Depois de conhecer Aveiro, no litoral, seguimos no dia 8 de fevereiro de 2020 para o interior de Portugal por 200 km, para conhecer Covilhã e a Serra da Estrela.
A estrada, como todas as outras de Portugal, é maravilhosa, praticamente uma reta só até Covilhã. Passamos no caminho por cidades que gostaríamos de conhecer: Viseu e Guarda, mas não dava tempo. Chegamos bem próximo da divisa com a Espanha, a apenas 40 km.
Nosso objetivo principal era conhecer o Parque da Serra da Estrela, mas precisávamos escolher um local como base. Poderíamos nos hospedar em alguma pequena cidade ou em alguma pousada isolada dentro do Parque. Mas optamos por uma cidade um pouco maior, com infraestrutura melhor e com pontos de interesse para conhecermos. Covilhã atendia a esses requisitos. A cidade está localizada praticamente na divisa com o Parque. Na mapa abaixo é possível ver a dimensão do Parque da Serra da Estrela.
Chegamos em Covilhã (ou na Covilhã, como dizem os portugueses) umas 4 horas da tarde e fomos direto para o hotel. Covilhã tem o centro histórico bem separado da região mais nova da cidade. Escolhemos o Hotel Santa Eufemia que fica entre a parte nova e o centro histórico (2 km de distância apenas). O Hotel é grande e antigo, bem movimentado no final de semana, nos atendeu muito bem – bom custo/benefício. Abaixo, foto tirada da varanda do nosso quarto no nono andar (último andar).
Como sempre, saímos em seguida para fazer o reconhecimento da cidade. O tempo estava bem ruim, mas não foi problema. Estacionamos o carro em um estacionamento coberto e pago, que fica antes da Igreja da Misericórdia (à esquerda, no subsolo), em frente ao Hotel Solneve. É bem difícil encontrar uma vaga para estacionar no centro, o melhor mesmo é este estacionamento. Além disso, as ruas são muito estreitas, carros médios passam, mas podem não conseguir dobrar uma esquina, e ter que voltar de ré não é uma boa opção (passamos este sufoco).
Situada na Praça do Município, próxima à Câmara Municipal.
A Igreja foi construída no final do século XVI e tem características maneiristas e barrocas. Na fachada, destacam-se as imagens das 3 virtudes: esperança e caridade, logo acima do portal, e a fé no topo da igreja. Ainda na fachada, no centro da estrutura triangular, está a imagem de Nossa Senhora do Pópulo.
No interior, o altar-mor é em talha escura. No centro do altar, Nossa Senhora da Misericórdia. O teto foi pintado no século XX.
Em frente à Igreja está a estátua de D. Luis I, Rei de Portugal (1861-1889). Em 1870, durante seu reinado, assinou um decreto elevando a Vila de Covilhã a cidade.
Do outro lado da rua está a Câmara Municipal, um centro de apoio ao turista, uma confeitaria bem movimentada, a Nata Lisboa, e a estátua de Pêro da Covilhã, que foi um diplomada e explorador português.
Seguimos por mais 300 metros para conhecer a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e o Museu de Arte Sacra.
Igreja de Nossa Senhora da Conceição
Está localizada em frente ao Largo Infantaria 21.
É o segundo templo mais antigo da cidade. Pertencia ao Convento de São Francisco. Sua fachada é predominantemente barroca com um portal gótico, aproveitado da igreja anterior.
Alguns metros à frente está o Jardim do Município e o Museu de Arte Sacra, muito bem cuidados.
A entrada é de graça e o museu é bem interessante, vale a pena conhecer.
O edifício foi construído em 1921 e lá morou Maria José Vaz de Macedo Alçada, que o doou em testamento para o Município. Em 2011 a Câmara Municipal projetou e implantou o Museu.
O Museu católico apresenta de uma forma didática:
O acervo do Museu é composto por imagens sacras, retábulos, relicários, altares, crucifixos, livros e documentos raros, ourivesaria, mobiliário, telas, objetos religiosos e paramentos litúrgicos do século XII ao XX.
O Museu conta ainda com exposição temporária e um pequeno jardim interno com vista para cidade.
