O Parque Estadual do Jalapão foi criado em12 de janeiro de 2001 e está localizado na região leste do estado do Tocantins, com quase 160 mil hectares de área. Os principais municípios do entorno são: Mateiros, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins.
O parque foi batizado de Jalapão devido à abundância da flor Jalapa-do-Brasil encontrada na região, também conhecida como Chuveirinho. Ela é inconfundível, especialmente quando florescem, de março a julho, esbanjando beleza com suas pétalas brancas em meio ao Cerrado brasileiro. A vegetação predominante no parque é o cerrado ralo e campo limpo com veredas.
Iniciamos a viagem saindo de Brasília, onde moramos, no dia 15 de outubro de 2024, na companhia (e no carro) de um casal de amigos. Passamos alguns dias em Aurora do Tocantins, na região de Serras Gerais (post do Brasília na Trilha) e, no dia 20, seguimos para Mateiros, onde nos hospedamos até o dia 24, quando saímos cedo para retornar a Brasília. Na volta, dormimos em Alto Paraíso – GO. Na manhã do dia 25, chegamos em casa.
Para conhecer o Jalapão, o planejamento começa escolhendo como chegar lá. Muitos vão até Palmas (capital do Tocantins), outros preferem iniciar o passeio por Ponte Alta do Tocantins ou por São Félix do Tocantins. Os passeios podem ser feitos por conta própria ou contratando pacotes em agências especilizadas, que incluem hospedagem, transporte (em veículo 4×4) e atrativos. Nós optamos por conhecer o Jalapão a partir de Mateiros, onde chegamos em camionete 4×4, cabine dupla (de nosso amigo), e por fazer a maioria dos roteiros por conta própria.
De Brasília a Mateiros são 830 km, sendo 140 km de terra. Este é o caminho mais curto até o Jalapão. Fazendo este trajeto, abrimos mão de conhecer os atrativos mais próximos de Ponte Alta e de São Félix, que ficarão para outra oportunidade. O trecho asfaltado foi percorrido em pista simples, que estava em ótimas condições, e oferece belas paisagens. A parte de terra estava relativamente boa, levamos três horas para percorrê-la.
É possível ir de carro sem tração 4×4? Diria que depende de sua habilidade para dirigir em estradas de terra e areia, dos locais que quer visitar e, principalmente, das condições do tempo. Em época de seca, a areia fofa pode ser um obstáculo e, na época das chuvas, a lama pode ser um problema também. Como viajamos no início das chuvas, a areia estava relativamente compactada e não havia lama, encontramos apenas alguns pequenos pontos de alagamento. Vimos alguns carros comuns trafegando por lá, mas não recomendo.
Veja o caminho percorrido no mapa abaixo.
Antes de pegar a estrada de terra, uma boa opção é parar no Posto Portal do Jalapão. Ali, almoçamos e abastecemos o carro. Este posto está a 4 km de Dianópolis e a alguns poucos metros à frente do trevo que conduz a Mateiros. Dali, são 56 km de asfalto e 140 km de terra até Mateiros.
Já na estrada de terra, é bom observar as bifurcações, fique sempre na estrada principal. Embora seja uma estrada estadual importante, praticamente não há sinalização de sentido e de distância (vimos poucas placas na ida e nenhuma na volta) e a Internet não pega. Na volta, chegamos a errar o caminho em uma das bifurcações, mesmo seguindo o mapa off-line. Observe também que boa parte da estrada é ladeada por plantações de soja, milho, sorgo e algodão. Para escoar toda a produção, o trafego de caminhões pode ser intenso e levantar muita poeira, dificultando as ultrapassagens. O agro é forte na região e a gente só volta a ver a mata quando começa o parque, a uns 60 km de Mateiros. Curiosidade: parte da estrada está no estado da Bahia e parte no Tocantins.
A cidade de Mateiros é relativamente nova, foi fundada em 1992 e tem uma população de apenas 2.900 habitantes. Está entre os dez municípios do país com maior número de pessoas quilombolas. O município está na Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão, que abriga o Parque Estadual do Jalapão e parte da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins e do Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba. Mateiros é um dos polos de produção de artesanato em capim dourado. O nome do município se deve à abundância de veados-mateiros que eram encontrados na região. Hoje, a cidade está inserida nas rotas turísticas do Jalapão. Mateiros está a 305 km de Palmas e a 830 km de Brasília.
