles, mas longe da muvuca. Bem pertinho ficam os restaurantes, as agências de turismo e as lojas de artesanato.
O quarto e o banheiro são bem pequenos, mas cama e a ducha são confortáveis. Tem ventilador, mas não tem frigobar, tv ou qualquer outro conforto extra. A forma de construção garante o conforto térmico do quarto, nem quente, nem frio. Como passávamos o dia nos passeios, nos atendeu muito bem. Chegávamos exaustos, só queríamos tomar banho e dormir.
A maioria dos passeios começa bem cedinho, antes das 7 horas, mas o restaurante do hotel Don Raúl só serve o café a partir das 7 horas e não oferece marmita com o lanche. Fizemos a reserva com café, mas só conseguimos desfrutá-lo um dia. Conversando com outros turistas, soubemos de hotéis que servem o café a partir das 4 horas da manhã. Então, antes de reservar a hospedagem, confira o horário do serviço e reserve conforme a conveniência, pois “pagamos e não levamos”. O bom da história é que todos os passeios incluem um café da manhã delicioso lá pelas 9, 10 horas.
O almoço do restaurante do hotel tem um ótimo custo/benefício além de ser bem saboroso: são sempre duas opções de entrada, prato principal e sobremesa, por 10 mil CLP (R$ 54,00), preço muito bom para o Chile. O jantar é à la carte e o preço um pouco mais alto.
É também na rua Caracoles, mas no outro extremo, que as vans de turismo param na volta dos passeios. De lá, caminhamos até o hotel apreciando o comércio. Já na ida, os guias buscam os passageiros nos respectivos hotéis.
Em São Pedro é possível fazer tudo a pé. Andamos pela Rua Caracoles, a principal da cidade, percorremos alguns quarteirões para irmos ao supermercado e a um restaurante, e para conhecer o centro da cidade, onde ficam a prefeitura, a igreja e uma pracinha.
Já os passeios turísticos pelos parques do deserto são feitos em transporte 4×4 em roteiros privados ou em vans para grupos, que são a maioria. O guia pega os passageiros nos respectivos hotéis no horário estipulado e, ao final do passeio, deixa todos em um determinado ponto da Rua Caracoles.
Andar a pé para conhecer as cidades que visitamos é sempre a melhor escolha. Em Santiago e em São Pedro não foi diferente.
Andar por Santiago é muito agradável, pois a cidade é plana e cheia de parques, monumentos e história. A cidade é bem grande e tem muitas opções de lazer para todas as idades e bolsos. Já São Pedro de Atacama é pequena e plana, embora espalhada, concentrando as atrações praticamente em uma única rua. O forte lá são os passeios pelo deserto, visitando dunas, lagoas salgadas, vulcões, gêiser e santuários.
O roteiro básico para conhecer Santiago é oferecido por todas as agências, mas nós gostamos mesmo é de percorrer os pontos turísticos com calma. Assim, pesquisamos e fizemos uma lista do que conhecer na cidade. Três dias inteiros são suficientes para visitar os principais pontos. Se quiser entrar em alguns museus, aí vai precisar de mais uns dois dias. Em novembro de 2023, os museus, em sua maioria, estavam fechados por causa de uma greve de funcionários, uma pena.
Já para os passeios fora de Santiago e no Deserto de Atacama, resolvemos contratar uma agência de turismo. Certamente, se estivéssemos viajando por conta própria, o roteiro em Valparaíso e Viña del Mar, por exemplo, seria um pouco diferente, pois gostamos de conhecer museus, igrejas e parques, locais que não entram no itinerário das agências porque é tudo muito corrido. De qualquer modo, deu para conhecer o principal. Levamos em consideração que excursões são boas para relaxar, ouvir as histórias e curiosidades contadas pelos guias e para fazer novos amigos. Então, foi uma boa opção.
Recebemos indicações de alguns amigos e fizemos uma cotação entre as agências indicadas. Optamos por contratar a agência do brasileiro Lucas Carvalho, muito organizada e com ótimos guias, não nos arrependemos. Em Santiago, ele tem parceria com o também brasileiro Tales da @zerandoochile, que nos recebeu muito bem na Casa Zerando, em Farellones (detalhes no post do Brasília na Trilha).
Zerando o Chile
WhatsApp: +55 31 4042-7834
Site: https://zerandoochile.com.br/
Instagram: @zerandochile
Contratamos seis passeios nos arredores de Santiago (dois deles cancelados pelo mau tempo) e sete no Deserto de Atacama. Difícil foi escolher quais passeios fazer, pois há uma enormidade de opções, todas incríveis.
Aqui no blog você encontrará dicas dos tours que contratamos e também dos passeios feitos por conta própria, em posts agrupados por assunto: museus, parques e jardins, igrejas, praias, mercados, edifícios públicos, entre outros.
Muitas das atrações em Santiago são gratuitas, como os excelentes museus, os parques e jardins botânicos, feiras e mercados. Pagamos entrada apenas em dois museus, para subir no teleférico do Parque Metropolitano e no mirante Skydeck do Edifício Costanera.
Já no Atacama, vou separar os posts por passeios contratados, todos pagos.
O Palácio Itamaraty foi oficialmente inaugurado em 1970, ele é a sede do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e sua arquitetura o diferencia dos demais ministérios que compõem a Esplanada dos Ministérios, à exceção do Ministério da Justiça, que fica à sua frente, do outro lado do eixo monumental. Foi o primeiro monumento da época […]
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro – JBRJ, fundado em 1808 pelo então príncipe regente de Portugal D. João VI, é um dos cartões postais mais visitados na cidade, não apenas pela beleza de suas paisagens, mas também pela importância de seu acervo e pelas pesquisas na área da botânica ali realizadas, sob a […]
O Estádio Olímpico Nilton Santos (nome oficial desde 2017), popularmente conhecido como Engenhão ou Niltão, está localizado no Bairro do Engenho de Dentro, na cidade do Rio de Janeiro, pertencente à Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e arrendado ao Botafogo de Futebol e Regatas. Ele foi inaugurado em 30 de junho de 2007 para sediar as competições de atletismo e futebol […]
Iniciamos a viagem para o Tocantins saindo de Brasília, onde moramos, no dia 15 de outubro de 2024, na companhia (e no carro) de um casal de amigos. O destino final foi o Jalapão. Mas escolhemos conhecer a região de Serras Gerais antes, pois fica mais ou menos na metade do caminho. Foi uma grata […]
O Parque Estadual do Jalapão foi criado em12 de janeiro de 2001 e está localizado na região leste do estado do Tocantins, com quase 160 mil hectares de área. Os principais municípios do entorno são: Mateiros, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins. O parque foi batizado de Jalapão devido à abundância da flor Jalapa-do-Brasil encontrada na região, também conhecida como […]
O V12 Auto Club é o local certo para os apaixonados por carros em Brasília, onde podem se encantar com mais de 200 veículos em exposição permanente. Inaugurada em julho de 2023, em um espaço de 5 mil m², a coleção apresenta ao visitante uma enorme variedade de carros transformados ou restaurados, como Cadillacs, Kombis, […]
Não pretendo fazer este passeio, mas quem está pretendendo fazer, esta leitura tem dicas fabulosas, será muito bom! E desejo uma ótima viagem!!
Obrigado pelo comentário