A Igreja de São Roque está localizada na Freguesia Misericórdia, numa zona de transição para o Bairro Alto, no final da Rua da Misericórdia, que começa na Praça Luís de Camões (post do Brasília na Trilha) e termina no Largo Trindade Coelho (post do Brasília na Trilha). Está ao lado do Museu de Arte Sacra de São Roque (post do Brasília na Trilha). Conheça um pouco mais de sua história no Wikipédia.

A melhor forma de se chegar à igreja é de metrô pela Estação Baixa-Chiado (linha azul e linha verde), que está a 350 metros da igreja, mas atenção, a estação tem saída pela Baixa e pelo Chiado. Para sair no Chiado suba a impressionante e extensa escada rolante (esta é a estação de metrô mais profunda de Lisboa).

Se estiver na Baixa também pode subir pelo Elevador da Glória e, se tiver disposição, pela Calçada da Glória. Outra opção também é subir pelo Elevador de Santa Justa (o mais famoso de Lisboa), passar pelo Largo do Carmo e caminhar mais 300 metros até a igreja. Nós preferimos ir a pé, pois há muito a se apreciar no trajeto.

A igreja fica entre a Praça Luís de Camões (300 metros) (post do Brasília na Trilha) e o Miradouro de São Pedro de Alcântara (250 metros) (post do Brasília na Trilha).

A Igreja de São Roque é administrada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que tem sua sede praticamente ao lado, no mesmo Largo Trindade Coelho (post do Brasília na Trilha).

É uma igreja com a fachada bem simples e o interior maravilhoso.  Não costumo comparar igrejas, pois cada uma tem sua importância e seu estilo, porém, essa de São Roque é sem dúvida uma das mais bonitas de Lisboa.

O texto a seguir extraí do site do Museu/Igreja e explica muito bem a origem da Igreja: 
“No início do século XVI, encontrava-se neste local, junto à antiga muralha fernandina, um cemitério onde eram sepultadas as vítimas da peste. Sendo conhecidos em toda a Europa Meridional, os milagres de São Roque contra este flagelo, em 1506 o rei D. Manuel I solicitou a Veneza uma relíquia deste santo, a fim de proteger a população de Lisboa. Para a veneração da relíquia, foi construída pelos habitantes da cidade uma ermida junto ao cemitério dos pestíferos.

Em 1540, a Companhia de Jesus chega a Portugal, a convite do rei D. João III, e inicia a partir de Lisboa a sua atividade missionária, tendo escolhido o espaço da antiga ermida de S. Roque para a construção da sua primeira Igreja e Casa Professa.

Em 1553, é concedida à Companhia de Jesus a posse da ermida, procedendo-se, doze anos mais tarde, à construção da Casa Professa e da Igreja de São Roque, sede da Ordem em Portugal. No interior da atual igreja foi, logo de início, reservada uma capela lateral para o culto de São Roque, a qual foi confiada à Irmandade desta invocação. Assim, a memória de São Roque ficaria para sempre ligada à história deste local.”

Capelas

• Capela-Mor: construída no final do século XVI para sepulcro de D. João de Borja, foi ornamentada entre 1625 e 1628. O retábulo possui uma moldura para um conjunto de 7 pinturas que vão se alternando conforme o calendário litúrgico: Adoração dos Pastores, Circuncisão, Pentecostes, Assunção da Virgem e Ressurreição da Virgem, estas de autor desconhecido e Anunciação e Calvário de autoria de Bento Coelho da Silveira, pintor régio de D. Pedro II. No pavimento encontra-se a lápide tumular do 1º Cardeal-Patriarca de Lisboa D. Tomás de Almeida.

• Capela da Senhora da Doutrina: construída entre 1680 e 1695 em talha dourada e mármore. Destacam-se ao centro a escultura de Nossa Senhora, à esquerda São Joaquim e à direita Santa Ana.

• Capela de São Francisco Xavier: revestida em mármores branco e negro do Alentejo. Nas paredes laterais, pinturas sobre a vida de São Francisco, atribuídas a José de Avelar Rebelo, pintor régio de D. João IV.

• Capela de São Roque: com azulejos de Francisco de Matos de 1584, pintura na parede lateral, “Aparição do Anjo a São Roque” (em abril de 2016 esta obra foi seleccionada como uma das dez mais importantes obras artísticas de Portugal pelo projeto Europeana) de Gaspar Dias, pintor Régio de Dom Sebastião.

• Capela do Santíssimo Sacramento: em estilo barroco, com talha dourada e escultura em madeira de Nossa Senhora da Assunção e pinturas da vida da Virgem Maria nas paredes laterais, de autoria de Bento Coelho da Silveira, pintor régio de D. Pedro II, do final do século XVII.

• Capela de São João Batista: encomendada por D. João V em 1742, foi feita em Roma. No centro, um painel com o Batismo de Cristo e nas laterais, Anunciação e Petencostes, do Pintor Agostino Masucci.

• Capela de Nossa Senhora da Piedade: em talha barroca e mármore de influência florentina, da primeira metade do século XVIII. Destacam-se as esculturas Calvário, Nossa Senhora da Piedade e as esculturas laterais de Santa Verônica e São Longino e Senhora da Boa Morte.

• Capela de Santo Antônio de Lisboa: as pinturas do início do século XVIII, nas paredes laterais, de autoria de Francisco Vieira de Matos, mais conhecido como Vieira Lusitano – Aparição da Virgem a Santo Antônio e Santo Antônio Pregando aos Peixes.

• Capela da Sagrada Família: pinturas de 1635, aproximadamente, sendo a central, Menino entre os Doutores – atribuída a José de Avelar Rebelo, pintor régio de D. João IV e as laterais, Adoração dos Magos e Adoração dos Pastores, de André Reinoso.

Altares: 

• Altar das Santas Virgens (das relíquias): altar do final do século XVI para expor a coleção de relíquias reunidas por D. João de Borja. A coleção foi oferecida aos jesuítas em 1588. Outras relíquias estão expostas no Museu de São Roque, ao lado da igreja.

• Altar da Anunciação: tem uma pintura da Anunciação atribuída a Gaspar Dias, pintor régio de D. Sebastião e a sepultura do Padre Francisco Suarez, filósofo e jurista.

• Altar da Santíssima Trindade: em mármores italianos, foi encomendado em 1622. No centro, tem uma escultura do século XVIII, em madeira, de Nossa Senhora da Piedade ou Pietá.

Teto

Foi executado por profissionais flamengos sob ordem do Rei Felipe de I de Portugal (II de Espanha). A pintura original foi executada por Francisco Venegas, pintor régio deste monarca, entre 1587 e 1589. No século XVII, o pintor Amaro do Vale acrescentou o medalhão central e os temas bíblicos nas faixas laterais.

Destaco ainda na Igreja a Sacristia, o coro alto e o órgão.

Normalmente, à esquerda do altar, tem um espaço para exposições temporárias, de graça. Na ocasião em que estivemos lá, o tema era “Ver novas todas as coisas” – Da Conversão a Canonização de Santo Inácio de Loyola.

Ao lado da Igreja, no Largo da Trindade, tem o Museu de Arte Sacra de São Roque, (post do Brasília na Trilha) que faz conexão com a igreja. A entrada ao museu é paga, o valor é simbólico.