Apesar de bem pequena, a cidade tem muitas opções de hospedagem, a maioria bem simples. Algumas pousadas estão localizadas mais próximas dos atrativos, ficando isoladas da cidade. Para viajar na alta temporada, convém reservar com bastante antecedência, principalmente se quiser hospedar-se com um pouco que seja de conforto.
O planejamento inicial era realizar a viagem em agosto de 2024, mas nosso amigo e companheiro de viagem sofreu um acidente de moto dias antes e tivemos que adiar os planos, pois ele havia fraturado duas costelas. Na ocasião, as pousadas já estavam lotadas e só conseguimos vaga na Pousada Aconchego. Como pagamos a hospedagem antecipadamente, mantivemos a reserva para outubro. A pousada fica no centro da cidade e é bem simples. Conta com estacionamento próprio e um pequeno, mas bem cuidado jardim; oferece um bom café da manhã e ainda tem uma piscina. Os quartos são simples, mas têm ar-condicionado e frigobar. Roupas de cama, toalhas de banho, colchões, travesseiros limpeza poderiam ser melhores, mas nos atendeu. Os recepcionistas são atenciosos, educados, mas mal treinados (um problema que observamos em toda a região). No cômputo geral, diria que a pousada tem um bom custo/benefício, o valor da diária foi R$ 220,00 o casal (outubro de 2024).
A cidade de Mateiros não tem muitas opções de restaurantes. Encontramos apenas um aberto no horário de almoço, os demais, só servem jantar. Mas há restaurantes nas áreas próximas aos atrativos, onde pudemos almoçar em alguns dias.
No dia em que chegamos, fizemos um lanche (sofrível) na panificadora Santa Maria à tarde (fica dentro do pequeno supermercado de mesmo nome), e jantamos no Pousada, Bar e Restaurante Beira da Mata. Local agradável, comida boa (macarrão a bolonhesa e o prato “tachinho de frango”, deliciosos e muito bem servidos), preço justo e ótimo atendimento. Os drinks são a especialidade da casa, mas não pudemos experimentar nessa noite porque a chuva atingiu o balcão onde são preparados. De fato, foi uma tempestade terrível, que durou a noite toda. Alguns pontos da cidade ficaram sem energia. Foi a primeira chuva depois de um longo período de estiagem na região. No dia seguinte, o tempo firmou, e iniciamos os passeios sem problemas. No último dia, repetimos o Beira da Mata e, dessa vez, experimentamos um dos drinks premiados do cardápio.
No segundo dia, almoçamos no Dona Rosa, único restaurante aberto para almoço. Não tinha ninguém além de nós, mas o prato executivo estava frio. Uma pena. O local é espaçoso e o pessoal é atencioso. À noite, jantamos no Restaurante: Mama-Cadela, em frente ao Beira da Mata. Apesar de ter instalações simples, é o mais diferenciado, com música ao vivo de qualidade e até opções de vinho. Comemos um prato com peixe pirarucu muito saboroso, o valor mais salgadinho. De sobremesa, um petit gateau com sorvete de baru. Fomos bem recebidos pelo proprietário Eduardo, que se mudou lá de Minas Gerais com a esposa, que é a chef do restaurante, para viverem no Jalapão.
Na noite seguinte, comemos uma pizza na Pizzaria Mandiare Bene (escrito assim mesmo), que estava boa e era barata.
Nos outros dias, optamos por almoçar nos restaurantes dos atrativos que estávamos conhecendo: um no Fervedouro Beija-flor e outro no Fervedouro do Rio do Sono. Gostamos muito da comida dos dois. Nesses locais, convém encomendar a comida antes.
Destaco ainda o bar Recanto das Dunas (32 km de Mateiros), bem próximo da recepção das Dunas do Jalapão, aberto de terça-feira a domingo. Programe-se para passar lá depois de ver o pôr do sol nas dunas ou curta o pôr do sol aqui tomando um drink e ouvindo uma boa música (mecânica ou banda ao vivo). Experimente o drink de rapadura, limão e gengibre. Vela as fotos no item Dunas do Jalapão.
