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    Great Ocean Road – Austrália

    A família Brasília na Trilha estava completa nesta viagem à Austrália: minha esposa e eu, nosso filho (que mora em Melbourne) e nossa filha (que mora em Lisboa). Passamos mais de um mês hospedados em Melbourne e fizemos duas viagens curtas: uma de avião para Sydney e outra de carro pela Great Ocean Road.

    A Great Ocean Road (B100) é uma rodovia na Austrália que liga as cidades de Torquay e Allansford, ambas no estado de Victoria. A estrada tem uma extensão total de 243 km, margeando o Oceano Pacífico, na costa sudoeste do país. Foi construída por soldados do exército australiano entre 1919 e 1932. Veja no mapa abaixo o trajeto desta rodovia.

    A estrada é sinuosa, tem pista asfaltada simples em boas condições, está toda sinalizada e a paisagem é simplesmente maravilhosa. Durante o trajeto, passamos por pequenas cidades, praias desertas, florestas, faróis e por um dos cartões postais da Austrália, os 12 Apóstolos (um conjunto de formações rochosas de até 70 metros de altura).

    Percorremos quase toda a Great Ocean Road, fomos até Port Campbell, faltaram apenas 50 km para chegarmos ao final, em Allansford. Na volta, optamos por pegar estradas interioranas, onde encontramos também bonitas paisagens e grandes planícies verdes com gado e ovelhas pastando, mas nada que se compare ao que vimos pela Great Ocean Road.

    No total, percorremos 550 km aproximadamente. Veja no mapa abaixo o roteiro que fizemos.

    Planejamento

    Optamos por fazermos o passeio por conta própria alugando um carro. Reservamos duas diárias no site da Rentalcars com uma semana de antecedência. O seguro da franquia foi da Rentalcover, ofertado no mesmo site da Rentalcars. Escolhemos a locadora Green Motion Melbourne City, localizada no Hotel Pullman (próximo ao Fitzroy Gardens), no centro da cidade, onde estávamos hospedados, pois o aeroporto é longe em Melbourne. Foi uma ótima opção, porque tivemos liberdade para fazermos várias paradas onde nos interessava mais e ficarmos o tempo desejado em cada uma delas.

    A vontade era passar vários dias nessa rota, mas nosso filho estava trabalhando e não tinha férias no período. Além disso, já estávamos pagando um apartamento em Melbourne, ficar muitos dias fora pagando outra hospedagem ficaria muito caro. De qualquer modo, era inverno, portanto, o objetivo não era curtir as praias, mas apenas apreciar a paisagem, dois dias foram suficientes.

    Saímos de casa cedo no dia 15 agosto de 2023, um sábado, e retornamos para Melboune no dia seguinte, chegando por volta das 19 horas. O carro só foi devolvida na segunda-feira pela manhã porque a locadora do centro da cidade fecha mais cedo aos domingos. Isto não foi problema, pagamos apenas duas diárias da mesma forma.

    Um detalhe importante: na Austrália, o trânsito tem a mão inglesa, ou seja, é preciso dirigir do lado esquerdo da via. E o volante fica do lado direito na maioria dos veículos. Eu não estava muito à vontade, então, quem dirigiu foi nosso filho, que já tinha experiência.

    Pernoitamos no Hotel Waterfront Motor Inn, localizado às margens da rodovia Great Ocean Road, em Apollo Bay, mais ou menos na metade do caminho de nosso roteiro. Foi uma ótima opção. Ficamos em um chalé com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Compramos alguns itens no supermercado para o café do dia seguinte, pois o hotel não servia café da manhã; se preferir, há um bom comércio nas imediações, onde se encontram algumas cafeterias. A reserva foi feita pelo Booking.

    A viagem

    A viagem foi sensacional, as paisagens são belíssimas e tudo isso acompanhado de um céu azul espetacular, céu de brigadeiro.

    Foram dois dias de passeio. Confira abaixo o roteiro do 1º e do 2 º dias.

