Dia 1º de novembro de 2018, quinta-feira, feriado, dia de Todos os Santos em Portugal e nosso primeiro dia de passeio. Nosso roteiro foi na margem sul do Rio Tejo (margem sul de Lisboa) e inicia com a travessia da Ponte 25 de Abril e na sequência fomos primeiro para o local mais longe, Cabo Espichel, e na volta passamos por Sesimbra, Setúbal e Almada. Este roteiro foi de aproximadamente 150 Km e foi inédito para nós todos.
Para ir para o nosso primeiro destino, Cabo Espichel é necessário atravessar um dos cartões postais de Lisboa, a vistosa Ponte 25 de abril.
Características da Ponte 25 de abril:
Ao longo da margem do Tejo, em Lisboa ou Almada (na margem sul), é possível avistar a ponte.
Continuando o passeio, um pouco adiante da travessia da Ponte 25 de Abril, pegamos uma bela rodovia de pista simples com destino ao Cabo Espichel – localizado a oeste da Vila de Sesimbra e inserido no Parque Natural da Arrábida.
Nos surpreendemos com a beleza do local. A vontade era passar o dia todo por lá, fazendo um piquenique e contemplando cada cantinho. Além das belezas naturais e da Baía dos Lagosteiros há várias edificações interessantes e com muita história.
É um dos mais antigos de Portugal, inaugurado em 1790. Tem visitação gratuita, porém estava fechado quando fomos – abre apenas às quartas-feiras no período da tarde. Na visita é possível admirar a paisagem do alto da torre de 32 metros – são 135 degraus de pedra e 15 de ferro para subir.
Foi construída em 1770 por iniciativa do Rei D. José I – que nesse ano ali se deslocou em romaria. Tem forma hexagonal e no interior tem uma uma fonte em mármore. Era abastecida pelo Aqueduto do Cabo Espichel que vinha de uma aldeia distante 2,5 km dali. Todo o conjunto foi restaurado pela Câmara Municipal de Sesimbra em 2016-2017. Uma pena que estava fechada.
Ela possui em seu interior um painel de azulejos que narra a lenda da aparição da Senhora do Cabo em 1410. A lenda relata o sonho de dois idosos que veem a Santa ser carregada por uma mula branca subindo a falésia e marcando a trilha com seus cascos. Esta trilha mais tarde foi identificada como sendo de dinossauros. Tem-se uma vista muito bonita daqui.
Igreja de Nossa Senhora do Cabo
Sua construção foi iniciada em 1701 e terminada em 1707. Destacam-se na igreja o mármore colorido, o teto e o órgão.
São os alojamentos nas laterais da igreja para hospedagem de peregrinos.
Cruzeiro
É o local onde realmente começa o Santuário, localizado ao final da Casa dos Círios de frente para igreja.
Ruínas da Casa de Ópera
Onde, durante as riquíssimas festas anuais, se reuniam a população e a família real para espetáculos de ópera e teatro.
Já na saída do Cabo Espichel passamos no Café, localizado próximo ao Cruzeiro, e saboreamos um suco de Romã, típico da região.
Já estava caminhando para o carro quando senti um cheiro muito bom, era um imenso pé de figo carregado. Tive que me aproximar para ver e sentir seu aroma.
Hora de continuar o passeio. O retorno agora era pela costa para apreciar o mar. Já na hora de sair um senhor sugeriu que passássemos pelo Castelo de Sesimbra, distante apenas 15 km do Cabo Espichel. Não estava no roteiro, mas como era caminho, fomos lá.
É um castelo medieval em estilo romântico mandado construir pelo Rei Sancho I por volta do ano 1201. Na Torre de Atalaia (construída no reinado de D. Diniz) tem uma pequena exposição sobre o castelo.
É um lugar tranquilo, com estacionamento interno, igreja, entrada gratuita e uma cafeteria.
O Castelo de Sesimbra está localizado no alto de uma falésia onde é possível avistar a cidade, o mar e toda a vegetação ao redor.
Igreja de Nossa Senhora da Consolação do Castelo
Dentro das muralhas do castelo está a Igreja de Nossa Senhora da Consolação do Castelo. A igreja atual é de 1721 e passou por diversas intervenções nos séculos seguintes, porém, entre os anos de 1965 a 2001 esteve fechada. Em 2001 foi reaberta ao público. Ela é toda ornamentada de azulejos em seu interior.
O destino seguinte foi Setúbal, mas no caminho tinha muita coisa para apreciar. Passamos pela estrada entre a Serra da Arrábida e o mar com algumas praias, entre elas a dos Galapos, Galapinhos e Figueirinha (distante apenas 20 km do Castelo de Sesimbra e 10 km de Setúbal). O visual é incrível e chega a ser perigoso, pois a estrada é estreita e você quer ver tudo, então, o melhor é parar o carro sempre que possível.
