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    Peniche, Óbidos, Nazaré e Leiria – Portugal (Diário 3)

    Dia 2 de novembro de 2018, sexta-feira, nosso segundo dia de passeio. A programação do dia era: Peniche, Óbidos, Nazaré, Batalha e Leiria, onde dormiríamos. O roteiro estava um pouco extenso e não conseguimos cumpri-lo, não deu tempo de conhecer Batalha. Peniche e Leiria seriam novidades, porém Óbidos e Nazaré já tínhamos ido duas outras vezes. A distância aproximada deste trajeto foi de 200 km, somente a ida.

    Peniche

    Saímos de Lisboa às 9 horas da manhã para  Peniche – é a cidade mais ocidental da Europa, localizada em uma península. No mapa abaixo estão os locais que visitamos – é possível observar que demos praticamente uma volta pela península, mas com certeza vimos apenas uma amostra da cidade. 

    Entramos na cidade e rapidamente estávamos no Forte de Peniche.

    Forte de Peniche

    Foi mandado edificar por D. João III em 1557 e concluída em 1645 por D. João IV. Um marco histórico desta fortaleza foi ter sido uma prisão política durante o regime ditatorial e fascista de Salazar. Desde novembro de 2017 está fechado para obras de restauração – será o Museu Nacional da Resistência e Liberdade. Não consegui informação de quando será aberto novamente. Fizemos um pequeno passeio por uma de suas laterais.

    Forte de Peniche
    Forte de Peniche
    Forte de Peniche
    Forte de Peniche

    Ao lado da fortaleza está o Cabo Avelar Pessoa, onde tem um amplo estacionamento, agências de passeio de barco e um calçadão. A estátua abaixo é uma homenagem “Ao Homem do Mar” e está na entrada do estacionamento. Não fomos até o fim do calçadão, onde imagino ter uma bonita vista do mar e também da fortaleza, pois estava garoando e ventava muito forte. Deste ponto saem passeios de barco para o Arquipélago de Berlengas – pelo que pesquisei é muito bonito – são apenas 45 minutos de barco e é possível ficar na ilha por algumas horas, ou seja, tem que reservar um dia inteiro para o passeio.

    Monumento Ao Homem do Mar

    Em seguida fomos para a região central. Foi bem difícil encontrar estacionamento. Paramos ao lado da Igreja de São Pedro.

     Igreja de São Pedro

    Foi construída no século XVI e restaurada em 2014 – é a maior de Peniche, mas infelizmente estava fechada. 

    Igreja de São Pedro

    Monumento à Rendilheira

    Caminhamos até o Parque Memorial, onde está o Monumento à Rendilheira do escultor leiriense Fernando Marques – é uma estátua que presta homenagem às mulheres que mantêm a tradição da renda de bilros – muito presente na região, inclusive na cidade tem um museu retratando esta arte. Andamos por todo o jardim, apreciando tudo.

    Monumento à Rendilheira – Parque/Praça de Peniche
    Praça/Parque de Peniche

    Pegamos o carro e seguimos para o nosso próximo destino, o litoral norte de Peniche. Percorremos a Estrada Marginal Norte – qualquer lugar nesta estrada é bonito, mas destaco alguns pontos de observação mais conhecidos: Cabo Carvoeiro, Farol do Cabo Carvoeiro, Miradouro da Cruz dos Remédios, Varanda de Pilatos e a Praia do Portinho.

    Cabo Carvoeiro

    É o cabo mais ocidental da costa continental portuguesa, a norte do Cabo da Roca (o mais ocidental) – de lá é possível avistar o Arquipélago de Berlengas.

    Cabo Carvoeiro – Arquipélago de Berlengas ao fundo

    Farol do Cabo Carvoeiro

    Está em funcionamento desde 1790 com 27 metros de altura – visitação às quartas-feiras de 14 às 17 horas.

    Farol do Cabo Carvoeiro

    Miradouro da Cruz dos Remédios

    Tem uma vista muito bonita, mas requer bastante atenção, pois não tem nenhum tipo de proteção.

    Miradouro da Cruz dos Remédios
    Miradouro da Cruz dos Remédios

    Varanda de Pilatos

    Mais um bonito miradouro.

    Varanda de Pilatos

    Praia do Portinho da Areia do Norte

    Está próxima da Península de Papôa, conhecida por ondas muito grandes e nosso último destino em Peniche.

    Praia do Portinho

    Em uma ponta está o Cabo Carvoeiro e na outra a Praia do Portinho, distantes apenas 3 km um do outro. 