De forma geral, as recomendações são as mesmas para passeios na natureza. É bom levar boné, roupa de banho, toalha, protetor solar e repelente, mas observe que nos fervedouros e poços não é permitido usar nada que possa contaminar a água. Leve uma garrafinha d’água e alguma fruta ou castanha para beliscar, embora muitos locais vendam algo para comer e beber.
As trilhas a pé são curtas, entre 100 e 300 metros, desta forma, um chinelo atende bem, mas é interessante ter um tênis no carro, se decidir por outras aventuras.
Em quase todos os atrativos tem Wi-Fi. O pagamento pode ser em PIX, alguns aceitam cartão e outros poucos só aceitam dinheiro.
Prepare sua câmera, pois não vai se cansar de fotografar a beleza da região. Se tiver uma capinha impermeável para fazer fotos subaquáticas, aproveite.
Para visitar a maior parte dos atrativos não é necessária a contratação de guia. Dos passeios que fizemos, foi obrigatório contratar um guia apenas para entrar nas Dunas do Jalapão.
Nas visitas aos fervedouros, que são pequenos, o número de pessoas e o tempo de permanência dentro d’água varia de 10 a 20 minutos, conforme a quantidade de visitantes. Tivemos muita sorte. De sete fervedouros que visitamos, tivemos que sair após 20 minutos de apenas um deles, pois havia chegado um grupo maior de pessoas. Nos demais, nos esbaldamos pelo tempo que quisemos, pois não havia ninguém esperando. Fomos premiados, talvez por estarmos lá durante a semana e ser baixa temporada. Quando deixamos Mateiros na quinta-feira, observamos que o movimento na cidade estava aumentando.
A beleza natural do cerrado dessa região é o que realmente interessa e no Jalapão há muitos atrativos. Nós visitamos as Dunas do Jalapão, a Cachoeira do Formiga e sete fervedouros (mas o que é isso?!), além de comprar o artesanato de capim dourado.
Curioso para saber o que são os fervedouros? São as maiores atrações do Jalapão (há mais de cem), entretanto, muitos não são explorados. Os fervedouros são nascentes de rios subterrâneos que não encontram local de vazão e brotam formando piscinas naturais (o fenômeno é chamado de ressurgência) de água transparente azul ou verde esmeralda, conforme o reflexo do sol em suas areias brancas. São cercados por bananeiras, buritizeiros e outras plantas. Uma maravilha!
A expressão “fervedouro” leva muita gente a imaginar que a água é quente, mas na realidade, o nome é devido às bolhas de água geradas pela nascente, que se assemelham às bolhas na fervura de líquidos. Já a temperatura das águas é uma delícia, refrescante, mas longe de serem geladas como costumam ser as águas de rios e cachoeiras. De fato, a temperatura da água é agradável em toda a região do Jalapão e de Serras Gerais.
A areia branquinha no fundo dos fervedouros tem a textura do polvilho ou da maisena, embora eu nunca tenha pisado em polvilho. Outra característica, é que em alguns pontos do fervedouro seus pés afundam na areia, como se fosse uma areia movediça. Não deixei afundar muito, logo levantava os pés, só de imaginar que podem chegar a 50 metros de profundidade. Curiosamente, por causa da pressão da água que emerge dos aquíferos subterrâneos com grande força, a gente tem a sensação de flutuar sem esforço, um fenômeno natural fascinante.
Para evitar a degradação do ambiente, há algumas regras para banhar-se nos fervedouros, como o número limitado de visitantes por vez. Também é proibido o uso de protetor solar, repelente ou cremes e óleos corporais.
O artesanato do Tocantins tem sido a principal fonte de renda das famílias e é basicamente realizado pelas comunidades tradicionais, que utilizam matérias-primas do cerrado para produzirem peças de cerâmica, capim, sementes e palhas de buriti, babaçu e milho, além de cristais e ouro. Na região do Jalapão, no entanto, predomina o artesanato feito com capim dourado.
O artesanato de capim dourado teve origem na Comunidade Quilombola Mumbuca, hoje formada por cerca de 160 moradores, em sua maioria descendentes de escravos que saíram da Bahia em 1909, buscando melhores condições de vida. A expressão indígena “mumbuca” refere-se a um tipo de abelha azul muito comum nessa região. Além de Mumbuca, há outras onze comunidades tradicionais na região: Galheiros, Fazenda Nova, Boa Esperança, Carrapato, Mata, Formiga, Ambrósio, Galhão, Itapiru, Jacurutu e Rio Novo.