Chegamos em Setúbal pela bonita Avenida Luisa Todi (cantora lírica portuguesa nascida em Setúbal em 1753). Caminhamos pela praça no canteiro central e fomos ao Mercado do Livramento, cuja bela fachada é em estilo Art Deco, inaugurado em 1930. Em seu interior tem grandes painéis de azulejo. Almoçamos em um dos Restaurantes da Avenida.
Depois do almoço fomos conhecer um pedacinho da parte histórica da cidade. Sempre que visitamos uma cidade gostamos de conhecer a praça central e a Igreja Matriz, e em Setúbal não foi diferente.
A Praça de Bocage (antiga Praça do Sapal) é uma homenagem ao poeta setubalense Manuel Maria Barbosa de Bocage, nascido em 1765, e homenageado em 1871 com uma estátua de mármore branco de dois metros de altura em um grande pedestal.
Na Praça encontra-se também a Igreja de São Julião, que estava fechada, o edifício dos Paços do Concelho e outros edifícios de importância histórica.
A passagem por Setúbal foi rápida, apenas para ter uma ideia de como é a cidade que, com certeza, tem muitos outros atrativos e muita história. A intenção era passar em seguida na Quinta da Bacalhoa, distante apenas 12 km, mas não pesquisei antes (lição aprendida) e como era feriado estava fechada (consultamos na Web antes de sair de Setúbal). Se estivesse aberta, teríamos que deixar o Santuário (destino seguinte) para outro dia. Então, fomos direto para o Santuário Nacional de Cristo Rei em Almada.
Santuário Nacional de Cristo Rei
Está localizado bem próximo da Ponte 25 de Abril, distante 42 km da Praça de Bocage, em Setúbal, por uma estrada excelente, aliás, todas as estradas em Portugal são excelentes, apesar dos muitos pedágios.
O Santuário, inaugurado em 1959, nos surpreendeu com a altura do monumento ao Cristo Rei – são 82 metros do pedestal mais 28 da estátua de Cristo. Vista de Lisboa parecia ser bem menor.
Em 1934, durante uma visita ao Rio de Janeiro, o Cardeal de Lisboa Dom Manuel Gonçalves Cerejeira se inspirou no monumento do Cristo Redentor para construir um similar em Lisboa. Outro motivo para construção foi um voto formulado pelo episcopado português reunido em Fátima a 20 de abril de 1940, pedindo a Deus que livrasse Portugal de participar na Segunda Guerra Mundial.
A vista do Rio Tejo e de Lisboa é muito bonita. A entrada no Santuário é gratuita. Caso queira subir ao mirante de elevador, terá que pagar.
No local tem lojinha, lanchonete, banheiros e estacionamento. Na base do pedestal encontra-se uma bonita capela.
Saindo do Santuário demos uma pequena volta por Almada, passando pela região conhecida como Cacilhas, à margem do Rio Tejo, que funciona como uma integração dos transportes públicos, inclusive fluvial, onde é possível pegar um barco conhecido como cacilheiro para fazer a travessia. Lá se encontra a Fragata Dom Fernando II e Glória que navegou entre os anos de 1845 e 1878, atualmente é um museu da Marinha Portuguesa. A Fragata foi batizada em homenagem ao casal real português, o rei-consorte D. Fernando II e a Rainha D. Maria II, cujo nome era Maria da Glória. O “Glória” do seu nome também se referia à sua santa protetora, Nossa Senhora da Glória. Além da fragata tem também um submarino – não sei se é aberto a visitação.
Uma coincidência foi que passamos lá no dia 1º de novembro e achamos a região muito movimentada, com muitas barraquinhas na rua, mas só agora descobri que estava sendo realizada naquele dia a Festa de Nossa Senhora do Bom Sucesso, evento que ocorre ali desde o período pós-terramoto de 1755.
Já estava chegando o final do dia e voltamos para casa em Lisboa. No caminho passamos por mais um cartão postal, aliás, passamos por ele diversas vezes ao longo de nossos dias – o Aqueduto das Águas Livres de Lisboa.
Aqueduto das Águas Livres de Lisboa
Foi construído entre os anos de 1731 e 1799 e Monumento Nacional desde 1910. Os recursos para construção deste sistema de abastecimento foi proveniente de um imposto denominado Real de Água sobre bens essenciais como o azeite, o vinho e a carne. Os arcos do Vale de Alcântara têm uma extensão de 941 metros, composto por 35 arcos, incluindo, entre estes, o maior arco em ogiva, em pedra, do mundo, com 65,29 metros de altura e 28,86 metros de largura. Um fato extraordinário é que o aqueduto resistiu ao grande terremoto de 1755 que destruiu grande parte de Lisboa. Escrevendo agora no blog descobri que, juntamente com o Museu da Água, o aqueduto é aberto à visitação.
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