Dia 12 de fevereiro de 2020, correria logo pela manhã. Passeamos por Leiria, que já conhecíamos e fizemos de base desta vez, e depois seguimos para um roteiro inédito – Batalha, distante apenas 15 km.
Em Batalha a intenção era conhecer somente o Mosteiro, para depois seguirmos para Évora.
No pouco tempo que tínhamos na cidade, passamos rapidamente por alguns lugares que já conhecíamos, mas, como sempre, descobrimos coisas novas.
Igreja de inspiração barroca do século XVIII, simples, mas bonita por fora e por dentro. Está localizada próxima da Ponte Afonso Zuquete (acesso principal da cidade).
Praça da Fonte Luminosa
Está localizada no Largo 5 de Outubro – um espaço muito bonito no centro da cidade que permite ainda observar o Castelo no alto do morro.
Os destaques são a Fonte Luminosa e o letreiro LEIRIA.
No centro da Fonte tem uma estátua de autoria de Lagoa Henriques, em homenagem aos dois rios que passam por Leiria, o Rio Lis e o Rio Lena, e que se unem um pouco ao norte da cidade.
Jardim Luis de Camões
É um jardim muito bem cuidado, com muito verde e bancos para se sentar e ficar apreciando o local.
Praça Francisco Rodrigues Lobo
Não tínhamos passado por aqui da outra vez que estivemos em Leiria. A Praça é bem movimentada, tem alguns bares, o calçamento todo em pedras portuguesas muito bonito e rodeada de prédios harmoniosos entre si.
É uma igreja do século XVI em estilo maneirista, porém o terremoto de 1755 em Portugal provocou sérios danos na fachada principal, cuja reconstrução teve início no ano seguinte. Também devido aos efeitos do sismo, em 1772 foi construída uma nova torre sineira, em estilo barroco, no mesmo local da anterior – afastada da Sé, junto a uma das antigas portas da muralha do castelo, a Porta do Sol. Durante as Invasões Francesas (1810), um incêndio destruiu parcialmente o interior da igreja.
Foi um diplomata e um dos mais importantes escritores portugueses. No adro da Sé, o escritor, que era Administrador do Concelho, tinha como seu local de trabalho a casa da foto abaixo, repleta de azulejos azuis e brancos e também com azulejos alusivos a Sócrates e a Hipócrates.
Deixou de ser utilizada para atividades religiosas em 2014. É propriedade da Santa Casa da Misericórdia e está cedida à Câmara Municipal de Leiria que, após um amplo programa de restauro (2016), a transformou num Centro de Diálogo Intercultural (inaugurado em 2017), no âmbito do projeto Rotas de Sefarad, Valorização da Identidade Judaica Portuguesa no Diálogo de Culturas.
Galeria de Arte Banco de Portugal
Conta com uma larga lista de exposições de artistas locais, nacionais e internacionais. O edifício é de 1929 e pertencia ao Banco de Portugal. Posteriormente foi adquirido pela Câmara Municipal de Leiria.
O Castelo de Leiria é um destaque na paisagem por ficar no alto. Visitamos da outra vez que estivemos em Leiria. Fomos informados de que estava fechado para restauração.
Inaugurado em 2015, está inserido no antigo Convento de Santo Agostinho, do século XVI. Infelizmente não conhecemos em nenhuma das duas vezes em que fomos a Leiria. Desta vez passamos apenas na porta quando estávamos saindo da cidade.
Chegamos a Batalha um pouco antes de meio-dia e estacionamos o carro em frente ao Mosteiro. Logo que descemos do carro não sabíamos se comprávamos o ingresso ou se ficávamos admirando o Mosteiro por fora, pois impressiona no tamanho e na robustez da edificação. O acesso à Igreja não é pago, apenas ao Mosteiro, e a compra do ingresso é feita em um cantinho dentro da igreja.
Mosteiro de Santa Maria da Vitória
O Mosteiro é mais conhecido como Mosteiro da Batalha, é um mosteiro da Ordem de São Domingos e foi mandado edificar em 1386 pelo rei D. João I, como agradecimento à Virgem Maria pela vitória contra os rivais castelhanos na Batalha de Aljubarrota. Foi construído ao longo de dois séculos, até cerca de 1563, durante o reinado de sete reis de Portugal, embora já vivessem ali os primeiros frades dominicanos desde 1388.
Exemplo da arquitetura gótica tardia portuguesa, ou estilo manuelino, é considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO e, em 7 de julho de 2007, eleito como uma das Sete Maravilhas de Portugal.
O primeiro arquiteto do Mosteiro da Batalha foi Afonso Domingues, que construiu parte da Igreja e da Sala do Capítulo, e o Claustro Real. Em 1402, David Huguet, arquiteto irlandês, sucedeu Afonso Domingues dirigindo as obras até 1438. Sob sua direção foi construída a Capela-Mor, e a Sala do Capítulo e a Capela do Fundador foram concluídas. Mais tarde ele foi sucedido pelos arquitetos portugueses Martin Vasquez, Fernão de Évora e Mateus Fernandes.
A frase que resume a intenção da construção do Mosteiro da Batalha é: “Monumento Memorial da Batalha de Aljubarrota e Panteão Régio”.
Igreja de Nossa Senhora da Vitória
Começamos a visita pela Igreja de Nossa Senhora da Vitória, que é bem grande, com mais de 80 metros de comprimento, 22 metros de largura e 32,5 de altura.