Brilha como ouro e não é nem capim! Apesar do nome, o capim dourado é uma espécie de sempre-viva (Syngonanthus nitens), cuja haste é dourada e a flor em sua ponta é pequena e branca. Por ser muito delicada, medidas foram adotadas para garantir o uso sustentável, sua preservação e a manutenção do equilíbrio ecológico nos ambientes onde essas plantas são encontradas. Assim, a colheita da sempre-viva só pode ser feita entre os meses de setembro e novembro, por integrantes de associações cadastradas e autorizadas pelo órgão ambiental Naturatins, quando apenas as hastes completamente secas são retiradas. No início de setembro, é realizada a Festa da Colheita, quando celebram a haste que garantiu a renda durante todo o ano.
Com o capim dourado, os artesãos produzem brincos, colares, pulseiras (biojoias), bolsas, fruteiras, vasos, chapéus, mandalas, sousplat, caixinhas, cestas e outros itens de decoração, que garantem o sustento das famílias. As peças douradas são conhecidas no Brasil e no exterior e fazem muito sucesso.
Em Mateiros, a associação de artesãos ACAPPM vende os artigos de capim dourado em uma loja na cidade e nas comunidades quilombolas.
Nossa primeira manhã no Jalapão foi de torcida para o tempo melhorar. Chegamos em Mateiros no domingo no meio da tarde. À noite, saímos para jantar debaixo de um temporal. Choveu forte até na manhã seguinte, mais de 12 horas ininterruptas. Com o tempo fechado, preferimos dar uma volta pela cidade para conhecer a loja de artesanato de capim dourado, a pequena igreja e Paróquia do Divino Espírito Santo, e pesquisar as opções de restaurante. Almoçamos na cidade e nos programamos para conhecer as Dunas do Jalapão à tarde. Foi aí que tudo começou a mudar, principalmente o astral.
O caminho para as dunas é pela rodovia TO-255, que liga Mateiros à Ponte Alta do Tocantins. A estrada é de terra. Até a recepção das dunas são 34 km, cerca de uma hora de carro. Da recepção até as dunas são mais 5 km.
Para entrar nas Dunas do Jalapão é obrigatório estar acompanhado por um guia. Nós contratamos o Ronaldo, telefone (63) 99103-8405. Pagamos R$ 220,00 já incluídos os ingressos (éramos 4 pessoas). Ele foi de moto de Mateiros até a recepção, onde nos encontramos e de onde seguimos até as dunas.
As dunas têm até 30 metros de altura e são formadas por uma areia dourada (quartzo) em constante movimento, guiadas pelos ventos. Ao seu redor, está a Serra do Espírito Santo, de formação arenosa, cuja ação dos ventos causa a erosão que dá origem às dunas. Outro destaque é a formação rochosa conhecida pelo nome de Saca Trapo.
Antes de chegar às dunas, uma paradinha apenas para tirar uma foto da Lagoa do Jacaré, com a Serra do Espirito Santo ao fundo.
Seguimos mais um pouco e estacionamos o carro, onde há também banheiros.
O trecho seguinte é uma trilha pequena feita a pé. No caminho, o guia foi nos apresentando algumas árvores, flores e frutos do cerrado, e já começamos a observar a surreal Duna do Jalapão, brotando no meio do cerrado.
Antes de subir as dunas, atravessamos um rio bem raso, com água na canela.
Subimos pela lateral das dunas (obrigatório), já maravilhados com o visual. Do topo, pudemos contemplar a bela vista de 360º dos campos de vereda, da Serra do Espirito Santo, do Morro Saca Trapo e do rio. Foram muitas fotos e suspiros. Aqui, tivemos tempo para admirar e contemplar a beleza do local. A cor da areia é diferente de todas as dunas que conhecemos, talvez se aproxime um pouco da areia do Deserto do Atacama. O som predominante no alto das dunas era dos pássaros pretos.
Do alto das dunas começamos a perceber a melhora do tempo, uma tarde muito agradável, de temperatura amena e garantia de sol nos próximos dias.
Depois de mais de uma hora contemplando este cartão postal, retornamos à trilha, parando para olhar para trás algumas vezes, nos despedindo desse cenário.
