Ubatuba, cidade do litoral norte do estado de São Paulo, está situada entre as cidades de Paraty/RJ (ao norte) e Caraguatatuba/SP (ao sul). Seu nome tem origem tupi e significa ¨lugar de muitas canoas¨ (ubá+tuba). Mais de 80% de seu território está localizado no Parque Estadual da Serra do Mar, contribuindo com a preservação da Mata Atlântica.
O principal atrativo da cidade com certeza é seu litoral, formado por belas e extensas praias, boa parte cercada pela Mata Atlântica, além de inúmeras ilhas. Escrever sobre todas elas é quase impossível, pois são mais de cem praias. As mais conhecidas são: Maranduba, Itamambuca, Vermelha do Norte, Grande, Enseada, Lázaro, Santa Rita, Félix, Toninhas, Perequê e Saco da Ribeira.
Como sempre faço, vou escrever primeiro sobre as estradas, hospedagem, algumas informações gerais e depois sobre os passeios.
A Viagem (as estradas)
Saímos de Brasília para Ubatuba no dia 6 de julho de 2021, às 6 horas da manhã, e fomos contemplados com o nascer do sol e, na sequência, com uma bonita plantação de algodão na Rodovia GO 436.
A viagem foi um pouco longa, 1.220 km, percorridos em 14 horas. Optamos por fazê-la sem parar no caminho para dormir, já que éramos três motoristas para revezar ao volante. Outra coisa que nos ajudou a fazer nesse tempo foi não precisar parar nos pedágios – usamos o Sem Parar. Foram vinte pedágios e um total de R$147,00, apenas na ida. Além disso, levamos uma marmitinha, frutas e castanhas para comer durante a viagem, sem precisar parar para as refeições, apenas para abastecer e ir ao banheiro.
A maior parte do percurso foi em rodovias de pista dupla, tirando apenas os 140 km iniciais e os 150 finais. As rodovias mais importantes que passamos foram: Anhanguera, Dom Pedro I e Carvalho Pinto. A parte mais cansativa são os últimos 150 km na Rodovia Oswaldo Cruz, pista simples e bem sinuosa. Os últimos 20 km antes de Ubatuba são extremamente perigosos, já na Serra do Mar, em estrada estreita e com curvas muito fechadas.
Uma boa opção é fazer uma parada na Rodovia Carvalho Pinto, no Posto de Serviços do km 124, antes de descer a Serra do Mar. Excelente local para descansar um pouco e comer alguma coisa – lá tem o Jerônimo, Madero, Pizza Hut, Frango Assado, Padaria, além de dois postos de combustível.
Mapa do percurso:
Hospedagem
Devido à pandemia, queríamos nos hospedar em um lugar mais isolado, em que pudéssemos cozinhar e não precisássemos sair para comer, numa praia de pouco movimento. Escolha perfeita: Chalés e Suítes Manacá, na Praia do Félix, em Ubatuba. Há a opção de loft (para até quatro pessoas)e suítes (para duas pessoas), todos com entradas independentes. É possível alugar pelo Booking, porém, nós acertamos diretamente com o proprietário.
Alugamos o loft: ambiente aberto, cozinha completa, mesa para refeições, sofá e tv, uma cama box king size e duas camas box de solteiro, além do banheiro. Sem sofisticação, porém, confortável.
O local é muito agradável e sossegado (está em um condomínio no meio da Mata Atlântica), a apenas 350 metros da praia.
O proprietário se chama Marcelo Bawa, muito atencioso, mora no último andar da propriedade. O único senão, que não chegou a ser um problema, foi o wifi, que não suportou o uso de streaming na tv(Netflix e Amazon).
Com relação à alimentação, nós levamos alguns pratos congelados e mais alguns itens para café da manhã, lanches e até para levar para a praia. Ficamos totalmente independentes de restaurantes, barraca de praia e supermercado. Se não quiser ter trabalho, é possível pedir pizza ou outra refeição, os restaurantes da cidade entregam lá.
Há várias casas de veraneio para alugar e pousadas aconchegantes no mesmo condomínio.
Praias visitadas
Visitamos apenas algumas praias do litoral norte de Ubatuba: Félix, Português, Conchas, Prumirim, Canto Itaipu e a Ilha de Prumirim.
Mapa da Região:
Também passamos rapidamente pela praia de Perequê-Açu e pela orla do centro de Ubatuba.
Praia do Félix
Para quem não está hospedado no Condomínio, o acesso é pela portaria que fica às margens da Rodovia Rio/Santos (BR 101), no km 34. É só descer uma ladeira de pouco mais de 1 km – acesso livre mesmo para quem não é do Condomínio.
No final da ladeira está o estacionamento. De lá até a praia são aproximadamente 150 metros por um caminho bem acessível, até para quem tem dificuldades de locomoção.
O estacionamento é pago (referência de julho de 2021: R$ 12,00 o dia todo). O mesmo ticket dá direito a estacionar em outras praias, desde que no mesmo dia.
Por fim, uma questão que pode ser boa para alguns e ruim para outros, nesse período de inverno, depois das 15 horas, o sol começa a se esconder atrás da serra e a praia fica praticamente toda sombreada.