O portal abaixo é um dos acessos à Igreja. Ele está no sentido oposto à Capela-Mor.
Ao lado da Capela-Mor estão as Capelas laterais como as de São Miguel, a de Nossa Senhora do Rosário e a de Nossa Senhora da Piedade.
Uma curiosidade sobre a Capela de Nossa Senhora da Piedade: a imagem de Nossa Senhora é a única imagem dos antigos altares do Mosteiro que se conserva no seu lugar de origem.
Próximo às Capelas está, entre outros, o túmulo de D. Diogo Lopes de Sousa – Conde de Miranda, conselheiro real. O túmulo é uma obra rara no gênero, tendo recebido influência da escultura italiana.
Está localizada à direita da foto abaixo. O acesso é pela igreja. Esta Capela foi feita para servir de Panteão de D. João I e da Dinastia de Avis.
Neste local, além dos túmulos do Rei D. João I e da Rainha D. Filipa de Lencastre estão os túmulos de seus filhos (D. Fernando, o Infante Santo, D. João e sua esposa D. Isabel, D. Henrique, o navegador e D. Pedro e sua esposa D. Isabel de Urgel), além do Rei D. Afonso V e da Rainha D. Isabel e do Rei D. João II e o Infante D. Afonso.
Claustro Real ou Dom João I: foi o primeiro a ser construído no Mosteiro. Durante o reinado de D. Manuel o Claustro foi enriquecido com muitos detalhes. Está localizado ao lado da igreja e à sua volta está grande parte das dependências do convento, como o dormitório, a Sala do Capítulo, o lavabo e o refeitório. É composto de jardins e arcos com rendilhados, característicos das construções góticas. O piso e as paredes são em pedra.
Sala do Capítulo significa grande salão, encontrado em mosteiros, por exemplo, onde era realizado o capítulo, ou seja, as reuniões entre os monges ou cônegos com os seus superiores. Nestas assembleias podiam ser discutidas tanto as regras da ordem como questões relacionadas com a administração do mosteiro. Elas eram frequentemente de nobre arquitetura e encontravam-se junto aos claustros, no caso de Batalha, do Claustro Real.
A Sala do Capítulo deste Mosteiro tem uma uma grande abóbada, sem nenhum suporte central, tendo sido considerado um projeto muito audacioso da arquitetura gótica europeia. Reza a lenda que
o arquiteto Afonso Domingues teria montado campana ali durante três dias para ver se o teto não desmoronava. O arquiteto Huguet concluiu a obra.
O portal, as janelas e os vitrais de 1514, que retratam a Paixão de Cristo, também são destaques nesta Sala do Capítulo.
Atualmente estão ali os túmulos de dois soldados desconhecidos da Grande Guerra, símbolo do esforço heroico do povo português. Os restos mortais dos soldados foram trazidos da França e de Moçambique em 1921.
Claustro de D. Afonso V
Foi construído durante o seu reinado. O arquiteto responsável foi Fernão de Évora. É um Claustro mais simples que o Claustro Real, entretanto tem um segundo piso, onde tem auditório, centro administrativo e educativo, centro de restauração de vitrais, uma varanda para contemplar o jardim e também observar a área externa do Mosteiro. Tem ainda a antiga máquina de relógio da torre da Igreja, primeiro relógio mecânico do Mosteiro, construído em 1460 pelo Mestre Relojoeiro João Alemão.
Bem no canto do Claustro Real, antes de entrar no Claustro de D. Afonso V, como não poderia deixar de ter, tem uma loja de lembranças e também o Museu.
Para visitá-la é necessário sair do Mosteiro, no Claustro D. Afonso V (guarde o ingresso comprado na Igreja), e entrar nas Capelas Imperfeitas por outra entrada.
As Capelas Imperfeitas, também chamadas de Panteão D. Duarte, foram mandadas construir pelo Rei D. Duarte para ser seu panteão. O projeto foi concebido em formato octogonal pelo arquiteto Huguet e continuado depois por Mateus Fernandes e João Castilho. O balcão do piso superior, já renascentista (1533), é atribuído a Miguel de Arruda e representa a última tentativa do Rei D. João III de concluir as Capelas antes do encerramento definitivo da obra. Pelo fato das obras não terem sido concluídas, as Capelas têm o nome de Capelas Imperfeitas.
Nestas Capelas estão os túmulos de D. Duarte e da Rainha Leonor de Aragão, além de João, príncipe de Portugal, filho primogênito de Afonso V, que morreu logo que nasceu.
Na foto abaixo é possível identificar cada parte do Mosteiro.
Finalizada a visita, demos uma volta pelos Jardins e Largos que circundam o Mosteiro: Largo do Mosteiro, Largo do Infante Dom Henrique, onde tem seu busto, e Jardim do Condestável, onde tem a escultura do Condestável Nuno Alvares Pereira, montado em um cavalo. O Condestável junto com o Rei D. João I foram responsáveis pela vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota.
Nesta região mesmo nós almoçamos e ainda tiramos algumas fotos da Igreja Matriz (estava fechada), e entramos na loja de artesanatos Casa Trovão, onde vendem artesanato típico muito bonito.
Terminamos nossa visita a Batalha e seguimos para o nosso próximo destino, por mais 220 km, até a cidade de Évora.
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