Quando já estávamos nos preparando para voltar para Mateiros, nosso companheiro de viagem disse que havia, a menos de mil metros dali, um bar chamado Recanto das Dunas. Já na porta, descobrimos que não abria às segundas-feiras, mas por sorte fomos recepcionados com muita simpatia por um funcionário, que fez um tour privado conosco por todo o espaço. O local rústico e isolado é fantástico. Ótimo também para fotos instagramáveis, curtir o pôr do sol, ouvir uma boa música e tomar um drink.
Saímos do Recanto das Dunas no início da noite e chegamos a Mateiros por volta de 19h30.
Um dia espetacular, céu azul e temperatura agradável, por volta de 30ºC. Saímos cedo da pousada em Mateiros e rodamos ao todo 113 km, tudo em estrada de terra. A maior parte na TO 110 que liga Mateiros a São Félix do Tocantins. Como tinha chovido bastante da noite de domingo até segunda pela manhã, a parte mais arenosa da estrada estava bem compactada, fácil de passar.
Os atrativos do dia foram: Cachoeira do Formiga e Fervedouros Licuri, Beija-flor, das Macaúbas e Encontro das Águas.
A Cachoeira do Formiga recebe o mesmo nome do rio, Formiga. Foi o primeiro atrativo do dia. Seguimos pela estrada de terra Mateiros/São Félix (TO- 110) por 27 km. Saímos da estrada principal e pegamos o acesso à cachoeira, percorrendo mais 6 km (tem sinalização).
Na recepção da cachoeira tem banheiros e ao lado fica o Bar e Restaurante da Zefa. Se desejar almoçar, encomende o almoço antes. O acesso à cachoeira é pago e custa R$ 50,00 (out/2024).
A cachoeira é bem próxima da recepção, em área coberta por uma densa mata. Ela é pequena e bem bonita. O poço é ótimo para banho, mas tem um pouco de correnteza. A água cristalina em tom verde esmeralda tem uma temperatura agradabilíssima, diferente de todas as cachoeiras que já visitamos, que costumam ser geladas. Foi onde ficamos por mais tempo, cerca de duas horas. Um pouco abaixo da cachoeira tem mais um local para banho, com correnteza bem fraca.
Por ter sido em um dia de semana e já saindo da alta temporada, o movimento estava pequeno, o que tornou o local mágico. Considero um atrativo imperdível. Não é obrigatório e nem necessário guia, mas muitos chegam ao local em grupos de excursão. Ressaltando apenas que, dependendo da época, o veículo 4×4 é indispensável.
Contatos (63) 99296-7368 ou (63) 99267-9222 ou (63) 99976-2538.
No caminho para cachoeira, na estrada principal TO-110, paramos para fazer umas compras na lojinha Capim Dourado Quilombola, onde encontramos bonitas peças em capim dourado.
Nossa próxima atração foi o Fervedouro Licuri,
O Fervedouro Licuri está bem próximo da Cacheira do Formiga, cerca de 4 km. Dali, não é necessário voltar até a rodovia principal TO-110. Fica a 30 km de Mateiros e tem placas na estrada. Este foi o primeiro e o menor dos sete fervedouros que visitamos, a expectativa era grande.
Estacionamos o carro e passamos pela recepção, onde pagamos a taxa de R$ 20,00 por pessoa (no local tem Wi-Fi e o pagamento pode ser por PIX). Além dos atrativos naturais, ali também funciona uma pousada. Não entramos para conhecer os apartamentos por dentro, mas o local nos pareceu bem agradável. O restaurante funciona para almoço (precisa encomendar) e jantar, mas somente quando há hóspedes.
Dali, seguimos a pé por uma pequena trilha até o fervedouro. A água cristalina e esverdeada nos encantou, assim como a temperatura. A cor da areia no fundo é espetacular, como nos demais fervedouros.
Saindo do fervedouro, seguindo por uma outra trilha bem pequena (uns 200 metros), chega-se a outro deck que também dá no Rio Formiga. Igualmente bonito e relaxante, achei até mais interessante que o próprio fervedouro.
Estávamos sozinhos tanto no fervedouro quanto no Rio Formiga, foi muito bom, pois não nos preocupamos com o tempo. Recomendo o local, principalmente se estiver voltando ou indo para a Cachoeira do Formiga. Contato licurijalapao@gmail.com, telefone (63)-99117-0991.
Nosso próximo destino foi o Fervedouro Beija-Flor.