    Veja os mapas abaixo com os trajetos percorridos: os dois primeiros mapas mostram os trechos pela Great Ocean Road (mapa 1, primeiro dia; mapa 2, segundo dia) e no terceiro mapa mostra o trajeto de Port Campbell até Melboune.

    Torquay

    Torquay está a 100 km de Melbourne e é a porta de entrada para a Great Ocean Road. A pequena cidade tem aproximadamente 15 mil habitantes e é famosa no mundo todo pelo surfe.

    Estacionamos o carro na avenida The Esplanade, em frente a Torquay Beach, e fizemos uma pequena caminhada pelo calçadão e pela praia, tirando muitas fotos e admirando o local.

    Já estava próximo do meio dia quando bateu a fome, atravessamos a avenida e entramos no primeiro café que encontramos aberto, o Pond Cafe, uma boa opção.

    Pond Cafe
    Pond Cafe

    Seguimos uma curta distância para conhecer o outlet Surf City Plaza, onde encontramos marcas como Rip Curl, Quiksilver, Strapper, Gash e Rojo. Alguns dos maiores nomes do surfwear e acessórios começaram em Torquay e muitas delas encontramos neste centro comercial dedicado ao esporte.

    Bells Beach

    As praias de Torquay são frequentadas pelos apaixonados pelo surfe. A mais famosa e conhecida mundialmente é Bells Beach, localizada em uma reserva ecológica a 10 km de Torquay, para onde seguimos depois de conhecermos o outlet.

    Para acessar o mirante e a praia de Bells Beach saímos uns 4 km da Great Ocean Road. Estacionamos o carro e seguimos por uma passarela de madeira para apreciar a bela vista.

    Depois de muitas fotos descemos por uma escada de madeira até a praia e caminhamos por toda a sua extensão. No final da praia pegamos uma trilha de volta ao estacionamento.

    Bells Beach é uma importante praia de surfe, sede do Clássico de Surfe de Bells Beach desde 1961, evento que se tornou competição profissional em 1973. Atualmente, a praia sedia uma das etapas do Circuito Mundial de Surfe.

    Muitos surfistas locais e grupos conservacionistas fizeram forte campanha pela inclusão de Bells Beach no Parque Nacional Marinho. Assim, Bells Beach integra hoje o Point Addis Marine National Park, com 4.420 hectares, sendo o terceiro maior entre os Parques Nacionais Marinhos de Victoria. Está localizado entre a costa acidentada de Torquay e Anglesea. Além de várias praias e falésias, o parque é um local popular para caminhadas costeiras e passeios, onde se aprende sobre os Wadawurrung. A tradição indígena indica que este parque faz parte do país Wadawurrung e que seu povo tem uma longa associação com esta região. Adjacente ao parque, encontra-se o Parque Nacional Great Otway.

    Point Addis Beach

    De Bells Beach retornamos para a Great Ocean Road percorrendo apenas 300 metros, e deixamos a estrada novamente para percorrer mais 3 km até Point Addis Beach. Caminhamos também por uma passarela de madeira que nos conduziu até o mirante para mais uma vista maravilhosa.

    Esta região toda também faz parte do Point Addis Marine National Park.

    Point Addis Marine National Park
    Point Addis Marine National Park

    Split Point LighthouseEagle Rock Marine Sanctuary

    Saindo de Point Addis Beach seguimos por mais 20 km pela Great Ocean Road até o Farol Split Point – localizado em Aireys Inlet, uma pequena cidade à margem da rodovia.

    A construção do farol de Split Point em 1891, originalmente chamado de Eagles Nest Point, foi um dos últimos investimentos da Colônia de Victória, com o objetivo de tornar mais segura a navegação pelo Estreito de Bass e contribuindo para o desenvolvimento da Austrália colonial.

    O farol está localizado entre Cabo Otway e Point Lonsdale. Ele tem 34 metros de altura e fica a 66 metros acima do nível do mar. O sistema original de lentes e prismas ainda funciona. O feixe de luz é visível numa noite clara a cerca de 33 km mar adentro. A luz pisca quatro vezes durante 30 segundos, repetindo após um intervalo de 10 segundos.