Final do dia chegando e o reconhecimento da cidade feito. Hora de procurar um restaurante para jantar e depois voltar para o hotel. Recebemos uma indicação de um restaurante italiano Mamma Mia. A impressão que tivemos é de que é bastante frequentado pelos estudantes da Universidade Beira Interior, que é ali perto. Preço, atendimento e pizza ótimos. Está localizado próximo da Igreja de Nossa Senhora de Fátima (onde estacionamos o carro), na Avenida da Universidade, em frente à Rotunda do Rato.
Dia 9 de fevereiro, nosso segundo dia em Covilhã. Este dia foi reservado apenas para a cidade, pois o destino do dia seguinte seria o Parque da Serra da Estrela.
Primeiro, fomos a alguns lugares de carro: Monumento Jardim Nossa Senhora da Conceição, Igreja de Nossa Senhora de Fátima e Capela de Santa Cruz do Calvário.
Monumento Jardim Nossa Senhora da Conceição
Saindo do hotel sentido centro histórico, na Rotunda do Rato, viramos à esquerda (em frente, mantendo a direita, é o caminho para o centro histórico). São apenas 600 metros à frente da Rotunda pela Rua Morais do Convento. Paramos rapidamente para tirar algumas fotos do Jardim e da vista da cidade. Na ponta do jardim, em um pedestal, está a imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Voltamos até a Rotunda do Rato e a contornamos, agora no sentido centro histórico. Alguns poucos metros à frente, viramos à esquerda para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima.
Igreja de Nossa Senhora de Fátima
Foi inaugurada em 1947 seguindo o estilo maneirista. No local, em 1730, era a Capela do Senhor da Ribeira, com o mesmo estilo, posteriormente destruída.
De carro ainda fomos conhecer a Capela de Santa Cruz do Calvário.
Capela de Santa Cruz do Calvário
Infelizmente estava fechada. Uma senhora do Museu de Arte Sacra nos informou que ela é aberta apenas para visitas guiadas e agendadas previamente.
É uma Capela do século XV, situada na parte mais alta da cidade. Desconhece-se ao certo o ano em que foi erguida, porém, alguns autores apontam para uma construção primitiva pelo Infante D. Henrique e mais tarde, nos finais do século XVI, restaurada pelo Infante D. Luis. Em 1998 passou por mais uma restauração. A capela é de construção simples, estilo renascentista. No exterior, observam-se dois alpendres com colunas toscanas e um púlpito.
Descemos de carro até o estacionamento, o mesmo que usamos no dia anterior, próximo da Igreja da Misericórdia, para continuar o passeio a pé. Sugiro que o carro seja deixado neste estacionamento no início do passeio. Não vale a pena se aventurar de carro pelas ruas estreitas da cidade histórica.
Igreja de Santa Maria Maior
Igreja do século XVI, reedificada entre 1872 e 1876. A fachada atual, em estilo barroco, foi revestida de azulejos azuis e brancos em 1943, representando a vida da Virgem Maria. Era conhecida, no passado, como a Capela de Santa Maria do Castelo.
Em seu interior há 11 altares, sendo cinco dedicados à Nossa Senhora, representada em nove imagens distintas.
Andamos um pouco pela cidade sem um destino certo, apenas observando tudo. Não passaram desapercebidas as diversas pinturas nos muros, o que não é comum nas cidades de Portugal que já visitamos.
Depois de visitarmos várias igrejas, mudamos o foco para conhecer alguns recursos de melhoraria da mobilidade dos pedestres em Covilhã, diminuindo as distâncias. Conhecemos três locais que, além de atender à população, também são atrações turísticas: o Elevador do Jardim Público conjugado com a Ponte da Ribeira da Carpinteira, o Elevador da Goldra e o Elevador de Santo André.
Elevador do Jardim Público e Ponte da Ribeira da Carpinteira
Na realidade são dois recursos de mobilidade independentes, mas que juntos diminuem mais ainda as distâncias.
A Ponte foi inaugurada em 2009 e tem 220 metros de extensão, 4 metros de largura e 52 metros de altura, no ponto mais alto. Ela liga o Bairro dos Penedos Altos (onde tem uma piscina coberta municipal) ao elevador, Rua Marquês de Ávila e Bolama.