Praia do Português
É uma pequena praia, cujo acesso pode ser feito por barco ou por uma pequena trilha a partir da Praia do Félix (à direita).
Seguindo poucos metros à frente da pedra grande (foto) tem uma passagem entre duas pedras menores, ou contornando uma delas, por onde se alcança uma trilha de apenas 50 metros até a Praia do Português.
O caminho é bem fácil, porém, como tem que subir em algumas pedras, infelizmente, não é para quem tem problemas de locomoção. Com a maré baixa, é mais fácil passar, pois a água vai bater na canela por alguns poucos metros apenas. Não tem erro. Na dúvida, é só seguir o fluxo de pessoas.
A praia do Português é bem pequena, com areia clara e fina, e com muitas pedras ao redor, o que proporciona uma paisagem belíssima, que resulta em ótimas fotos de diversos ângulos. Dependendo do movimento de pessoas e da maré, dá para curtir o local por mais ou menos tempo.
A história que ouvimos é que um português, há mais de 40 anos, dinamitou as pedras e acrescentou mais areia para fazer esta praia de menos de 40 metros de extensão, e ainda fez um paisagismo, plantando coqueiros ao redor, para criar uma praia particular. Sua casa está atrás da mata.
Praia das Conchas
Outro paraíso, desta vez do lado esquerdo da Praia do Félix, é a Praia das Conchas, cuja paisagem é diferente da Praia do Português, mas igualmente bela.
Quando chegar ao final da Praia do Félix, apenas a alguns metros à direita, encontrará a trilha para a Praia das Conchas, ligeiramente escondida atrás das primeiras pedras.
A trilha é de terra bem compactada, com várias raízes de árvores, que até ajudam na caminhada, porém, um pouco íngreme. É possível fazer o percurso entre 10 e 15 minutos. Não é acessível, infelizmente, para quem tem problemas de locomoção, mas não precisa também ser um atleta.
O acesso à praia das Conchas só pode ser feito de barco ou pela trilha da Praia do Félix. Está localizada entre as Praias do Félix e a de Prumirim. Talvez (não verifiquei isto) tenha trilha saindo da Praia de Prumirim também.
A praia das Conchas é uma praia bem pequena, uns 30 metros apenas, e totalmente coberta por pequenas conchas, daí a origem de seu nome. Ao seu redor tem muitas pedras e, atrás, a mata bem fechada. À sua frente, está a Ilha do Prumirim.
Ilha do Prumirim
O passeio de barco até a Ilha do Prumirim é imperdível. Tem duas opções: uma saindo da Praia do Prumirim (mais perto, custa R$ 30,00 por pessoa) e outra saindo da Praia do Félix (R$ 40,00 por pessoa) – os preços são de julho de 2021. Vários barqueiros oferecem este passeio em ambas as praias.
A Ilha do Prumirim está localizada em frente à Praia do Prumirim, a apenas cinco minutos de barco. Já saindo da Praia do Félix, são dez minutos. Nós saímos da Praia do Félix e foi mais interessante, pois, de quebra, passamos em frente às Praias do Português, das Conchas e do Prumirim.
O barco é pequeno, não sei ao certo a capacidade, talvez umas oito pessoas; fomos só nós três da família. Todos devem usar colete salva-vidas. Se o mar estiver um pouco mais agitado, talvez bata um pouco, mas achamos o passeio seguro, apesar de termos nos assustado um pouquinho no início, pois o motor do barco parou e demorou alguns minutos para voltar a funcionar, mas deu tudo certo.
A Ilha do Prumirim tem uma praia fantástica. Ela é bem plana e larga, com areia clara e fina e com aproximadamente 400 metros de extensão. Há uma pequena e simples infraestrutura de bar e banheiro, e boa área sombreada para quem preferir fugir do sol. Leve água, lanche, protetor solar, celular, canga e até guarda-sol, se possível.
É um local para você ficar por horas ou passar o dia, basta combinar o horário de retorno com o barqueiro. Se quiser ficar mais tempo ou voltar antes, os barqueiros têm Whatsapp – é só mandar uma mensagem e pronto, bem tecnológico.
Nós ficamos por umas quatro horas lá e levamos uma bolsa térmica com bebidas, frutas e sanduíches. Paraíso total, principalmente por ser um dia de semana – não tinha mais que umas cinco famílias.
Falando em Ilha, Ubatuba tem várias em seu litoral e há passeios de barco para algumas delas, em lancha ou escuna. As mais conhecidas são: ao norte de Ubatuba, as Ilhas do Prumirim (a única que visitamos), das Couves, dos Porcos e da Selinha; e, ao Sul, as Ilhas Anchieta, Maranduba e do Pontal.
Para a Ilha das Couves é melhor pegar um barco na Praia de Picinguaba (está a 28 km da Praia do Félix, é uma das últimas praias de Ubatuba, depois já é Paraty/RJ). O trajeto da Praia até a Ilha leva em média 20 minutos.
Já para a Ilha Anchieta, o ideal é pegar um barco no Saco da Ribeira (está no litoral sul, a 34 km da Praia do Félix).