    O farol fica aberto todos os dias. Os passeios devem ser pré-agendados no site do Split Point e podem ser autoguiados ou conduzidos por funcionários que contam histórias dos faroleiros e dos primeiros naufrágios, explicam a operação dos sistemas de luz e de comunicação, entre outras curiosidades. A área ao redor tem acesso livre, mas paga-se para subir no farol. Estava fechado quando passamos por lá.

    O Split Point é conhecido pelos locais como White Queen (Rainha Branca). Já foi descrito na literatura e já foi cenário de filme de cinema e de televisão.

    Estacionamos o carro e caminhamos uns 500 metros até o farol, passando pelo café The Lighthouse Tea Rooms. Assim que passamos ao lado do farol seguimos uma passarela para o Mirante Eagle Rock, onde contemplamos a bela Fairhaven Beach e Eagle Rock Marine Sanctuary. No caminho entre o farol e o mirante vimos muitas placas com informações sobre o clima, a maré, a fauna marinha, o santuário marinho, o vulcão, dentre outras.

    Fairhaven Beach
    Eagle Rock Marine Sanctuary

    Esta parte da costa foi formada entre 24 e 29 milhões de anos atrás, quando um vulcão entrou em erupção perto da atual enseada de Aireys. À medida que a lava esfriou, as rochas basálticas permaneceram. Com o tempo e com a mudança no nível do mar, novos sedimentos foram depositados no topo do basalto. Posteriormente, com a erosão, ergueram-se as enormes formações rochosas que vemos hoje no santuário marinho, como Eagle Rock, com 20 metros de altura, e Table Rock.

    O Eagle Rock Marine Sanctuary tem 17 hectares, circunda Split Point, e se estende por 300 metros da costa mar adentro, e pouco mais de 700 metros ao longo da costa. Faz parte de uma rede de parques nacionais marinhos e santuários que protegem cerca de cinco por cento do ambiente marinho de Victoria.

    Surf Coast Walk
    Surf Coast Walk

    Escrevendo agora para o blog verifiquei que há muitas opções de passeios nesta região, incluindo uma trilha de 44 km chamada Surf Coast Walk, que pode ser feita a pé ou de bicicleta.

    LorneTeddy’s Lookout

    Teddy’s Lockout foi o destino seguinte, localizado a apenas 20 km de Split Point. Neste trecho da Great Ocean Road passamos bem próximo do mar, vistas incríveis.

    O Teddy’s Lookout fica na pequena cidade de Lorne. Basta seguir uma curta distância de carro até o final da George Street para desfrutar de uma das vistas mais bonitas da região.

    Estacionamos o carro e fizemos uma caminhada bem pequena até o mirante. A vista é espetacular. De lá é possível ver o Bass Strait (estreito de Bass), que separa o estado da Tasmânia do continente Australiano, mais especificamente a costa de Vitória; a foz do Saint George River; uma extensa mata e a Great Ocean Road (alguns minutos depois passamos neste trecho que avistamos do alto).

    Do local onde estacionamos o carro partem algumas trilhas pequenas (entre 1,5 e 3 km). A região também oferece muitos outros atrativos, como cachoeiras, praias e parques.

    Kennett River

    Kennett River é outra pequena cidade no caminhho e nossa última atração do dia antes de Apollo Bay (onde dormimos), distante apenas 34 km de Teddy’s Loockout. Seguimos pela estrada bem junto ao mar, parando quando possível para tirar algumas fotos. Logo no início deste trecho paramos por uns cinco minutos por causa de uma obra na estrada (que já havíamos observado do mirante Teddy’s Loockout). Com a vista que tínhamos dali, ninguém reclamou.

    Kennett River é conhecida pelas vistas panorâmicas da costa, pela observação de baleias, pelo Parque Nacional Great Otway, pelo surfe, pela variedade de pássaros (cacatuas, papagaios, corujas, roselas, entre outros) e pela observação de coalas. Apesar da população de coalas ter diminuído em todo o país, Kennett River ainda é considerado um dos melhores lugares na Austrália para vê-los na natureza.