    Na costa de Peniche aconteceram alguns naufrágios famosos, o maior deles foi o do galeão espanhol San Pedro de Alcântara em 1786, que saiu do Peru para Cádis (Espanha) com cobre, ouro e prata. Tratava-se de um navio de guerra com 64 canhões e vitimou 128 pessoas. 

    Óbidos

    Óbidos significa cidadela fortificada. Já estivemos outras vezes na cidade e desta vez a nossa passagem pela cidade foi bem rápida.

    Aqueduto da Usseira ou Aqueduto de Óbidos

    Logo na entrada de Óbidos nos deparamos com um grande aqueduto, mandado construir por volta de 1530 pela Rainha D. Catarina de Áustria – ele é chamado de Aqueduto da Usseira ou Aqueduto de Óbidos, pois levava a água dos mananciais da Usseira até Óbidos – 3 km de distância.

    Aqueduto de òbidos

    Estacionamos o carro do outro lado da pista (da foto acima), em um estacionamento menor e asfaltado, ambos pagos. Há nas proximidades alguns bolsões de estacionamento que não são pagos. Logo na saída do estacionamento tem um Centro de Informações Turísticas. No mapa abaixo consta o pequeno roteiro que fizemos.



    Caminhamos uma curta distância e já estávamos na entrada principal da vila, a Porta da Vila de Óbidos. Dentro das muralhas não se pode entrar de carro, exceto moradores e hóspedes de hotéis, apenas para descarregarem as bagagens.

    Portal de Óbidos

    No interior do portal tem um oratório do século XVII dedicado à padroeira de Óbidos, Nossa Senhora da Piedade,  todo revestido em azulejos retratando a Paixão de Cristo – não foi possível fotografar desta vez (já estivemos outras vezes em Óbidos) porque estava sendo restaurado.

    Logo em seguida entramos na principal rua da Vila, a Rua Direita, que, curiosamente, fica à esquerda, começando no Pelourinho.

    Pelourinho – à esquerda, a Rua Direita

    A Rua Direita é uma simpática e movimentada rua onde estão as lojinhas de artesanato e de souvenir, alguns bares e restaurantes, bancas da bebida típica da região, a Ginjinha, a Igreja Matriz de Santa Maria, casas com floreiras na varanda e muito mais, terminando onde está a Pousada do Castelo e a Igreja de São Thiago, onde atualmente é uma importante livraria – Livraria Santiago , que estava fechada neste dia.

    • Rua Direita

    Onde é o Castelo atualmente funciona uma pousada e um restaurante (aberto ao público).  No portal ao lado da Igreja/livraria, foto acima, funciona a Vila de Natal de Óbidos na época de Natal.

    À esquerda da Livraria e também à direita, após o Portal de acesso à Vila do Natal (quando não tem o evento), há escadas que dão acesso à muralha de Óbidos, cuja extensão é de 1,5 km. Há ainda outros acessos ao redor da muralha. Nós subimos e percorremos apenas um pequeno trecho. Andamos com cuidado, é necessário ter muita atenção, pois é bem estreito o caminho (verifique nas fotos abaixo). Não recomendo para crianças e pessoas com dificuldades de locomoção.

    Muralha do Castelo de Óbidos
    Muralha do Castelo de Óbidos
    Castelo de Óbidos
    Muralha do Castelo de Óbidos

    Descemos e voltamos pela Rua Direita com a intenção de almoçar, mas os restaurantes estavam bem cheios, apesar da cidade estar relativamente vazia, acho que era por causa da chuva. Então, a sugestão é procurar um restaurante antes de começar a encher, pois pode ficar difícil depois. Decidimos continuar nosso roteiro indo para Nazaré, onde almoçamos. Saindo da cidade ainda pudemos apreciar a bela vista do castelo e das muralhas.

    Óbidos visto da estrada


    Nazaré


    Já conhecíamos Nazaré também, então, foi uma passagem rápida. Fomos primeiro na parte baixa da cidade onde está a Praia da Nazaré e depois na parte alta. Já eram quase 15 horas e fomos direto almoçar. Optamos por um pequeno restaurante, A Barca (acredito que seja mais frequentado por moradores da cidade), ao invés dos restaurantes turísticos da Praça Souza Oliveira, próxima à praia. Valeu a escolha, local pequeno e simples, bom custo/benefício para quem não é exigente demais – os comentários do Tripadvisor, na média, são bons, apesar de um ou outro destoar da média. Como nos demais lugares que passamos, não é muito fácil encontrar um estacionamento. Depois do almoço fomos até a praia para tirar algumas fotos e seguimos para parte alta da cidade.