O Fervedouro Beija-Flor foi o atrativo seguinte. Saímos do Licuri e voltamos uns 3 km até a estrada principal (TO-110), onde viramos à direita, sentido São Félix. Percorremos em torno de 14 km na TO-110, quando viramos à esquerda, pegando um acesso secundário por 4 km até o Fervedouro Beija-Flor. Se sair de Mateiros direto para o Fervedouro Beija-Flor, são 45 km. Este foi o fervedouro mais distante que visitamos.
Entre os fervedouros Licuri e Beija-Flor há algumas opções de restaurante, mas é necessário encomendar. Alguns deles não abrem durante a semana na baixa temporada. Optamos por encomendar o almoço no restaurante do Fervedouro Beija-Flor, para onde ligamos assim que saímos de Mateiros, no começo da manhã. Contato: Dona Delci (62) 99631-1099 (WhatsApp).
A entrada para o fervedouro custa R$ 20,00 por pessoa. Chegamos por volta de 14 horas, já com muita fome. Almoçamos tranquilamente tomando uma cerveja gelada. A comida era simples, mas muito boa: arroz, feijão, frango caipira, carne cozida, farofa e legumes. R$ 40,00 por pessoa, à vontade (self-service).
Depois do almoço, uma opção seria descansar nas redes, mas preferimos seguir para o fervedouro, pois ainda queríamos visitar outros dois na volta para Mateiros.
Seguimos por uma trilha de uns 300 metros até o fervedouro.
Se tiver que escolher apenas dois ou três fervedouros no Jalapão, com certeza este estaria na lista. O poço é maior que a maioria dos fervedouros e a água estava mais azul devido à posição e à luz do sol. Um espetáculo. Mais uma vez, somente nós estávamos no fervedouro.
Per
Já se aproximava de 16 horas quando seguimos para o Fervedouro das Macaúbas.
O Fervedouro das Macaúbas já estava no caminho de volta para Mateiros. Percorremos 4 km a partir do Fervedouro Beija-Flor até a TO-110, cerca de 5 km nesta estrada, e viramos à direita, percorrendo mais 3 km até a recepção do local.
A entrada custa R$ 25,00, pagos na recepção, onde também é possível comprar uma bebida, um sorvete, uma batatinha ou uma caixeta com doce de buriti. Ao lado do bar tem uma pequena lojinha com artesanatos.
A trilha até o fervedouro também é pequena, mas foi a maior delas, 600 metros. Fomos acompanhados por um guia local (sem custo adicional).
O Fervedouro das Macaúbas tem as mesmas características dos demais, embora eu tenha tido uma sensação maior de afundar na areia no centro do poço. Já passava de 16h30 e o sol já não realçava tanto a cor da água, mesmo assim estava cristalina. Desta vez, não éramos os únicos por lá, havia uma criança se divertindo com a tia, não nos atrapalharam em nada, e pudemos aproveitar e relaxar da mesma forma. A única pressa, na realidade, é que ainda queríamos visitar o último fervedouro do dia, o Encontro das Águas.
O Fervedouro Encontro das Águas foi o último atrativo do dia. Decidimos conhecer porque estava no caminho da volta para Mateiros e por indicação de um casal que estava na Cachoeira do Formiga.
Do Fervedouro das Macaúbas, voltamos para TO-110 no sentido Mateiros. Um pouco à frente, entramos à direita, sentido São Félix/Mateiros. Deste fervedouro até Mateiros são 36 km.
Aqui, além do fervedouro, outro atrativo é o encontro das águas do Rio do Sono com as águas do Rio Formiga. O Rio do Sono é o maior rio totalmente localizado no estado do Tocantins (ele deságua no Rio Tocantins).
A entrada para o fervedouro era de R$ 20,00 por pessoa. Foi o único local que visitamos que a infraestrutura era muito ruim. No estacionamento tinha apenas um banheiro bem precário. Seguimos por uma curta trilha até o fervedouro. Como já era quase 17h30, o sol já não refletia mais na água cristalina do fervedouro. No entanto, o efeito da água brotando era mais intenso que nos outro fervedouros, até na foto é possível perceber.
Seguimos mais alguns metros até o encontro dos rios Sono e Formiga. O rio do Sono é mais caudaloso e nada seguro devido à correnteza. Já o rio Formiga é mais estreito e calmo, sendo possível banhar-se ali. Entretanto, neste trecho, ele está envolto pela mata, ficando mais sombreado e a água mais escura.