    Estacionamos o carro ao lado do Kafe Koala e seguimos a pé por uma estrada com mata dos dois lados, observando atentamente cada árvore a procura dos coalas. Sabem quantos vimos? Nenhum. Frustração total. Mas a paisagem compensou.

    Kennett River é mais uma região com muitos atrativos, vale a pena programar algumas atividades ali.

    Apollo Bay

    Apollo Bay, outra pequena cidade da Austrália, com população em torno de 2 mil habitantes. É até difícil acreditar que cidades tão pequenas sejam tão desenvolvidas, com ótima infraestrutura. Aqui finalizamos nosso primeiro dia de passeio. Chegamos por volta de 17 horas e fomos direto para o Hotel Waterfront Motor Inn, já comentado anteriormente no item “Planejamento”.

    Descansamos um pouquinho e saímos a pé para conhecer a região. Percorremos um bom trecho à direita do hotel e, na volta, paramos para comer na Hamburgueria Pit Stop Bros (tem uma filial na cidade de Lorne também). Gostamos muito da escolha. Em seguida, passamos no supermercado IGA Apollo Bay para comprar o café da manhã. Já no hotel, planejamos o passeio do dia seguinte.

    Os meninos acordaram cedinho e foram para a praia em frente ao hotel só para ver o sol nascer.

    Amanhecendo em Apollo Bay
    Apollo Bay Beach
    Espetáculo em Apollo Bay
    E o sol brilhou o dia todo em Apollo Bay

    Com o sol reinando, eles voltaram para o hotel, tomamos café e juntos saímos para uma caminhada até Apollo Bay Beach e o parque em frente, o Apollo Bay Skatepark (chamado também de Old Jetty Skatepark porque fica no local onde era o antigo cais de Apollo Bay, no final do século XIX). O céu estava com um azul maravilhoso, tão bonito como o céu de Brasília, onde moramos.

    Voltamos para o hotel, arrumamos as mochilas e por volta das 9 horas já estávamos na Great Ocean Road novamente, para o próximo destino, o Cabo Otway.

    Cape Otway Lighthouse (Farol Cabo Otway)

    O Cabo Otway fica a 30 km de Apollo Bay e, diferente dos dois últimos trechos da Great Ocean Road, desse trecho não era possível avistar o mar, mas mesmo assim a paisagem era muito bonita, e o verde da mata contrastava com o céu azul.

    A intenção era conhecer o segundo Farol mais antigo da Austrália e o mais antigo de Victoria (1848), o Farol do Cabo Otway, chamado também de ‘Farol da Esperança’. Ele fica a 90 metros acima do oceano, sobre imponentes falésias, onde o Estreito de Bass e o Oceano Antártico se unem.

    Chegando a Cape Otway
    Lighthouse – entrada
    Loja de lembrancinhas

    Estacionamos o carro e fomos à bilheteria comprar os ingressos (19,50 dólares australianos, cerca de R$ 65,00), único atrativo pago em nossa rota. Demos sorte, pois chegamos exatamente na hora em que o parque abria, 9h30, fomos os primeiros a entrar. A lojinha de souvenir fica ao lado.

    Monumento na entrada do Cape Otway
    Mapa do Cabo Otway

    Assim que entramos vimos algumas placas com indicações dos atrativos, como uma trilha de apenas 1,5 km, que não tivemos tempo para percorrer. Achei interessante também o monumento da entrada: um barco espatifado nas rochas, representando a importância da sinalização para a navegação – oito navios naufragaram ao longo da costa do Cabo Otway.

    Cape Otway foi um dos locais que ficamos mais tempo, cerca de 2 horas. Veja na foto do mapa acima os atrativos locais: Dinosaur Hutt, Whale informafion Area, Telegraph Station, World War II Radar Bunker, Flogstaff, Radar Lookout, Frederick Valentich, The Keeping Place, Weather Station Site, Talking Hut, Head Lightkeeper’s House, Picnics, Eric the Red Anchor, The Original Workshop & Living Quarters, Lighthouse & Beacon, Lighthouse Lodge, Assistant Lightkeepers’Residence & Cafe.