Praia do Prumirim
Mais uma praia do litoral norte, a 5 km da Praia do Félix, onde estávamos hospedados.
Tem características parecidas com a Praia do Félix, com apenas algumas diferenças: é mais inclinada e menor um pouco, cerca de 800 metros de extensão; a mata, apesar de estar próxima à praia, é mais baixa e faz menos sombra. O sol se põe um pouco mais tarde por ali.
Um outro ponto bem bonito é a foz do Rio Prumirim, que fica do lado direito da praia. Muitos dos barcos que fazem os passeios, vão para o rio no fim do dia, onde ficam ancorados.
A praia tem uma boa infraestrutura de bares, muito bonitos por sinal.
O acesso à praia é da mesma forma que a do Félix, pela Rio-Santos, entra por um condomínio, percorre um pouco menos de 1 km, onde está o estacionamento pago (mesmo valor do Félix, R$ 12,00 – como disse anteriormente, o mesmo ticket pode ser usado em outras praias no mesmo dia). Depois, só seguir a pé por uma trilha de 100 metros aproximadamente.
No final da praia, à esquerda, quando acha que a praia acabou, tem uma grande surpresa. Ligeiramente oculta pelas pedras, há uma passagem pela areia mesmo, não tem que transpor as pedras, que leva à Praia Canto Itaipu, com apenas 200 metros de extensão. É uma praia muito bonita, porém a incidência de sol é bem pouca. Vale muito fazer essa caminhada até lá.
A região do Prumirim tem muitos atrativos: a praia, a ilha, o rio e a cachoeira, que infelizmente não deu tempo de conhecer. Para quem gosta de caminhar, tem uma trilha saindo da praia, ou pode-se chegar de carro e acessar a cachoeira pela rodovia, bem próxima.
A Ilha do Prumirim está bem em frente a esta praia, de onde também saem barcos para passeios. Pode ser uma boa opção para quem quer ir até a Ilha mais rápido e pagar menos também.
Nesse dia, nosso objetivo era apenas conhecer a Praia do Prumirim, mas resolvemos de última hora fazer um passeio, no período da tarde, na Praia de Perequê-Açu e no Centro de Ubatuba (orla, igreja e praça)
Confira no Mapa:
Praia de Perequê-Açu
Estando hospedado na Praia do Félix, como nós, a região mais próxima para compras (supermercado, farmácia, outros) é em Perequê-Açu.
A intenção era ir até o centro de Ubatuba, mas passamos por Perequê-Açu para eu relembrar quando estive nessa praia pela primeira vez, há quase 50 anos, onde minha família ficou acampada. Na época, era um lugar sem qualquer infraestrutura; atualmente, é uma praia urbana, o que não gosto muito, mas valeu ter voltado ali.
Centro de Ubatuba
Nossa passagem pelo centro de Ubatuba foi bem rápida. Atravessamos a Ponte Félix Guisard (liga Perequê-Açu ao centro de Ubatuba) e estacionamos o carro na orla, na Avenida Iperoig, que também dá nome à Praia. Ubatuba era chamada Iperoig (do Tupi “rio dos tubarões”) quando era uma aldeia.
A Praia de Iperoig tem um bonito visual, mas não é própria para banho. É ideal para um passeio pelo calçadão admirando as belezas naturais da região.
No calçadão também estão o chafariz, a estátua do Padre José de Anchieta, o Marco da Paz (simboliza o ideal dos povos na busca da paz, fraternidade e solidariedade), o Farol do Cruzeiro, a Feira de Artesanato, entre outros.
A Praia de Iperoig, também conhecida como Cruzeiro, é de grande importância histórica. Ela foi palco da Confederação dos Tamoios (denominação dada à revolta liderada pela nação indígena Tupinambá, que ocupava o litoral do Brasil entre Bertioga e Cabo Frio, envolvendo, também, tribos situadas ao longo do Vale do Paraíba, contra os colonizadores portugueses, entre 1554 e 1567); do Tratado da Paz de Iperoig (foi um tratado de paz efetuado entre os portugueses e os índios tamoios em 1563); e foi em suas areias que o Padre José de Anchieta escreveu o poema “A Virgem” (escrito enquanto aguardava as negociações do armistício de Iperoig).
Da orla, demos uma passadinha na simpática Praça da Igreja, onde tem um coreto de 1971 e o obelisco, que é o marco zero de Ubatuba, construído em 1937, para celebrar o terceiro centenário da criação da Vila de Ubatuba (nome antigo da cidade).
Também fizemos uma visita, quase obrigatória para nós, à Igreja Exaltação da Santa Cruz, 1866, muito bem preservada. Em seu interior, nos chamou a atenção o altar em forma de canoa, em homenagem a São Pedro, pescador. Como é uma canoa indígena, entendemos ser também uma alusão ao nome da cidade (ubá=canoa).
Ubatuba não é feita apenas de praias e Mata Atlântica, é uma cidade rica em história e cultura. Tivemos apenas uma pequena mostra da cidade. Tendo tempo, curiosidade e vontade dá para conhecer muito mais. Voltaremos.
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