O local é bonito, com a luz do sol dá para observar melhor a diferença de cores no encontro das águas, mas eu esperava mais do lugar, não incluiria na lista de lugares imperdíveis. Talvez se tivéssemos passado ali mais no meio do dia teria achado mais bonito.
Por volta das 18 horas seguimos de volta para Mateiros. Chegamos na pousada às 19 horas, tomamos um banho e saímos para jantar. Voltamos cedo para descansar, pois teríamos mais um dia intenso pela frente.
Este segundo dia de passeio foi o mais intenso, rodamos muito e conhecemos cinco lugares maravilhosos. Para quem tem pouco tempo, eu recomendaria a Cachoeira do Formiga, o Fervedouro Licuri e o Fervedouro Beija-flor.
Mais um dia de sol maravilhoso e nosso último dia de passeio no Jalapão. Depois de ter conhecido muitos locais em dois dias, o terceiro dia foi um pouco mais leve, pois fomos conhecer os fervedouros mais próximos de Mateiros: Ceiça, do Sono e Buritis. Andamos no total cerca de 60 km.
Antes de sair de Mateiros, ligamos para o Fervedouro Rio do Sono para encomendar o almoço com a Samara (63) 99938-4920 (whatsapp).
Para o Fervedouro do Ceiça pegamos a mesma estrada do dia anterior, a TO-110, sentido São Félix do Tocantins, percorrendo cerca de 24 km até o Restaurante Mandala, onde pegamos uma estrada secundária à esquerda por 1,2 km. Tem sinalização. Antes de chegar ainda apanhamos um caju na estrada.
Estacionamos o carro em um local amplo, onde consta a frase “A história do Jalapão começou aqui”. Há banheiros nesse ponto, mas não há bar, loja ou restaurante. Depois, seguimos uma curta distância até o fervedouro.
O Fervedouro do Ceiça é bem bonito e vale a pena conhecer. Ele tem uma característica que o diferencia dos demais, pois o acesso é feito por meio de um pequeno córrego. Nos outros fervedouros, o acesso ao poço é por um deck com escada. Antes, logo na entrada, é cobrado R$25,00 por pessoa.
Neste fervedouro ficamos por menos tempo, uns 20 minutos, pois chegou um grupo de turistas e o recepcionista avisou que nosso tempo havia se esgotado. Contato: (63) 9993-3503 (WhatsApp).
O destino seguinte foi o Fervedouro Rio do Sono. Saímos do Fervedouro do Ceiça e pegamos a TO-110 novamente, mas agora no sentido Mateiros (voltando). Rodamos 10 km e viramos à direita, seguindo por mais 9 km por uma estrada secundária. Saindo direto de Mateiros são 24 km. O ingresso para o fervedouro custa R$ 25,00.
Chegamos por volta de 11h30. Como já havia outros dois grupos na fila para o fervedouro, aguardamos o almoço ser servido, enquanto tomávamos uma cerveja gelada. Aproveitamos também para visitar a Farmácia do Sono para escolher um aperitivo.
O almoço self-service foi servido no fogão à lenha. Comida bem saborosa e variada, ao custo de R$ 50,00 por pessoa. Fizemos a reserva no começo da manhã com a Samara, pelo telefone (63) 99938-4920.
Depois do almoço descansamos um pouco e por volta de 13h30 seguimos a pé por uma pequena trilha até o fervedouro.
Todos os visitantes já tinham ido embora e ficamos apenas nós, Deus e o lagarto.
Mais um fervedouro imperdível pela beleza e também pelo conjunto da obra: infraestrutura, comida boa, cerveja gelada, pagamento com PIX e atenção dos funcionários.
Aproveitamos bastante e seguimos para o nosso último atrativo do dia e da viagem, o Fervedouro dos Buritis.
O Fervedouro dos Buritis está a apenas 2 km do Fervedouro Rio do Sono e fica a 20 km de Mateiros.
No local tem restaurante, mas é preciso encomendar o almoço, e redário para descansar. A trilha até o fervedouro é de 600 metros. O ingresso custa R$ 25,00 por pessoa. Contato: (63) 99251-5712 (WhatsApp).
