Achei tão interessante a política de mobilidade adotada por Lisboa e a oferta de ciclovias e estações de bikes pela cidade, que resolvi fazer um post exclusivo sobre este assunto, passando todos os detalhes e ilustrando com fotos.
As bikes em Lisboa vão muito além de um mero meio de transporte, que por sinal, costuma ser eficiente por lá. É uma das opções para conhecer vários lugares em menos tempo, conciliando esporte e lazer.
Neste post vou explicar sobre as bikes da empresa Gira – Bicicletas de Lisboa, que é o serviço público de compartilhamento de bicicletas da cidade. O sistema é operado pela Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, tendo sido lançado oficialmente em setembro de 2017. Há também na cidade outras opções de bicicletas como as da Bolt e de lojas especializadas em aluguel.
A cidade está repleta de ciclovias, interligadas e muito bem sinalizadas, inclusive com semáforos exclusivos. Frequentemente são inauguradas novas estações de bike, a proposta da Gira é ter 120 estações pela cidade e quase 5 mil bikes em breve.
Não consultei nenhuma estatística oficial para saber quais são os melhores dias para o turista utilizar uma dessas bicicletas, então, o que vou passar é apenas uma observação minha. Nos dias de semana, as estações ficam bem vazias, observei que os moradores da cidade utilizam as bikes como meio de transporte, assim como faz minha filha. Já nos finais de semana, é mais fácil encontrar bikes livres nas estações, o que me leva a crer que os moradores usam menos esse meio de transporte e talvez os turistas, que estão em maior número na cidade nesses dias, não a utilizam tanto.
A empresa responsável pelas bikes é a Gira. Para utilizar uma bicicleta, a primeira coisa a se fazer é baixar o aplicativo da Gira em seu celular, cadastrar-se e registrar seu cartão de crédito.
O plano disponível para o turista é apenas o diário (validade de 24 horas); para os residentes, há também os planos mensal e anual. No cadastro, o residente registra o Número de Identificação Fiscal – NIF. O turista brasileiro informa o CPF no lugar do NIF. É por esse número que o aplicativo identifica quem é turista e disponibiliza para ele apenas o plano diário.
No plano diário, consta no aplicativo a informação de uma caução de 300 € que, no entanto, não chega a ser debitada no cartão – é apenas uma garantia.
O pagamento pode ser feito com cartão de crédito ou pelo PayPal. Utilizamos essa modalidade, pois tivemos algum problema com o cartão na hora do cadastro.
Mais uma dica sobre o pagamento: depois de utilizarmos a bike pelo menos uns 5 dias, o PayPal pediu um código de verificação, que foi enviado por SMS para o número de celular cadastrado. O problema foi que o número cadastrado era do Brasil e não estávamos usando o chip do Brasil, conclusão, não pudemos usar a bicicleta nesse dia. Em casa, com calma, alteramos o cadastro do PayPal colocando o número que estávamos usando em Portugal.
Estações: pontos espalhados pela cidade onde as bikes elétricas e manuais ficam disponíveis.
Docas: locais onde as bikes são encaixadas e travadas em cada estação.
Tipos de Bikes: conheça os tipos de bikes: a elétrica e a clássica (mecânica). As elétricas são identificadas por um pequeno desenho de um raio. No aplicativo, além de indicar que uma determinada bicicleta é elétrica, indica também o nível de bateria.
Velocidade das bikes elétricas: as mais novas podem atingir 25 km/h e dispõem de três velocidades (de 0 a 3) – o zero corresponde à manual, a velocidade 1 é a inicial, a 2 a intermediária e a 3 é a mais rápida. Nas bikes antigas, os níveis de velocidade vão até o número 5, e atingem velocidade maior. Peguei apenas uma destas.
Marchas: tanto as elétricas quanto as mecânicas têm marchas, que vão da 1ª a 7ª. Se quiser, pode deixar em uma marcha intermediária, 3ª ou 4ª, e não mexer, principalmente na elétrica. O funcionamento é semelhante às bicicletas que conhecemos, ou seja, a 1ª é uma marcha que deixa a bike mais leve, melhor para subida; e a 7ª, mais pesada, é indicada para velocidade em terrenos mais planos. Elas ficam na manopla do lado direito, é só girá-las para mudar a marcha.
Para quem nunca andou em uma bike elétrica informo que ela anda somente se você pedalar, mas é um pedalar suave, você não sente o esforço. Parou de pedalar, o sistema elétrico é desligado, mas a bike não para, ela continua andando devido à velocidade, o mesmo acontece na descida.
No aplicativo e na Web tem o mapa com as estações para pegar/devolver as bikes, tanto elétricas quanto manuais. Sempre é bom conferir quantas bikes de cada tipo tem em uma estação para que não corra o risco de chegar lá e não ter o modelo que você queira.
