O Distrito da Serra do Cipó (antigo Cardeal Mota) pertence ao Município de Santana do Riacho em Minas Gerais, distante de Belo Horizonte (BH) apenas 104 km. Apesar de perto, a viagem leva em torno de 2 horas.
Saindo de Belo Horizonte, siga no sentido Aeroporto Internacional de Confins (passa bem próximo), em seguida, Lagoa Santa. Continue na MG-010 até o Distrito da Serra do Cipó, não tem erro. A viagem torna-se um pouco lenta devido ao grande trecho dentro das cidades de Belo Horizonte e de Lagoa Santa. A MG-010 é de pista simples, mas está em bom estado.
Por que o nome Serra do Cipó? Antes de dar nome à serra da região, Cipó é um importante rio local, cujas curvas vistas de cima deixam claro o porquê do nome, parece mesmo um cipó. Sua nascente está protegida pelo Parque Nacional Serra do Cipó.
O Distrito leva o mesmo nome da Serra do Cipó e se desenvolveu graças às belezas naturais da Serra. Os atrativos principais estão ligados à natureza, como a grande quantidade de trilhas, cânions, morros para escaladas, cachoeiras e piscinas naturais de águas cristalinas, além de abrigar uma rica fauna e flora.
A MG-010 corta o Distrito da Serra do Cipó e ao mesmo tempo é a principal avenida de lá, margeada pelo comércio de bares, restaurantes, lojas e mercadinhos. Passando por ali, observamos duas estátuas do lendário e enigmático José Patrício, o Juquinha, que nos deixou curiosos. Juquinha era o apelido carinhoso dado a José Patrício, que gostava de ser chamado assim. O sujeito vivia nas montanhas com seus dois irmãos, e estava sempre em defesa da natureza. De origem humilde, sobrevivia colhendo flores que ofertava aos turistas em troca de roupas e alimento, às vezes recebia algum trocado. Agradecia tirando o chapéu e sorrindo para as pessoas. Além dessas duas estátuas, existe uma outra, localizada a aproximadamente 17 km da praça da Serra do Cipó, seguindo pela MG-010, sentido Conceição do Mato Dentro, vista de longe por seu tamanho.
Nossa visita à Serra do Cipó ocorreu em junho de 2023 e o que nos motivou a viajar até lá foi a participação em um evento promovido pela Suzuki, chamado Suzuki Day (confira o post do Brasília na Trilha). De qualquer forma, foi um passeio espetacular, queremos voltar. Chegamos lá em uma sexta-feira, no sábado participamos do Suzuki Day e no domingo fomos conhecer o Parque da Serra do Cipó. Pouco tempo para fazer as trilhas maiores, mas valeu a pena.
É no Distrito da Serra do Cipó que se situa a principal porta de entrada para o Parque Nacional da Serra do Cipó. O acesso pela Portaria Areias (Portaria Principal) é feito logo após a Ponte do Rio Cipó (sentido Serra do Cipó-BH), à esquerda, por um caminho de 3 km de terra.
O Parque é aberto diariamente às 8 horas, menos nos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro. Dependendo do atrativo que deseja conhecer, é necessário chegar cedo para conseguir concluir o passeio antes do Parque fechar no final da tarde. A entrada é gratuita e tem estacionamento.
Com altitudes que variam entre 700 e 1.670 metros, a Serra do Cipó localiza-se na porção sul da Serra do Espinhaço, importante divisor de duas grandes bacias hidrográficas brasileiras: a do São Francisco e a do Rio Doce. O Parque foi criado em setembro de 1984, nos municípios de Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Pilar e Itambé do Mato Dentro, com área total de 33.800 hectares.
O Parque tem três portarias:
Domingo de sol, saímos da pousada com destino a Portaria Areias. Nosso tempo era curto, tínhamos apenas três horas para fazer o passeio, pois precisávamos voltar para BH, então fizemos apenas o Circuito das Lagoas e o Mirante do Bem. Antes, fomos recebidos por uma servidora do Parque, que nos orientou sobre as trilhas e contou um pouco sobre região.
Ao lado do estacionamento do Parque está a sede, onde há uma exposição com fotos do Parque e banheiros. Pelas fotos dá para ter uma ideia do que verá no destino escolhido.
O Circuito das Lagoas é totalmente feito em terreno plano por uma trilha (na verdade, estrada de terra) com cerca de 4 km (ida e volta). O caminho é praticamente feito ao sol, há poucas trechos com sombra.
Parte do percurso para o Mirante do Circuito das Lagoas (sentido portaria) coincide com o caminho do Mirante do Bem, então, é preciso ir e voltar por um pequeno trecho até a bifurcação que leva ao Mirante do Bem.
Se considerar apenas o Mirante do Bem são 4,5 km ida e volta a partir da portaria, quase todo plano. Os 350 metros finais, no entanto, é feito por uma trilha íngreme arenosa e com pedras, cercada por bonitas flores do cerrado. Antes de chegar ao Mirante do Bem passamos por um ponto chamado Deck Toma Fôlego. Retomado o fôlego, subimos mais um pouco até o ponto mais alto do Mirante do Bem para perder o fôlego novamente, mas agora, pela beleza da vista.
No total, andamos entre 6 e 7 km nas três horas que passamos no Parque. Foi só um aperitivo, voltaremos.
Confira todos os atrativos do Parque no “Cardápio de Atrativos” – elaborado pelo Parque da Serra do Cipó.
Os passeios no Parque são de graça e podem ser a pé ou de bike – na Portaria Principal (Areias) eles alugam bicicletas (em junho de 2023 o aluguel era de R$ 80,00).
Consultei outras opções de passeio além do Parque Nacional e são muitas: Cachoeira Grande, Cachoeira Véu da Noiva, Cachoeira Serra Morena, entre outras, estão em propriedades particulares e a entrada é paga (em torno de R$ 50,00 – referência junho de 2023).
O Distrito da Serra do Cipó tem uma boa infraestrutura de pousadas, bares, restaurantes, empórios e conta também com supermercado, posto de gasolina, farmácia, dentre outros.
Ficamos hospedados na Pousada Vilarejo Cipó, muito confortável, com excelente custo-benefício, ideal para descansar e relaxar depois dos passeios na Serra. Tem piscina aquecida coberta, sauna e piscina descoberta. As funcionárias da pousada são muito atenciosas. O café da manhã é variado e saboroso. À tarde, oferecem café e biscoitos como cortesia. Já para jantar, há uma ou duas opções apenas. Comemos um gostoso strogonoff feito por uma das recepcionistas na primeira noite, mas é possível pedir comida em um dos restaurantes locais ou sair para degustar a culinária mineira, caldos, pizzas ou comidinha de boteco, há vários ali pertinho.
No sábado à noite, optamos pelo Margot Bistrô – Galeria de Arte, onde fomos muito bem atendidos pelo casal Gisele e o Chef Alexis, que faz uma comida deliciosa. Os preços são compatíveis com a qualidade dos produtos e o atendimento. O Bistrô tem uma galeria de arte com vários quadros à venda do artista G. Santarelli, que se destaca também como escultor e escritor de obras literárias para crianças e adolescentes.
O pouco que conhecemos da Serra do Cipó foi uma amostra apenas e concluímos que precisamos voltar.
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