    Destaco o Farol e a Estação de Telégrafo.

    Antes da comunicação por rádio, bandeiras de sinalização eram usadas para fazer contato com os navios que passavam pelo Cabo Otway a caminho de Melbourne, Sydney e Brisbane. Cada bandeira representa uma única letra do alfabeto ou tem um significado específico. Elas eram hasteadas no grande mastro em frente à Estação Telegráfica. Bandeiras de sinalização são usadas até hoje.

    Nesta casa museu há uma tabela com as bandeiras e seus significados e outra com os caracteres do código morse, além de mobiliários de época, quadros e muita história.

    Twelve Apostles (Doze Apóstolos) e Gibson Steps

    Twelve Apostles (12 Apóstolos) é o local mais famoso e procurado por quem trafega pela Great Ocean Road. De Cape Otway até lá foi o trecho mais longo que percorremos sem parar: 72 km, apreciando apenas a paisagem da janela do carro.

    Great Ocean Road
    a caminho dos 12 Apóstolos

    A infraestrutura do Centro de Visitantes é muito boa: amplo estacionamento, cafeteria, loja e banheiros. Funciona sete dias por semana, das 10 às 17 horas. Antes de sairmos para o passeio observamos os mapas nas paredes, enquanto tomávamos um chocolate quente. Próximo do estacionamento tem um heliponto, de onde saem helicópteros para voos panorâmicos.

    Estacionamento do
    Centro de Visitantes
    Voo panorâmico

    Além dos 12 Apóstolos, há uma outra atração no local: Gibson Steps. Assim que sair do Centro de Visitantes verá a indicação para os dois atrativos, ambos imperdíveis (mapa abaixo).

    12 Apóstolos e Gibson Steps
    Para se localizar

    Para os 12 Apóstolos basta seguir o caminho calçado de cerca de 1 km (ida e volta) passando por baixo da rodovia.

    Siga a placa para os 12 Apóstolos
    Passagem sob a rodovia
    Já dá para ver o mar

    Afinal, o que são os 12 Apóstolos? São enormes estruturas calcárias formadas durante milhões de anos, situadas na costa do Oceano Antártico, no Parque Nacional de Port Campbell, que podem ser vistas no mar ou na areia, conforme a maré.

    Na verdade, nunca houve 12 estruturas de pedras no local, e elas nem sempre foram chamadas de Apóstolos. Antes, foram chamadas de Porca e Leitão, mas não permaneceram com este nome por muito tempo. No início do século XXI, havia nove dessas rochas. Em 2005, uma delas desabou e outra desabou em 2009. Assim, apenas seis dos Apóstolos são visíveis do mirante principal, enquanto o sétimo está localizado a vários metros dali. Não se sabe ao certo porquê recebeu o nome de 12 Apóstolos. De qualquer modo, são estruturas impressionantes e de rara beleza.

    Para Gibson Steps
    Trilha para Gibson Steps
    Passagem sob a rodovia

    Já o caminho para Gibson Steps é uma trilha de 2,2 km (ida e volta) à esquerda, paralela à rodovia. Para quem não quiser ir andando é possível ir de carro, voltando uns 2 km no sentido Cape Otway. Chegando ao pequeno estacionamento (tanto de carro como caminhando), é só seguir por uma trilha menor. Embora seja possível ir de carro, achei bem interessante percorrer o trecho a pé, apesar das placas de advertência da existência de cobras na região.

    Gibson Steps é uma área de falésias, seu nome refere-se à escada de 86 degraus que leva a Gibson Beach, de onde se tem vistas incríveis dos “Apóstolos” Gog e Magog, além da praia. Aprecie também a vista do mirante.

    Loch Ard Gorge

    Loch Ard Gorge (desfiladeiro ou garganta do lago Ard) foi o destino seguinte, a apenas 4 km dos 12 Apóstolos. Depois de contemplar as badaladas estruturas de pedra, pensamos que o restante já não seria tão interessante, ledo engano, mais um local sensacional.