Considerada uma das pontes pedonais mais impressionantes de Portugal com um caminho em ziguezague muito acima do vale da Ribeira da Carpinteira. Esta obra recebeu ao longos dos últimos anos vários prêmios mundiais.
Já o elevador sai do final da Ponte na Rua Marquês de Ávila e Bolama e vai até o Jardim do Município, onde está o Museu de Arte Sacra. Ele foi inaugurado em 2015.
Antes de seguir para o Elevador da Goldra paramos para almoçar no Restaurante Zé do Sporting, próximo da Igreja da Misericórdia. Gostamos do local e recomendamos.
Inaugurado em 2009, liga a Rua Marquês de Ávila e Bolama (Via N339 – parte baixa, próximo da Universidade e ao elevador da Goldra), à Rua Antônio Augusto de Aguiar na parte alta, onde está o Mercado Municipal, o Relógio de Sol e o Miradouro Porta do Sol. É o principal acesso ao Centro Histórico.
Era domingo e ele não estava funcionando. Outra opção é usar a escada lateral.
A apenas 100 metros de distância do Elevador de Santo André está o Elevador da Goldra.
Inaugurado em 2013. O acesso pela parte alta está localizado bem próximo do Museu de Lanifícios e da Universidade da Beira Interior na Rua Marquês de Ávila e Bolama (Via N339). Já o acesso pela parte baixa é feito pelo Jardim da Goldra.
Na saída do segundo pavilhão do Museu de Lanifícios, virando à direita, chega-se ao elevador (parte baixa), cujo uso é gratuito. Estava funcionando normalmente no domingo.
Achei muito interessante conhecer estes aparelhos urbanos voltados para a mobilidade das pessoas, porém, me chamou a atenção o vandalismo e a falta de manutenção. Em toda a viagem foi apenas em Covilhã que percebi este problema.
O destino seguinte foi o Museu de Lanifícios, poucos metros à frente do Elevador da Goldra, na Universidade de Beira Interior.
Museu de Lanifícios ou Muslan
Pertence à Universidade da Beira Interior. A entrada é paga e vale para os dois pavilhões (2 euros apenas). Único local pago que visitamos em Covilhã. Reserve de uma a duas horas para visitá-lo com calma.
O Museu foi instituído em 1989 com a finalidade de preservar a área das tinturarias da Real Fábrica de Panos, fundada pelo Marquês de Pombal em 1764.
O lanifício é uma das mais antigas indústrias humanas, pois a tecelagem da lã era uma questão de sobrevivência. Covilhã oferecia as condições ideais para a instalação da indústria, pois as ovelhas tinham pasto no verão na serra, água de qualidade, devido às várias nascentes, e a lenha da mata para as fornalhas. Com o tempo, firmou-se com a produção de excelente qualidade e grande expressão artística dos produtos ali confeccionados.
O acervo deste Museu está dividido em dois pavilhões: Real Fábrica de Panos e Real Fábrica Veiga, além das Râmolas de Solo.
No Museu é possível conhecer toda a evolução do trabalho com a lã, bem como o maquinário empregado em todo o processo. Para conhecer mais sobre o Museu clique aqui.
O dia estava chegando ao fim quando saímos do Museu. Pegamos o carro no estacionamento e, antes de voltar ao hotel, fomos conhecer a parte mais nova da cidade. Demos uma volta de carro e fomos ao Serra Shopping fazer um lanche e comprar algumas coisas no Supermercado Continente. Lugar agradável, com estacionamento gratuito no subsolo.
Dia 10 de fevereiro – reservamos o dia para conhecer o Parque da Serra da Estrela, que vou postar separadamente.
No final do dia passamos novamente no centro histórico de Covilhã para lanchar na Brasil Uai, confeitaria recém inaugurada, do lado oposto à entrada do estacionamento. Fomos comer pão-de-queijo, coxinha, brigadeiro, tomar café e conversar com os donos, um casal de brasileiros aposentados que se mudou para Covilhã porque a filha foi estudar medicina lá.
No dia 11 de fevereiro, antes de seguirmos para a próxima cidade, fomos de carro conhecer o Mercado Municipal, o Miradouro da Porta do Sol, o Relógio de Sol, uma parte das muralhas e, lógico, apreciar a vista de lá. Passamos muito rápido por esta região.
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