Dia 9 de novembro de 2018, sexta-feira, nono dia de passeio, continuação da nossa programação em Lisboa. Os locais escolhidos foram: Castelo de São Jorge, Igreja São Vicente de Fora, Panteão, Sé, Praça Dom Pedro IV (Rossio), Largo de São Domingos, Praça da Figueira, Praça do Comércio, Cais das Colunas. Talvez este seja um dos roteiros mais comuns de Lisboa, aquele que as pessoas fazem quando têm apenas um dia na cidade. A maior parte deste passeio é possível fazer a pé.
Iniciamos o dia pelo Castelo de São Jorge, para onde fomos de transporte por aplicativo para não cansar meus pais, pois boa parte do trajeto é uma subida cansativa. A grande vantagem de andar o máximo possível a pé é poder observar melhor a região com suas casas, edifícios, praças e comércio.
Pelo mapa é possível observar que andaríamos bem menos se fôssemos da Igreja da Sé direto para o Cais das Colunas. No entanto, não nos importamos em andar um pouco mais, pois o objetivo era ver o pôr-do-sol do Cais das Colunas. Este percurso todo tem menos de 4 km.
Talvez o Castelo em si não seja um passeio imperdível, mas faz parte da história da cidade e deve ser visitado. Já se avaliarmos a visita pela vista do alto de suas muralhas, aí, sim, será um passeio imperdível. Se o tempo não estiver bem aberto o passeio não será completo.
Clique aqui para verificar os horários e o preço dos bilhetes. O Castelo está aberto todos os dias da semana e o horário do encerramento da visita varia de acordo com a época do ano.
Reserve em torno de 2 horas para apreciar tudo com bastante calma.
Foi construído pelos Mouros no século XI. Momentos do Castelo:
Não deixe de conhecer a câmara escura – é um sistema ótico de lentes e espelhos que permite observar a cidade em tempo real, num olhar de 360º. Costuma ter fila.
Outra atração é a exposição permanente com objetos encontrados na área arqueológica, com particular destaque para o período islâmico do século XI-XII. Verifique se a visitação ao Sítio Arqueológico está liberada, pois também é interessante conhecer.
No Castelo tem um café, um restaurante e banheiros. Quem tem dificuldade de locomoção não terá como subir algumas escadas e andar ao redor das muralhas. É importante ter muita atenção com as crianças.
Uma atração também são os pavões que andam livremente dentro do Castelo.
(Clique no link acima para ver o post do Brasília na Trilha)
A Igreja fica apenas a 1 km do Castelo. A distância é pequena, mas um pouco cansativa para quem tem dificuldade para andar.
A Igreja está no bairro de São Vicente, entre Graça e Alfama, bem ao lado da rua onde é realizada aos sábados e às terças-feiras a Feira da Ladra – é uma feira de objetos usados, antiguidades e artesanato, que existe desde o ano de 1272 e está nesta localidade desde 1882.
Nesta Igreja costuma ter concertos, em geral, às 17 horas do segundo sábado do mês, entre abril e dezembro, com entrada livre (confirme esta informação antes de ir, pois pode haver mudanças).
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O nosso próximo destino foi o Panteão Nacional, distante apenas 500 metros da Igreja de São Vicente de Fora.
O Panteão é uma construção muito imponente que já tínhamos avistado do Castelo de São Jorge. Ao redor da cúpula tem um grande terraço, proporcionando uma bela vista.
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Descemos do Panteão por mais 1 km até a Sé. O caminho realmente precisa ser a pé para apreciar cada detalhe da arquitetura desta região. É uma descida bem tranquila.
Saímos da Sé para mais um trecho de caminhada, aproximadamente 1,5 km, passando pelas charmosas ruas da região central de Lisboa até a Praça do Rossio. Antes de continuar o passeio, paramos para almoçar em um restaurante próximo à Praça.
Depois do almoço fomos apreciar e fotografar, mais uma vez, a Praça do Rossio acompanhados de meus pais.
Os destaques da Praça são as fontes gêmeas, uma de cada lado da Praça, e a estátua de bronze de Dom Pedro IV (nosso Dom Pedro I) sobre um grande pedestal de mármore e uma coluna de pedra. Chama a atenção também a bonita calçada de pedras portuguesas.
Ao redor da Praça estão as imponentes construções do Hotel Avenida Palace, da Estação Ferroviária e do Teatro Nacional D. Maria II, de 1846, que ainda não tivemos a oportunidade de conhecer por dentro. D. Maria II é a filha mais velha de Dom Pedro I e foi Rainha de Portugal. Tem visita guiada ao Teatro às segundas-feiras, às 11 horas.