    Loch Ard Gorge também está inserido no Parque Nacional de Port Campbell. Ao longo das trilhas há várias placas sobre a história, a geologia e as características da região. Infelizmente, nosso tempo não seria suficiente para conhecer tudo, apesar das trilhas serem relativamente curtas. Conhecemos The Razorback, Loch Ard Gorge e The Island Archway.

    Trilhas
    levam a vistas
    deslumbrantes

    O desfiladeiro de Loch Ard recebeu este nome em razão do clipper Loch Ard (navio mercante de meados do século XIX, projetado para velocidade) ter naufragado na região em 1878, perto do final de uma viagem de três meses da Inglaterra a Melbourne. Dos 54 passageiros e tripulantes, apenas dois sobreviveram, ambos com 19 anos de idade: Thomas Pearce, um dos aprendizes do navio; e Eva Carmichael, uma irlandesa que estava emigrando com a família. 

    De acordo com memoriais no local, Pearce foi levado à costa pela maré e, com a ajuda de pastores, resgatou Carmichael da água após ouvir seus gritos de socorro. Três meses após o desastre que ceifou a vida de sete membros de sua família, Carmichael retornou à Irlanda. Pearce foi aclamado como herói. Existe ainda no local um cemitério onde alguns dos náufragos foram enterrados, embora o corpo da maioria nunca tenha sido encontrado.

    Só foi possível ver o desfiladeiro do alto, pois o acesso à praia estava interditado por questões de segurança.

    Neste local foram feitas cenas do filme The Pirate, de 1982, e também da série de TV de 1999, Jornada ao Centro da Terra

    Uns 100 metros à frente está Island Archway, onde há um mirante em homenagem aos sobreviventes, de nome “Tom e Eva” (amplie e veja no mapa acima o local do mirante).

    Island Archway

    Percorrendo mais uma trilha chegamos a Razorback, onde tiramos mais algumas fotos e retornamos para o estacionamento, sabendo que tinha muito mais para conhecer.

    Razorback
    Razorback

    Port Campbell

    Port Campbell foi o ponto final de nossa viagem pela Great Ocean Road, localizada a menos de 10 km de Loch Ard, uma minúscula cidade, com menos de mil habitantes. O porto e a cidade têm o nome do Capitão Alexander Campbell, um baleeiro e colono da região de Port Fairy. A cidade é outra opção de hospedagem para quem quer conhecer a região dos 12 Apóstolos.

    Chegamos em Port Campbell por volta das 15 horas, abastecemos o carro, almoçamos o tradicional fish & chips e tiramos algumas fotos. Por volta das 16 horas já estávamos na estrada, voltando para Melbourne, agora por outra rodovia.

    Local do almoço
    Burger ou fish & chips?
    Fish & chips!
    Port Campbell é bem
    simpática
    e pitoresca

    A viagem de volta foi bem agradável, estrada boa, bonitas paisagens e um belo pôr do sol na chegada a Melbourne. Depois de 3 horas na estrada, às 19 horas já estávamos em casa.

    Foi uma viagem de dois dias apenas, mas muito intensos, com paisagens maravilhosas, que ficaram eternizadas em nossa memória e agora neste blog.

    Na mesma noite de retorno a Melbourne, 16 de agosto de 2023, estava sendo realizada a semifinal da Copa do Mundo de Futebol Feminino, um jogaço entre Austrália x Inglaterra. Assim que chegamos de viagem fomos até a Federation Square, a um quarteirão apenas de onde estávamos hospedados, em frente à Flinders Street Station, onde foi montada uma estrutura com telões para a população acompanhar os jogos. Até tentamos assistir ali a partida, mas estava tão cheio o local, que a cavalaria da polícia bloqueou a entrada. Então, voltamos e assistimos o jogo em casa. Lamentavelmente, a seleção australiana perdeu.

    Flinders Street Station em frente a Fed Square
    Torcedores lotaram a Federation Square
    Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023
    Federation Square ficou lotada de torcedores

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