    Praia da Nazaré
    Praia da Nazaré

    Na parte alta estacionamos muito próximo do Largo de Nossa Senhora da Nazaré – uma bonita praça com um coreto central, onde estão alguns dos principais pontos de interesse e vários locais de venda de artesanato.

    Largo da Nossa Senhora da Nazaré – foto tirada das escadas da igreja

    Santuário da Nossa Senhora da Nazaré 

    Em seu interior, guarda-se a Sagrada imagem de Nossa Senhora da Nazaré, uma Virgem Negra, esculpida em madeira, trazida de Mérida para Nazaré no ano de 714. Ela já esteve em três locais diferentes em Nazaré, sendo o primeiro praticamente escondida nas rochas, por 468 anos. A partir do ano de 1182 esteve na Capela da Memória e, depois, em 1377, no Santuário, que passou por uma reconstrução iniciada no século XVII. A imagem encontra-se no altar-mor. Para admirá-la de perto, paga-se uma pequena taxa para acessar o altar, passando por um bonito corredor de azulejos e pela sacristia.

    Santuário da Nossa Senhora da Nazaré
    Santuário da Nossa Senhora da Nazaré
    Santuário da Nossa Senhora da Nazaré
    Santuário da Nossa Senhora da Nazaré – Sacristia
    Igreja vista do altar-mor
    Nossa Senhora da Nazaré

    Ao lado da Praça está o Miradouro do Suberco – a vista é belíssima, principalmente em dia de sol (não foi desta vez, mas em outra ocasião pudemos contemplar com sol).

    Praia da Nazaré vista do Miradouro do Suberco
    Miradouro do Suberco

    Capela da Memória

    Está localizada ao lado do Miradouro a pequena Capela da Memória, pequena em tamanho, mas grande em história.  Ela é revestida em azulejos onde está retratada a Lenda de Nazaré, que conta que D. Fuas Roupinho caçava junto ao litoral, envolto por um denso nevoeiro, quando avistou um veado e começou a persegui-lo. O veado dirigiu-se para o alto de uma falésia e D. Fuas se isolou de seus companheiros por causa do nevoeiro. Quando se deu conta de estar no topo da falésia, à beira do precipício, reconheceu o local ao lado de onde havia uma gruta com a imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus. Rogou então, em voz alta: Senhora, valei-me! De imediato, milagrosamente, o cavalo estacou, fincando as patas traseiras no penedo rochoso e ficando suspenso sobre o vazio – o Bico do Milagre – salvando-se assim o cavaleiro e sua montaria de uma queda de mais de cem metros. D. Fuas desmontou e desceu à gruta para rezar e agradecer o milagre. Depois do ocorrido, mandou construir uma capela sobre a gruta, em memória do milagre, a Ermida da Memória, para aí ser exposta à veneração dos fiéis a milagrosa imagem.

    Capela da Memória
    Capela da Memória
    Capela da Memória

    Outro local bem próximo da Praça que vale a pena visitar é o Farol da Nazaré, onde é possível avistar a Praia do Norte, onde tem os campeonatos de surf de ondas gigantes. A temporada começa no início de outubro e não tem dia certo para acontecer, pois depende do mar e dos ventos.

    Nosso próximo e último destino do dia foi Leiria.

    Leiria


    Chegamos em Leiria já estava escurecendo e fomos direto para o hotel que havíamos reservado pelo Booking – Hotel D. Diniz.  O hotel tem um bom custo-benefício: além de próximo da região central, tem estacionamento, bom café da manhã e quartos confortáveis, tudo por um preço justo.

    Hotel D. Diniz

    Saímos do hotel a pé para jantar. Atravessamos a ponte a poucos metros do hotel e logo estávamos na Praça Goa Damão e Diu, onde pudemos apreciar a fonte luminosa. Praticamente ao lado da praça tem uma rua pedonal, Rua Dr. Correia Mateus, ao lado do Mercado de Sant’Ana e do Teatro Miguel Franco, onde há vários restaurantes. Escolhemos logo o primeiro, Restaurante Montecarlo “Salvador”, ótimo custo-benefício também, comida farta e barata, mas tivemos sorte de conseguir mesa.

    Fonte Luminosa

    Voltamos ao hotel para dormir e poder conhecer um pouco mais da cidade no dia seguinte.

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