Cada estação de bike tem um número, assim como cada doca e cada bicicleta. No aplicativo, basta clicar no número da estação e em seguida escolher a bike, cujo número de 4 algarismos está impresso nela. Cada doca tem um número de dois algarismos – de 01 até X docas, conforme a quantidade naquela estação. Escolhida a bike no aplicativo, ela é liberada – espere apenas alguns segundos e é só puxá-la para trás, soltando-a da doca. No painel onde a bike está conectada, as luzes indicam se ela está disponível – luz verde, ou se está indisponível – vermelha. Às vezes acontece da bike estar com pouca bateria ou avariada, então, aparecerá como indisponível.
Um detalhe importante: as estações têm wi-fi. Nós optamos por comprar um chip para internet para usarmos a qualquer momento, mas se não tiver internet, use o wi-fi local.
Se você não estiver acostumado a usar bicicleta elétrica, sugiro acostumar-se primeiro com ela na velocidade “1”. A velocidade é indicada no painel e, para mudá-la, basta apertar uma seta que tem abaixo do painel ou no guidão (seta para cima aumenta a velocidade e para baixo diminui). Depois, sentindo-se seguro, experimente as outras velocidades. Experimente também mudar as marchas na manopla. Também recomendo sair com uma marcha mais leve, a 3 ou a 4, e depois, em uma reta, experimentar outras.
É interessante também colocar na velocidade “0”, ou seja, totalmente mecânica e fazer um pouco de exercício.
Agora sobre o preço. O valor da diária é de apenas 2 €, o qual será debitado de seu cartão de crédito quando pegar a primeira bicicleta do dia. No entanto, se o passeio ultrapassar 45 minutos, serão debitados mais 2 € e assim sucessivamente. Ou seja, a cada 45 minutos, debitam-se 2 euros. Mas vamos ao “pulo do gato”: devolva a bike em uma estação antes de completar 45 minutos, espere no mínimo 5 minutos e em seguida pegue novamente a mesma ou outra bicicleta. Fazendo assim, você paga apenas os 2 € diários. Outra opção é utilizar a bike por 45 minutos, devolvê-la nesse prazo, andar a pé pela região e depois pegar outra bicicleta para mais um destino. Não se trata de “jeitinho brasileiro”, é a regra, porém, ela não consta em nenhum local. Aprendemos utilizando e após sermos instruídos por quem mora em Lisboa.
Apesar de ter estações de bike espalhadas por toda a cidade, às vezes acontece de seu tempo de 45 minutos estar prestes a acabar e não ter uma estação próxima de você. Nesse caso, curta o passeio, pois o máximo que vai acontecer é pagar mais 2 €. Agora, se quiser planejar melhor, basta verificar o roteiro que quer fazer e quais são as estações no trajeto. Assim, poderá fazer as paradas estratégicas para não pagar, tomar uma água e descansar cinco minutinhos (ou mais).
Outra dica interessante é verificar, no aplicativo, se a próxima estação tem docas livres, pois se você chegar em uma que esteja toda ocupada, não poderá devolver a bike e terá que seguir para a próxima estação. Aconteceu conosco isso, mas procuramos outra estação e devolvemos a bike a tempo.
Outro problema que pode acontecer, e aconteceu apenas uma vez comigo, é pegar uma bike elétrica e ela não funcionar. Segui em frente usando como se fosse mecânica. Mas é possível devolvê-la, esperar 5 minutos e pegar outra.
Outro problema que tivemos foi conectar a bike na doca e, por algum erro no sistema, ele não encerrar o tempo de uso. Neste caso, a primeira coisa a fazer é fechar o aplicativo e abrir novamente, pois às vezes é um bug apenas. Se não for, é só ligar para o suporte (+351 211 163 060). Tem o número indicado na bike e também no aplicativo. Remotamente, eles resolvem o problema. Tecnologia também tem seus problemas.
Sempre que devolver a bike verifique se ela ficou bem encaixada na doca da estação e também confira no aplicativo o encerramento do uso. Quando encerra, aparece uma caixa de avaliação para você dar as estrelinhas que quiser.
O aplicativo apresenta alguns problemas às vezes, mas é raro. E como diz minha filha é “só jogar para cima e abrir novamente” que costuma resolver (fechar e abrir novamente o aplicativo que ele atualiza).
Uma curiosidade é que o histórico de uso fica registrado no aplicativo.
É muito fácil usar as bicicletas e é muito seguro e agradável passear pela cidade usando esse meio de transporte. As ciclovias estão por todo lado, como na orla do Tejo, que pode ser percorrida de Belém ao Parque das Nações. A pé seria cansativo demais fazer todo o trajeto, de metrô não se vê nada, de carro perde-se tempo nos engarrafamentos. Dessa forma, conhemos praticamente toda a cidade. E pudemos percorrer bairros que fogem dos pontos turísticos tradicionais. Recomendo!
Utilize o passo a passo da Gira e/ou confira o “perguntas frequentes” ou entre em contato com o suporte (+351 211 163 060). Sei que são muitos detalhes, mas é na prática que se aprende e garanto que é tranquilo.
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