O Hotel Avenida Palace – 5 estrelas, foi projetado pelo renomado arquiteto José Luís Monteiro e inaugurado em 1892; a Estação Ferroviária do Rossio é de 1890, em estilo manuelino, projetada pelo mesmo arquiteto do Hotel Avenida Palace. Ambos os prédios estão localizados na esquina, já saindo um pouco da Praça do Rossio para a Praça seguinte, a Restauradores.
A Praça do Rossio é bem movimentada e com muitas lojas, como “O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa”.
Vale a pena passar por lá à noite também e apreciar a iluminação dos prédios, do Convento do Carmo, no alto, e da própria Praça. Tivemos o prazer, em outra ocasião, de vê-la enfeitada para o Natal.
Uma famosa Rua da cidade, a Augusta, liga a Praça do Rossio à Praça do Comércio. Mais adiante comento sobre esses locais.
O Largo de São Domingos está localizado ao lado da Praça do Rossio. Apesar de pequeno tem muita história , como o massacre dos judeus em 19 de abril de 1506. Hoje é um local de tolerância registrado em um muro com a frase “Lisboa Cidade da Tolerância” escrita em 34 idiomas. O muro fica logo à frente do memorial em homenagem aos judeus e pode passar despercebido. É interessante ir até este local sabendo o que ele representa e não só pelo espaço em si.
Tem como tradição ser o ponto de encontro de pessoas de origem africana.
Destaco: Igreja de São Domingos, o pequeno Boteco A Ginjinha, Memorial em homenagem aos Judeus e o Palácio da Independência.
A Igreja de São Domingos é do século XIII em estilo Barroco e foi construída por ordem do Rei D. Sancho II.
É uma bonita igreja destacando-se a cor vermelho ocre. Sua história é cheia de desastres: o terremoto de 1531, que praticamente obrigou uma nova construção em 1536; e o terremoto de 1755, que também destruiu grande parte da Igreja, em consequência, foi reaberta apenas em 1834. Se já não bastassem os terremotos, ela também passou por um incêndio em 1959, sendo reaberta somente em 1994. Além de ter sido alvo de terremoto e incêndio, talvez o fato mais trágico tenha sido o início do massacre dos judeus, em 1506. Realmente é impressionante o que já aconteceu com esta Igreja. Nela encontram-se metade do lenço usado pela Irmã Lúcia no dia 13 de outubro de 1917 (a outra metade encontra-se no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Fátima) e ainda o terço usado por Santa Jacinta Marto no mesmo dia.
O boteco funciona em um pequeno espaço e a entrada é por uma portinha por onde passam turistas que querem apreciar o famoso licor ali vendido e que lhe deu fama – o licor de Ginjinha – bebida típica de Lisboa. Foi o primeiro estabelecimento em Lisboa a comercializar a bebida, fundada em 1840 pelo galego Francisco Espinheira, que teria sido aconselhado por um frade da Igreja de Santo Antônio a fazer uma experiência: deixar fermentar a ginja (fruta parecida com a cereja) dentro de aguardente, com açúcar, canela e água. Muitas pessoas se reúnem na porta do bar para tomar a bebida.
A Ginjinha já recebeu medalha de ouro em diversas exposições ao redor do mundo: Rio de Janeiro em 1923, Macau, Barcelona, Sevilha e Lisboa.
Memorial às Vítimas do Massacre Judaico de 1506
Em 19 de abril de 1506, no Largo de São Domingos, teve início um massacre de Judeus, que durou 3 dias. Atribuíram a eles a responsabilidade pela seca e pela peste que assolava Portugal.
O massacre começou na Igreja de São Domingos, em um domingo, quando os fiéis rezavam pelo fim da seca e da peste e alguém jurou ter visto no altar o rosto de Cristo iluminado – fenômeno que, para os católicos presentes, só poderia ser interpretado como uma mensagem de misericórdia do Messias – um milagre. Um cristão-novo que também participava da missa tentou explicar que esse “milagre” era apenas o reflexo de uma luz, mas foi calado pela multidão, que o espancou até a morte, dando início ao massacre.
500 anos após o massacre a Câmara Municipal de Lisboa ergueu o monumento, que é uma peça em pedra, de estrutura semiesférica inclinada, com uma inscrição sobre a Estrela de David, como um gesto de desculpas aos judeus. Na estrela está escrito: “Em memória dos milhares de judeus vítimas da intolerância e do fanatismo religioso assassinados no massacre iniciado a 19 de abril de 1506 neste largo.”