As características dos fervedouros são bem parecidas, água cristalina, temperatura agradável, areia parecendo polvilho, cercados de bananeiras, buritis e vegetação. Entretanto, percebemos no Buritis uma maior intensidade da água brotando, veja o vídeo abaixo.
Mais um fervedouro maravilhoso em que ficamos sozinhos.
Saímos de Mateiros na manhã do dia 24 de outubro de 2024 rumo a Brasília. Repetimos a estratégia da ida e paramos no Posto Portal do Jalapão para almoçar (a 4 horas depois de Mateiros, próximo de Dianópolis). Em Combinados – TO, tomamos um café com bolo de banana no Rachel Cakes, recomendo.
Podíamos chegar em Brasília no mesmo dia, mas preferimos dormir em Alto Paraíso de Goiás, pois já estava anoitecendo e chovendo. Pernoitamos no Tapindaré Hotel, antigo, mas confortável e com bom custo benefício, e jantamos no Restaurante Maracangalha (a menos de 200 metros do hotel). Foram boas escolhas. Futuramente, farei um post sobre Alto Paraíso e a Chapada dos Veadeiros – GO.
No dia 25, saímos com destino a Brasília. Em São Gabriel-GO, paramos para comprar doces, queijos e biscoitos no restaurante da Vó Belmira, na beira da estrada. Chegamos em Brasília para almoçar em casa.
Em três dias fomos a nove atrativos: Dunas do Jalapão, Cachoeira do Formiga e sete fervedouros. Foi um passeio incrível e em ótima companhia! Queremos voltar para visitar outros fervedouros, rios e cachoeiras, comunidades quilombolas e alguma trilha a pé, especialmente as atrações que ficam na região de São Félix do Tocantins e de Ponte Alta do Tocantins, que não chegamos a conhecer desta vez. Mas para isso, vamos precisar de mais tempo. O ideal é nos hospedarmos por dois ou três dias em cada uma dessas cidades para não ficar muito corrido e cansativo. Especialmente se for em alta temporada, quando se perde muito tempo nas filas dos fervedouros. O período de maio a setembro é o mais recomendável para visitar o Jalapão porque é a época da seca. Mas julho, em especial, costuma ficar muito movimentada a região.
Iniciamos a viagem para o Tocantins saindo de Brasília, onde moramos, no dia 15 de outubro de 2024, na companhia (e no carro) de um casal de amigos. O destino final foi o Jalapão. Mas escolhemos conhecer a região de Serras Gerais antes, pois fica mais ou menos na metade do caminho. Foi uma grata […]
O Parque Estadual do Jalapão foi criado em12 de janeiro de 2001 e está localizado na região leste do estado do Tocantins, com quase 160 mil hectares de área. Os principais municípios do entorno são: Mateiros, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins. O parque foi batizado de Jalapão devido à abundância da flor Jalapa-do-Brasil encontrada na região, também conhecida como […]
O V12 Auto Club é o local certo para os apaixonados por carros em Brasília, onde podem se encantar com mais de 200 veículos em exposição permanente. Inaugurada em julho de 2023, em um espaço de 5 mil m², a coleção apresenta ao visitante uma enorme variedade de carros transformados ou restaurados, como Cadillacs, Kombis, […]
Destinos Pela primeira vez, decidimos passar uma temporada maior em Portugal, quase 90 dias, o máximo de tempo permitido para permanecer no país como turista, legalmente. Chegamos no dia 3 de abril e retornamos ao Brasil no dia 25 de junho de 2024. Em outras duas ocasiões, ficamos cerca de 40 dias em Lisboa (vide […]
Viajar para a Austrália não estava em nossos planos até há alguns anos, quando, em 2019, nosso filho foi morar lá e a história mudou. Nos programamos para visitá-lo em abril de 2020, compramos as passagens, tiramos o visto e reservamos a hospedagem. Faltando uma semana para a viagem, devido à pandemia, os voos foram […]
Passadiço Ribeirinho de Loures O Passadiço Ribeirinho de Loures é uma passarela de madeira, do tipo palafita, às margens do Rio Tejo, sobre uma zona de sapais e lodaçais, destinada a pedestres e bicicletas, com de 6,15 km de extensão. Começa em Bobadela, na Ponte Ciclo pedonal do Rio Trancão (a 1,5 km da Ponte Vasco da […]