É um monumento pequeno, mas muito tocante, que não deve passar despercebido. Embora a homenagem tenha sido tardia e seja de pequena dimensão, ajuda a refletir sobre as consequências da intolerância. Seria interessante também ter uma placa contando toda história.
Fundado em 1467 por D. Fernando de Almada. Antigamente, era conhecido também como Palácio do Rossio ou Palácio de São Domingos. Atualmente é conhecido como Palácio Almada ou Palácio da Restauração, pois nesta casa D. Antão de Almada e os 40 conjurados planejaram a última reunião que deu origem à Restauração da Independência de Portugal, no dia 1º de dezembro de 1640, com a aclamação a rei de D. João IV.
Atualmente é a sede da Sociedade Histórica da Independência. Nas pesquisas que fiz verifiquei que é possível visitar o Palácio, com marcação prévia, embora não tenha conseguido informações sobre horário e forma de reserva. As visitas são guiadas. Da próxima vez que for a Lisboa procurarei informações no próprio Palácio e atualizarei esta postagem.
Seguindo pela Rua D. Antão de Almada, em frente à Igreja de São Domingos, está o nosso próximo destino – Praça da Figueira.
É uma Praça bem movimentada. Achei um pouco descaracterizada devido à grande tenda do Mercado da Baixa ali montada (não sei se é fixa ou temporária), mas, mesmo assim, vale a pena dar uma passadinha para admirar os bonitos prédios em volta, a vista do Castelo de São Jorge, a Confeitaria Nacional de 1829, a grande estátua equestre de Dom João I e talvez comer alguma coisa em uma das barraquinhas do Mercado da Baixa, onde há artesanatos, embutidos, queijos, azeites, mel, doces, frutas, sanduíches, refeições e muitas outras coisas.
Nosso destino seguinte foi a Praça do Comércio.
Saímos da Praça da Figueira para Praça do Comércio passando pela Rua Augusta. Esta Rua sem dúvida é uma das mais famosas de Lisboa. Quem vai a Lisboa, mesmo que seja apenas por algumas horas, visita o local. É uma Rua animada, apenas para pedestres, com calçada de pedras portuguesas, com muitos artistas se apresentando e cafés e restaurantes (a maioria turísticos). A primeira vez que estivemos na cidade, por indicação de uma amiga, jantamos no A Licorista O Bacalhoeiro, na Rua dos Sapateiros, paralela à Augusta, e gostamos muito. Além disso, há lojas famosas (algumas bem antigas) e muita gente do mundo todo. No final da Augusta, separando-a da Praça do Comércio, está o Arco da Augusta, onde é possível subir (já está na minha lista para próxima visita a Lisboa).
O Arco da Augusta é a entrada para a Baixa de Lisboa. Na parte superior do arco é possível observar esculturas de Célestin Anatole Calmels, enquanto num plano inferior se encontram esculturas de Vítor Bastos. As esculturas de Calmels representam a Glória coroando o Gênio e o Valor. As esculturas de Vítor Bastos representam Nuno Álvares Pereira, Viriato, Vasco da Gama e o Marquês de Pombal. Na lateral esquerda, o rio Tejo, e na direita, o rio Douro, de autoria também do escultor Vítor Bastos.
Passando pelo Arco da Augusta chega-se a imensa Praça do Comércio. É outro ponto obrigatório para ser visitado. É o cartão postal de Lisboa. Ela também é conhecida como Terreiro do Paço, pois era ali o Palácio Real antes do terremoto de 1755. Atualmente, nos edifícios que circundam a praça funcionam órgãos públicos, centro de informações turísticas, restaurantes e cafés, como o famoso Café Martinho da Arcada, o mais antigo de Lisboa, e um dos preferidos de Fernando Pessoa.
No centro da Praça está a estátua de D. José I (rei na época do terremoto de 1755), primeira estátua equestre feita em Portugal, obra de Joaquim Machado de Castro.
Além da Praça em si, que já é maravilhosa, ainda tem o visual do Rio Tejo e da Ponte 25 de Abril.
Deixamos para finalizar o passeio do dia às margens do Rio Tejo, no Cais das Colunas (são degraus de mármore com duas colunas, uma de cada lado da escada, que permitia o acesso aos cacilheiros ou outras embarcações que fazem a trajetória entre o Terreiro do Paço e a Margem Sul do Rio Tejo), para contemplar mais um pôr- do-sol de tirar o fôlego, ouvindo música dos artistas de rua. A maré estava alta neste dia e o céu um pouco nublado.
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